È incrível o poder do ser humano de se auto-contrariar, de falar uma coisa em um tempo, e pouco depois declarar o completamente contrário. Infelizmente problemas de memória nos afetam, influências e casos exteriores, e esquecemos da nossa própria humanidade, tentarmos ser mais do que realmente somos, e isso em certo ponto não é ruim, mas passamos dos limites, e erramos. Sim, é preciso errar para aprender, mas persistimos no erro, de variadas formas: somos orgulhosos por uma vez, erramos, “quebramos a cara” devido ao orgulho, mas não o perdemos. Somos gananciosos, perdemos algo, até mesmo alguém devido á ganância, mas ela em si mesmo não perdemos. O bem da verdade é que muitas vezes interpretamos a nossa, somos uma interpretação de nós mesmos. Personagens feito de fantasia, mas protagonizando uma vida real... Falsidade, os já citados ganância, orgulho, avareza, menosprezo... Uma série de pecados não somente capitais, mas federais, universais... Atenção, a presente prosa tem o interesse de criticar absolutamente ninguém, mas colocar a realidade dos fatos.
É certo que um dia morreremos, todos sabem disso, não é mais um segredo da humanidade, apenas um medo, porém existem âmbitos que nos fazem aproximar-se mais do extermínio, um auto-extermínio. Vivemos sob duas teorias da existência do homem: a criacionista, idealizada pelo catolicismo, cujo muito bem sabemos que nela Deus após o término da terra, criou o homem (sexo masculino), e com uma costela deste criou a mulher, e assim viveriam ali, para governar aquele novo lugar, mas não poderiam pecar !!! E eles pecaram!!! E por outro lado, de frente a esta, temos a teoria evolucionista, neste tudo que conhecemos (e que também não conhecemos) nasceu de uma grande explosão chamada big-bang , e os homens evoluíram dos macacos, até o que somos hoje. Ambas teorias disputam unanimidade desde sua formulação, mas o que elas concordam é que o homem mudou muito, tanto evoluiu, como declinou, regrediu no que era o seu conceito de ser perfeito. Atualmente um emprego é fundamental na vida qualquer um, uma carreira profissional de sucesso, é um item de grande valia para um positivo olhar da sociedade, e acreditem: vale tudo, tudo mesmo para que este tópico seja alcançado. Pois assim melhora o lado financeiro, e é ele quem realmente nos faz viver... Teoricamente, pois na prática reflita e verá que é bem diferente. O século XXI nasceu, e logo foi batizado por “águas de preço alto”, pois na maioria só se vêem cifras a cintilar nos olhos. E repito, a vida é feita de erros, mas as pessoas jurídicas erram há bastante tempo, pois errar é humano, e não admitem ver erros em seus funcionários, não admitem pausa, não admitem atraso, falha. E utilizam do ser humano para realizar os serviços, quando na verdade se precisam preencher todos estes requisitos precisariam de robôs, de uma nova espécie de ser humano capaz. Quando na verdade o ser humano não somente faz, mas como também necessita fazer acontecer as falhas, os erros, porque sua estrutura corporal e principalmente mental foram projetados para tais. Infelizmente muitos procuram ser estes robôs, para tal ato esquecem de viver, e não se contentam com pouco, para o topo, vivem para trabalhar, não mais trabalham para viver, deixam de lado a família, amigos, os filhos, se teletrasportam de corpo e alma para um universo inóspito que não lhes pertence, e bem diz uma frase retirada do filme O Diabo veste Prada: “Se pretende batalhar por uma boa carreira, sinta sua vida pessoal em brasas, e uma boa promoção significa sua vida pessoal apenas em fumaça!” E a formalidade vive em seu êxtase, no ápice, tendo de interpretar o personagem em muitas ocasiões desnecessárias, e vivemos tratando pessoas iguais a nós, como se fossem reis, como se o mundo dependesse somente delas para continuar a existir, sim, talvez seja, mas para continuar a existir da forma que está. E existimos muitos mais por números, senhas, assinaturas, palavras, do que por nós mesmos. Então por segurança deste sistema, necessitamos interpretar um terceiro papel, se não quarto, quinto. há semanas, usamos desta formalidade e importância exacerbada de forma mais do que ridícula: em visita aos Brasil, o presidente dos Estados unidos, Jorge W. Bush, conseguiu fechar várias importantes rodovias da cidade de São Paulo, para o dito cujo poder passar em segurança, e enquanto isso, centenas de trabalhadores, precisavam esperar para retomar seus caminhos, e não é somente isso, posso até estar até sendo um tanto retrocesso no reclame, mas para ajudar a consolidar sua irônica simpatia, o presidente trouxe de sua terra, a água para o próprio consumo, e nós muito burros paramos uma cidade como agradecimento. E não foi o primeiro, nem será o último, pois daqui a algumas semanas, teremos o papa Bento XVI, mais formalidade e burocracia. Foram já escolhidas suas louças, alamedas, aposentos, e móveis especiais foram confeccionados para o conforto do pontífice. Quando temos tanta gente sem morar, mas é como dizem, é uma única vez, e logo passa, mas “de grão em grão que a galinha enche o papo”, neste caso, perde, e a galinha somos nós brasileiros. E eu pergunto: Por que tanto? Por que tanto para um político que vai contra os princípios de seu meio, de sentir, mesmo a certa distância, o calor do povo, que pretende conquistar o carisma de um país, mas nem sequer bebe a água brotada da terra onde está pisando! Quanto ao papa, já não digo nada, porque ele não manda em si, o papado é apenas uma fachada secular da igreja, igreja esta que lembremos muito bem, não confia em seus fiéis, e é dotada de uma formalidade absurda, cujo o passado muito condena através das mentiras, abuso de poder, e desprezo ao seu povo. Então não esqueça de si mesmo, porque outra verdade, é que sempre lembramos mais dos outros, fazemos mais pelos outros, e isso inclui os outros para com você,mas é preciso mais, é preciso você por si mesmo, e acima de tudo humanidade, humildade, perdoar, saber amar, e usar das qualidades não pra tirar bom proveito, mas para ajudar, consertar!
Douglas Tedesco – Maio/2007
