quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O Último Post

OLá... Olá e Tchau,
como citeimno anteriror post, mudei de blog, para que as pessoas possam deixar comentários, o que não é mais possível com este,
então o novo blog já estah ativo, e a partir desta data postarei somente lá:
www.tedescodouglas.blogspot.com
Aguardo Sua visita!
Muito Prazer e Bem-vindo ao que você quer ler!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

EU VOLTEI !

Oi Pessoal, eu voltei!
Agora com ADSL em casa, tudo vai voltar ao normal, só que em novo endereço do blogspot, assim que criar, eu posto, o último post,
Até!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Mais de Marilyn

Mesmo sem conhecê-la, sinto saudades... Aí vão algumas imagens da Eterna Diva:















FAZER ARTE

O gesto suave
o olhar puro,
cristalina esperança
delicadeza no construir,
no sorrir...
É assim fazer arte!
Rostos que coram
confeccionados por corações e pelas ruas
em sedas e brutas notas magistrais
Aonde foram essas pessoas?
doces acalantos ao mundo.
De onde vêm estas pessoas?
Que de tão talentosas e especiais
já não se encontram mais...

Marilyn não Monrreu




...Lamentavelmente, o pior aconteceu na manhã do dia 5 de agosto de 1962, aos 36 anos Marilyn faleceu enquanto dormia em sua casa em Brentwood, Califórnia. O mundo estava em choque. O brilho e a beleza de Marilyn faziam parecer impossível que ela tivesse deixado a todos. No dia 8 de agosto de 1962, o corpo de Marilyn foi velado no Corridor of Memories, nº 24, no Westwood Memorial Park em Los Angeles, Califórnia.Durante sua carreira, Marilyn atuou em 30 filmes e deixou por terminar Something's Got to Give. Ela foi mais do que uma estrela de cinema e rainha do glamour. Um verdadeiro furacão durante toda sua vida, a popularidade de Marilyn foi muito além de qualquer ícone. Hoje o nome “Marilyn Monroe” é sinônimo de beleza, sensualidade e glamour. Ela continua sendo uma inspiração para todos aqueles que lutam pelos seus ideais e superam os obstáculos.



CURIOSIDADES SOBRE "MARILYN MOROE"
Nome: Norma Jeane MortensonTambém conhecida como: Norma Jeane BakerData de Nascimento:1º de junho, 1926Local de Nascimento: Los Angeles, CaliforniaData de Morte: 5 de agosto 1962Local de Morte: Brentwood, CaliforniaTúmulo: Corridor of Memories, nº 24, em Westwood Memorial Park em Los Angeles, CaliforniaAltura: 1,67mPeso: 63 kgMedidas: 93-58-91 (de acordo com o estúdio); 88-58-88 (de acordo com o costureiro)Cor do cabelo: LoiroCor dos olhos: AzulColégios: Van Nuys High School; University High SchoolOcupação: Modelo, atriz e cantoraMãe: Gladys BakerMeio irmão: Hermitt Jack BakerMeia irmã: Berniece MiracleCasamentos: Jimmy Dougherty (1942-1946); Joe DiMaggio (1954); Arthur Miller (1956-1961)Enteados: Joe DiMaggio Jr., Jane und Robert MillerVocê sabia?Em 1999, Marilyn foi votada a mulher mais sensual do século 20 pela revista Playboy.Em 1999, Marilyn foi votada a mulher mais sexy do mundo pela “People´s Magazine”.Em 1º de junho 1995, Marilyn foi homenageada em um selo comemorativo de 32¢ que circulou pelos EUA.Elton John gravou a música “Candle in the Wind” em homenagem a Marilyn Monroe.Em dezembro de 1953, Marilyn foi a “queridinha” do mês da revista Playboy.Em fevereiro de 1953, Marilyn foi nomeada “Mulher que mais Apareceu na Mídia no Mundo” pelo Advertising Association of the West.Ela foi coroada Miss Rainha Alcachofra em 1947.Em 1946, ela começou a usar o nome Marilyn Monroe, mas só o registrou em 23 de fevereiro de 1956.Marilyn Monroe casou-se com Joe DiMaggio no San Francisco City Hall.Marilyn Monroe foi nomeada pela Academy Award britânica “Melhor Atriz Estrangeira” no filme O Pecado Mora ao Lado (Seven Year Itch).








Mas por que logo falar de morte de alguém que ainda vive?
Aguarde e leia a história completa de Marilyn aqui!

terça-feira, 22 de julho de 2008

O melhor de Cyndi Lauper

A melhor música da maior cantora do mundo, na minha opinião.


I had to escape
The city was sticky and cruel
Maybe I should have called you first
But I was dying to get to you
I was dreaming while I drove
The long straight road ahead, uh, huh

Could taste your sweet kisses
Your arms open wide
This fever for you is just burning me up inside

I drove all night to get to you
Is that alright
I drove all night
Crept in your room
Woke you from your sleep
To make love to you
Is that alright
I drove all night

What in this world
Keep us from tearing apart
No matter where I go I hear
The beating of your heart
I think about you
When the night is cold and dark
No one can move me
The way that you do
Nothing erases this feeling between me and you

I drove all night to get to you
Is that alright
I drove all night
Crept in your room
Woke you from your sleep
To make love to you
Is that alright
I drove all night

Could taste your sweet kisses
Your arms open wide
This fever for you is just burning me up inside

I drove all night to get to you
Is that alright
I drove all night
Crept in your room
Woke you from your sleep
To make love to you
I drove all night... to hold you tight



TRADUÇÃO -

EU DIRIGI A NOITE TODA


EU TIVE QUE FUGIR
A CIDADE ESTAVA PEGAJOSA E CRUEL
TALVEZ EU DEVESSE TER TE LIGADO PRIMEIRO
MAS EU ESTAVA MORRENDO DE VONTADE DE FICAR COM VOCÊ
EU ESTAVA SONHANDO ENQUANTO DIRIGIA
PELA LONGA ESTRADA EM FRENTE

PODERIA PROVAR SEUS DOCES BEIJOS
SEUS BRAÇOS ABERTOS
ESTA FEBRE POR VOCÊ ESTÁ ME QUEIMANDO POR DENTRO

REFRÃO:
EU DIRIGI A NOITE TODA PARA FICAR COM VOCÊ
ESTÁ TUDO BEM?
EU DIRIGI A NOITE TODA
RASTEJEI EM SEU QUARTO
ACORDEI-O DO SEU SONO
PARA FAZER AMOR COM VOCÊ
ESTÁ TUDO BEM?
EU DIRIGI A NOITE TODA

O QUE NESTE MUNDO
NOS IMPEDE DE FICARMOS SEPARADOS?
NÃO IMPORTA AONDE EU VOU,
EU OUÇO A BATIDA DE SEU CORAÇÃO
EU PENSO EM VOCÊ
QUANDO A NOITE FICA FRIA E ESCURA
NINGUÉM MEXE COMIGO
COMO VOCÊ FAZ
NADA APAGA ESTE SENTIMENTO QUE EXISTE ENTRE NÓS

REFRÃO

PODERIA PROVAR SEUS DOCES BEIJOS
SEUS BRAÇOS ABERTOS
ESTA FEBRE POR VOCÊ ESTÁ ME QUEIMANDO POR DENTRO

EU DIRIGI A NOITE TODA PARA FICAR COM VOCÊ
ESTÁ TUDO BEM?
EU DIRIGI A NOITE TODA
RASTEJEI EM SEU QUARTO
ACORDEI-O DO SEU SONO
PARA FAZER AMOR COM VOCÊ
EU DIRIGI A NOITE TODA...PARA ABRAÇÁ-LO APERTADO

A Prostituta de Deus - parte I






Por Douglas Tedesco.

“ O senhor é meu Pastor, e nada me Faltará”. Este é o salmo preferido da prostituta que prefere não revelar seu nome, e pede para ser chamada de ‘JC’. Pergunto o por que da sigla , e ela explica que não são as iniciais dela, mas de uma pessoa já falecida que está sempre ao seu lado, e é conhecida no mundo todo: Jesus Cristo.
JC tem 31 anos, é prostituta há 11, não tem morada própria, vive quase como uma cigana: sempre no estado de Santa Catarina. Alguns meses na cidade de Porto Belo, outros em Itapema, e até mesmo na capital, sempre em hotéis, ou casa de amigas, sempre fazendo programas.
O grande diferencial de JC é ser uma mulher extremamente religiosa, todos os domingos ela vai à missa, não importa em que cidade esteja, em seu dominical compromisso ela não falha. JC é natural de Tramandaí, Rio Grande do Sul, lá vivia com seus pais, e suas duas irmãs, uma mais nova, outra mais velha, o ganha pão da família era um pequeno comércio de secos e molhados na referida cidade. A vida era agregada á alguns luxos, pois o comércio ia bem por ser o único na redondeza. No entanto uma brusca mudança aconteceu depois dos pais matricularem JC na aula de catequese na paróquia local, para a preparação da 1ª eucaristia. JC tinha 11 anos, a aula de catequese havia acabado e ela esperava pelo pai na igreja, somente ela e o padre. De repente ele perguntou: “Seu pai vai demorar muito?” Ela respondeu inocente: “Não sei, já deveria ter vindo.” Esta foi a frase seguinte do padre: “Então eu vou te ensinar uma coisa antes do papai chegar, mas não conte pra ele, se não eu te mato”. E o próximo gesto foi mobilizar a menina, ato de facilidade devido a fragilidade da garotinha e força do reverendo. Seu vestidinho estampado de margaridas foi rasgado pelas mãos fortes enquanto o homem calava sua boca e procurava seu sexo. Seus gritos de desespero foram abafados, ela desejava morrer enquanto ele a estuprava. Seu pequeno corpo foi violado, toda a infantilidade conturbada pelo sexo indesejado.

A Prostituta de Deus parte II

Uma criança ‘adultecendo’ o corpo contra a própria vontade. “A dor era terrível, eu lembro até hoje, eu tentava gritar e fugir, mas não conseguia, a sorte é que meu pai chegou.” Conta JC, lembrando o terrível dia, e assim mesmo aconteceu: de repente seu pai chegou, e presenciou a chocante cena. O homem de batina levantada, e sua filha sofrendo, o ventre da menina banhado em sangue. Sem pensar, o pai tirou o padre de cima da criança e o espancou, pensou que estivesse morto e levou a filha embora.
Morto não estava, mas nunca mais ouviram falar do padre, sabem apenas que ele afastou-se da igreja e nada mais. JC demorou a recuperar-se do trauma, mas superou todos as seqüelas psicológicas. Não fez a primeira eucaristia, porém ainda na adolescência tomou gosto pela leitura bíblica, e com certa dificuldade foi assistir uma missa – em outra igreja, pois naquela onde foi violentada, jamais conseguiu pisar novamente – e sentiu-se muito bem depois, as palavras, atos e orações a tranqüilizavam, e principalmente o fato de diversas pessoas estarem ali pelo mesmo motivo: buscar e adorar a Deus. “Uma paz imensa me invade depois que assisto a uma missa, e saber que existem muitas pessoas que pensam como eu é muito confortante”. Relata JC, emanando tranqüilidade. Era moda na época os jovens gaúchos virem tentar a vida na vizinha Santa Catarina, e JC não pensou diferente, aos 20 anos despedia-se da família com olhos mareados a fim de conseguir condições melhores mais ao norte. Tinha uma amiga que vivia em Itapema, litoral catarinense, dos tempos de colégio, mas uma coisa que os pais não sabiam era que essa sua amiga e prostituta. JC sabia, mas nada contou aos pais, pois sabia que não deixariam ela ir. “Assim que cheguei tinha alguns receios quanto a ela, porque na época era bastante ingênua e prostituta era igual a um alienígena”. Fala JC sobre o dia em que chegou na casa da amiga. Porém, para maior surpresa da gaúcha recém chegada, esta amiga a convidou para trabalhar junto com ela, a ofereceu a prostituição. “Você é bonita, jovem, não tem nada a perder. É só se cuidar, ser esperta, sensual que vai ganhar muito dinheiro.” Estas foram as palavras da amiga para conquista-la. Mas JC negou o convite, inconformada com a proposta. Na manhã seguinte foi procurar emprego, distribuiu vários currículos, até que no segundo dia que estava ali, uma terça-feira, alguém a procurou para ser balconista de uma confecção, naquele mesmo domingo conheceu o caminho da Igreja Matriz e assistiu a missa, sentiu o que era paz interior novamente. Trabalhou 9 meses, a confecção faliu e ela ficou desempregada, voltou a procurar emprego desesperadamente, precisava trabalhar e não queria voltar para o Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A Prostituta de Deus - parte III

Ficou quase dois meses sem trabalhar, até que pensando bem, resolveu conversar com a amiga sobre a profissão de prostituta, era sua única saída. Começou em estado experimental, com muito medo, e exatamente como a companheira de casa falara. “Assim que tirei a roupa no motel e o cara ficou me olhando lembrei do dia em que fui estuprada, parei e ia embora, mas sabia que era mais forte que isso e fui em frente. Consegui três clientes numa noite, ficava no ponto com minha amiga e ia com quem parava . com medo, mas rezava enquanto em pensamento enquanto estava no carro e antes do sexo.” fala JC sobre seu primeiro dia. Em pouco tempo virou uma profissional do sexo, embora entes de vir para SC, já tivesse bastante experiência com os garotos de sua cidade. pesquisou sobre tudo que podia oferecer e fazer, e também ficou conhecendo o vasto mundo da rua e da noite. Uma noite um homem passou por ela numa movimentada rua de Balneário Camboriú, e ficou olhando abismada, ela o abordou intimidativa, ele não respondeu e segui em frente. No outro dia de manhã era domingo, e ela foi a missa em Balneário Camboriú mesmo, e ao acabar procurou o padre para uma bênção, e o padre nada mais era do que aquele homem que ela abordara na noite passada. Os olhares falaram tudo, revelaram-se. Mas nenhuma palavra foi proferida, ele lhe abençoou e a presenteou com um terço, que tem até hoje. “Eu amo este terço, e sempre levo junto na missa, ele me dá muita proteção”. Atualmente JC não tem endereço fixo, reveza-se morando e trabalhando em Itapema, Porto Belo e Florianópolis. Diz não sentir prazer no ato sexual, faz totalmente por dinheiro, e ajuda a família – ciente de sua verdadeira profissão - com boa quantia mensal. Onde vai leva consigo algumas imagens de santos católicos, e sempre que chega do trabalho, reza. Na cidade onde estiver, é sagrado: JC vai a missa aos domingos, leva uma grande bolsa com roupas dentro, em algum lugar se troca, tira a maquiagem e vai para a missa, com o terço em mãos. Um expoente no que podemos chamar de exemplo de vida, uma reviravolta num pequeno mundo, gerando conseqüências neste nosso grande mundo... Pra mostrar que as pessoas não são só carne e osso, pele e roupa, reflexo e aparência, mas sobre tudo libido e fé.

CHOVENDO EM MIM


Desejo que não me desejes, só peço que nada me peças, e qualquer mínimo te impeça. Imploro para que tudo me explore, não de modo simplório, assim de íntimo aplauso. Renego a vontade que me negas, e denigro a imagem que me entregas, coloco a perder tudo o que preservas...Essas unhas tão bem feitas presas por dentes de batom carne. Um traje de renda conta o que todo mundo já viu... Faça suas contas:Um amor de cinco pessoas; O horizonte em quatro diferentes cores;O pretexto em três sorrisos com defeitos;Somente dois caminhos a seguir;Um será o fim de tudo, o outro começo do nada;Nenhum sentimento, nenhum ressentimento... Loucos por tomar parte do que não faz parte, o que já é muito, muito, muito tarde.Ninguém vai me lembrar de ver a última flor atrás das sombras.Um céu apenas não inspira.Duas vidas vão se matar de tanto horror.Ao terceiro toque finalmente sorrimos.No quarto, até a alma despimos.As vezes, dão cinco vontades de se jogar da ponte.Qualquer ato nunca foi tão planejado, tanta loucura nunca mais foi só tua. Olhar novo, olhar diferente, usar os olhos pra lavar o corpo todo, encher um copo bem cheio de intrigas e beber até a última gota. Caminhar na corda bamba das tempestades, sobre qualquer pretexto, sobre qualquer idade, sempre executando as maldades. Estar apenas só, só eu e Deus, seus mandamentos e martírios, as bondades de um demônio que me sorri e chama a pecar mais e mais e mais e bem pecado pra não falhar... E se eu falhar não peco!A lembrança do mal é a morte;A lembrança do fogo é a fumaça;A lembrança do riso é o que não tem mais graça;A lembrança da beleza e a imperfeição;A lembrança do horrível, é saber que belo nem todos são;A lembrança do terror é o coração;A lembrança da criação é o nascimento;A lembrança do timbre é o grito;A lembrança da celebridade é o mito;A lembrança do tudo é o infinito;A lembrança do fogo é o calor;A lembrança do paladar é o sabor;A lembrança da terra é o tremor.A lembrança da palavra é a praga.A lembrança da chuva é a lágrima;E calam-se todos os sentidos, calam-se todos os órgãos... A felicidade, o bem-estar, a saúde, a mesa farta e santa... A razão está em liquidação, é toda minha a tempestade. Usem seus olhos, calor e grito para admirar o que vem do céu, a mensagem molhada que não se apaga, escorrendo como veias externas. É meu sangue doado ás mães, é meu fluído que não cerra. Outro ser se forma, o universo dispõe maxilares pra rever as feições de medo. Pode continuar olhando, se não eu grito os teus segredos. Não há impureza que não decaía, não há fibra que não renove, não há trovão que não informe, raio que não ilumine, telhado que não os estime. Ordeno que de tormenta tudo se faça, está chovendo em mim, e assim quero esta paz pra humanidade. Está chovendo em mim e aniquilo do sol a saudade. Te respiro de muito, muito, muito perto, conta cada poro, estremece, confunde... Não é espírito, invisibilidade, semideus, nem outra divindade. Só um ser humano, dotado da natureza que rege... Não falem, não perguntem, não se calem, não cessem, deixe apenas ocorrer, e correr, maltratar e abstratar, deixa apenas, porque está chovendo em mim.

sábado, 12 de julho de 2008

BEM-VINDO AOS ANOS 80 !!!

Você usou polainas, jogou detetive, brincou de mola, ou ficou apaixonada por Tom Cruise em Top Gun? Teve um cubo mágico, usou relógio troca pulseira, brincou com os bonecos do comando em ação enrolou fitas K7 com caneta? Então você também curtiu o som de Cyndi Lauper. E se para você Cyndi Lauper ainda é aquela garota que só quer se divertir, o novo CD da cantora vai surpreender. A popstar, que tomou de assalto os anos 80 com o hino-hit "Girls just want to have fun", está de volta com "Bring ya to the brink", que chegou há algumas semanas. Muita gente pensa que ela sumiu, deixou a carreira, ou até mesmo faleceu. A garota se tornou uma mulher - hoje ela tem 53 anos - atenta com o que acontece ao seu redor. Sua voz continua a mesma – uma das mais poderosas do mundo – seu estilo e trejeitos também! A idade não afetou a alegria e o dom de transmitir a alegria que Cyndi Possui. A voz de Cyndi é um capítulo a parte, capaz de alcançar notas altíssimas e com uma afinação ímpar. Só isso já é suficiente para colocá-la à frente de outras divas do pop, que andam achando que cantar é gemer e gritar, enquanto um rapper faz aquelas "participações especiais" na faixa. É interessante notar como Cyndi muda o tom da voz como muda as cores dos cabelos. Algumas vezes sussurrante, outras em tom áspero e, claro, o tão conhecido agudo. Sucesso absoluto na Europa, Ásia e EUA, O CD está infinitamente melhor dos que a maioria das cantoras pop andam lançando, Cyndi tem tudo para uma volta triunfal. Mas agora o contexto é outro: as garotas não querem só diversão e estão aí para falarem o que pensam. Nem que seja numa pista de dança. E para os saudosistas, uma boa notícia: A Divã estará no Brasil em Novembro. Mais precisamente, bem perto de nós, em Curitiba, no dia 17 de Novembro, no teatro Positivo. Mais informações nas próximas colunas. Mas desde já preparem novamente as polainas, cabelos coloridos, balas de goma e minissaias, porque Cyndi Lauper estará entre nós, consequentemente, os anos 80 também!

Precisa Chover por Aqui



As raridades secas! Nem passa na garganta essa tua fé mal falada.Respiro muito devagar, consigo contar o segundo do espaço em silêncio. O destino caminhava em busca das gotas mais prósperas, de uma guerra que molhasse até o último sábio, até a mais amarga folha. Nós caminhamos juntos, numa campanha desenfreada, pelas rezas perdidas, as orações que não desabrochavam, a verdade em forma de compassar mais esta caminhada... E a cada novo sol, a cada idosa lua, os passos, eram mais fortes, uma revoada de rostos rígidos estavam em mesma pose, em igualar forma, pela causa nobre, dos dígitos de amor sublime. O calor renega as vozes... Nem uma gota, e tudo é tão chato. Vamos parar de ter criatividade, fazer greve de mente, aplaudir o que ninguém fala, chorar quando alguém gargalha, levar no pescoço, um abraço da navalha, acertar no que todo mundo falha! As gargantas cortam num ruído sujo: precisam de água, que seja turva, que seja podre, que seja negra, que seja outra, que não seja, mas então que pareça, e a sede cesse em sessão única e santa! Há quem necessite de caminhar sozinho, só, sem mais ninguém, desacompanhado e de adjetivos ainda assim cheios de gente. Os cd’s arranhados, músicas repetidas. Filmes de mesmo enredo, histórias repetidas. Os pratos frios e sem sabor. Do meu favorito ninguém gosta... Destas coisas líquidas, ninguém me mostra. Mais um tempo em seca pra pensar, pra contar como se foi. Levar tudo pro canto, onde a umidade ameaça, e continua a caminhada, estupefata!A certa hora, na hora certa e momento inexato, relógio maltratado. Anda tudo muito ao contrário e as condições do clima não prometem melhorar, eu peço todos os dias: “cala essa cidade, afasta essas luzes, abre esta janela, e faz seguir-me uma carregada nuvem!”Mas nada acontece, a maior de todas estrelas me acorda, desperta do sonho de que não existe. Persegue fustigante, despeja raios no meu bolso jeans, e eu não quero... Me faz colocar outros olhos sobre os meus, a suspirar mais forçado de angústia, a ter calor sem estar realmente vivo.E até quando os barulhos vão deixar pra trás os trovões? Eu preciso de nada, porque o silêncio é a mais firme presença do nada. Me conserta, me conserva e posso ouvir o raio que vem a mim bem devagar, o raio que é a presença, o convite e a ausência do que tanto quero. Nas 18 dezoito paredes nada mais é concreto, tudo é loucura, continuo a procura, e cada mergulho traça uma forma, a cachoeira que cortina os povos errantes... Não corram ao primeiro trovão, abracem-no como um irmão, e sintam a lava exibida, colorida e fria escorrer no teu corpo.Tudo o que se precisa é que chova um pouco por aqui, assim acabam todas as soluções, imaginem os problemas! O universo anda demais comigo, os rádios só tocam as outras músicas, nos palanques vozes que só sabem estrelar, nas páginas o sexo ainda vai passar, nas caixas sem embrulho um falso orgulho, tantos problemas, tantos problemas, e a chuva é o dilema... Nada (silêncio), porque eles não sabem! Deixe-os falar a vontade porque tudo que precisam é deixar chover por aqui!
Douglas Tedesco – 11.07.2008

quinta-feira, 3 de julho de 2008

TEMOS VAGAS (crônica)


Você pode até não querer fazer, mas também ninguém vai fazer por você.Você pode até querer negar. Mas se realmente foi, não negue, porque alguém mais vai ficar sabendo!Você pode até não gostar de amanhã, mas o tempo não vai parar no seu comando. É bem injusto, todos sabemos. Já que o tempo trabalha para nós. NÃO, é ele o nosso patrão, autoritário e frio. Se realmente fosse ele quem trabalhasse para nós, os dias teriam 482 horas, sem alterações no clima e sem indisposição! Mas não é assim, por isso o tempo é nosso maior inimigo e nosso maior aliado... E vai fora dos nossos limites que não façamos tantas coisas ruins, que não façamos tantas caras feias, que não esqueçamos das coisas que precisamos lembrar. E sobre tudo que não façamos nossas vidas tão medíocres... Tudo isto dentro deste tempo já tão velho e determinado.Por puro respeito, ódio, insegurança e sabedoria que todos os relógios, cronômetros, ampulhetas, despertadores, sol e lua imploram: não seja muito medíocre! Tenha também este respeito por eles, e por si só mesmo... Não fique em casa de terno e gravata. Não cozinhe de salto-alto e maquiagem. Não passe direto nos canais de desenhos e propagandas idiotas. Não coma somente verduras, produtos naturais e coisas 100% saudáveis. Não use suas melhores roupas somente para ocasiões especiais, de vez em quanto vista-as e vá ao mercado ou passear com o cachorro. Não jogue foras entradas de cinema e teatro, arquive e um ano depois que começar veja e orgulhe-se de todas as peças e filmes que já viu. Não diga que não está interessado logo de início para “não perder tempo”, primeiro pergunte bastante, depois simplesmente diga que não quer e pronto.



Nós pensamos que as coisas são rápidas, que tudo é num estalar de dedos, e, de repente, queremos que Iracema vire Pocahontas, que a cadeira de palha seja poltrona, que as secretárias não sejam nem um pouco cretinas, que atores animem festas infantis, que exista mágica para limpar e organizar todas as coisas, que saibamos nos teleportar para onde for preciso, que as brasileiras mais bonitas não sejam tão vulgares, que não haja tanta pornografia na internet, poder confiar em todos os vendedores, aprender algo bom com as músicas mais atuais, ter Pamella Anderson ou feiticeira em nossas camas, um eterna continuação de Harry Potter, nada de calorias em barras de chocolate... Mas o mundo levou sei lá quantos milhões ou bilhões de anos para ficar do jeito que está, e cá entre nós: está perfeito? Você mesmo levou no mínimo uns seis meses para nascer, oito horas para sair do escritório definitivamente, então como querer destruir e reconstituir a via lacte a seu gosto em um dia ou dois?
Mas são estas coisas, pequenos sonhos diários e involuntários... Realizáveis? Quem sabe? Pois as únicas certeza que temos são: todos vão morrer, todos vão envelhecer, nada do que se desejar vai cair do céu, ninguém vai bater a sua porta oferecendo felicidade instantânea numa embalagem de 500 gramas, alguém vai nascer amanhã, o sol vai nascer amanhã e você não será o único a vê-lo e senti-lo, anda irá encontrar aqueça pessoas que quer destruí-lo.



São pequenas idiotices diárias, mais do que necessárias: ao menos uma vez na vida ir contra a escada-rolante. Cantar ou encenar em frente ao espelho. Imitar o jeito como alguém fala. Ir até a janela e olhar pra rua porque pensou que alguém está lhe chamando. Cantar aquele pedacinho de música que não sai da mente, e depois se arrepender por isto. Dormir mais cinco minutos depois que o relógio desperta, falar escovando os dentes. Quase ficar cego com o sol da rua. Ler algo que não vai lhe acrescer em nada. Ignorar alguém ou algum fato importante. Deixar alguma coisa cair no chão e ficar fulo por isso. Falar um palavrão. Ficar intrigado se “aquelas” palavras foram uma brincadeira ou estava realmente falando sério. Procurar alguma coisa. Rir de algo que só você achou graça. Ouvir, ou falar sem querer uma fofoca. Fazer xixi de porta aberta. Fazer as contas para comprar alguma futilidade que acabou de ver. Bocejar. Mascar chiclete e guardar na geladeira para mais tarde. Conversar com seu cachorro como se ele fosse seu filho recém-nascido. Esperar por algo indesejável. Trocar uma palavra com algum desconhecido. Ter de cumprimentar alguém que você não gosta. Sentir preguiça depois do almoço. Arrumar uma pequena bagunça. Juntar o sabonete. Dar uma topada em algum lugar. Descobrir alguma coisa nova. Olhar no relógio. Colocar alguma porcaria cheia de bactérias na boca. E além destas brincadeiras do destino, ainda existem os problemas. Pequenos problemas diários que temos de esquentar a cabeça, ou achar engraçado, mas resolvê-los. Não tente escapar, aceite-os, pois são eles quem movem nosso dias com naturalidade e sem monotonia. Porque, pense... Seu dia de anteontem não foi exatamente como o de ontem, e nem está sendo como o de hoje, e certamente o mesmo acontecerá amanhã. E ainda os sonhos, as posições e lugares que queremos chegar, tudo que queremos ter e com quem queremos estar. Os sonhos são grandes problemas, e quem consegue resolve-los significa que realizou seu sonho. Pequenos problemas regem nosso dia, um de cada vez, grandes problemas regem nossa vida toda.




As grandes coisas só são grandes porque existem as outras pequenas, e como num quebra-cabeça, tudo se monta... Em vidas únicas que se interligam, se dividem, compartilham e disputam. A vida é uma guerra e você é meu inimigo. Um inimigo cheio se sorte, mas a sorte não existe, ela é um golpe do destino que apelidamos assim, uma pequena elevação do destino, e daí as coisas boas acontecem. E você já se deparou como estas elevações acontecem em sua vida? Não querendo ser pessimista, ou pregar a paz mundial, mas diante de tantas pessoas que estão na rua, com fome, com frio, sem escola, sem saber ler ou escrever... Você está aqui lendo este texto! Cai na real, você é muito sortudo, quer dizer, tem freqüentes elevações no seu destino.
Faltará mais água, faltará mais comida, faltará conforto, porque muito antes faltará idéia e consciência. E até tudo mudar, até tudo faltar, temos ainda que lutar. Porque não existem caça-talentos, não existe oportunidade, não existe sorte... Existem vagas: Ninguém vai lhe chamar para um emprego se não existir a vaga para este emprego. Ninguém vai ser chamado para atuar em um grande filme, se não existir a vaga para aquele papel. Ninguém vai encontrar um grande amor, se não existir aquela vaga da parte de outro alguém também querendo encontrar um grande amor. Ninguém vai nascer ou morrer, se não houver em ambos os planos para tanto. Então saiba, e conheça exatamente aquilo que deseja, e pense positivo para que seu destino dê uma elevada e encontre aquela vaga.
Portanto realize, erre, faça descaso, caia e levante, se orgulhe, não meça esforços e se mostre indiferente, chore, tropece e cumprimente, comece tudo outra vez, porque para fugir da desumanidade, sempre temos vagas! Faça isto tudo, os pequenos atos diários mais do que necessários e assine seu atestado “anti-mediocridade”! Isto torna as coisas bem mais fáceis e agradáveis para seu tempo e destino, eles sorriem e agradecem.
Douglas Tedesco – 07.05.2008




Você usou polainas, jogou detetive, brincou de mola, ou ficou apaixonada por Tom Cruise em Top Gun? Teve um cubo mágico, usou relógio troca pulseira, brincou com os bonecos do comando em ação enrolou fitas K7 com caneta? Então você também curtiu o som de Cyndi Lauper. E se para você Cyndi Lauper ainda é aquela garota que só quer se divertir, o novo CD da cantora vai surpreender. A popstar, que tomou de assalto os anos 80 com o hino-hit "Girls just want to have fun", está de volta com "Bring ya to the brink", que chegou há algumas semanas. Muita gente pensa que ela sumiu, deixou a carreira, ou até mesmo faleceu. A garota se tornou uma mulher - hoje ela tem 53 anos - atenta com o que acontece ao seu redor. Sua voz continua a mesma – uma das mais poderosas do mundo – seu estilo e trejeitos também! A idade não afetou a alegria e o dom de transmitir a alegria que Cyndi Possui. A voz de Cyndi é um capítulo a parte, capaz de alcançar notas altíssimas e com uma afinação ímpar. Só isso já é suficiente para colocá-la à frente de outras divas do pop, que andam achando que cantar é gemer e gritar, enquanto um rapper faz aquelas "participações especiais" na faixa. É interessante notar como Cyndi muda o tom da voz como muda as cores dos cabelos. Algumas vezes sussurrante, outras em tom áspero e, claro, o tão conhecido agudo. Sucesso absoluto na Europa, Ásia e EUA, O CD está infinitamente melhor dos que a maioria das cantoras pop andam lançando, Cyndi tem tudo para uma volta triunfal. Mas agora o contexto é outro: as garotas não querem só diversão e estão aí para falarem o que pensam. Nem que seja numa pista de dança. E para os saudosistas, uma boa notícia: A Divã estará no Brasil em Novembro. Mais precisamente, bem perto de nós, em Curitiba, no dia 17 de Novembro, no teatro Positivo. Mais informações nas próximas colunas. Mas desde já preparem novamente as polainas, cabelos coloridos, balas de goma e minissaias, porque Cyndi Lauper estará entre nós, consequentemente, os anos 80 também!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Morrer das Letras - crônica teatral

1º Quadro

Escritor entra em cena, falando no telefone, está esperando uma ligação. Olha insistentemente para o aparelho. Senta.

Escritor: - Anda, toca! Toca, por favor! Eu imploro, só uma vez, eu juro que atendo! Vamos lá. Ann, nova mensagem recebida!
(nota uma mensagem, lê, tem uma taça de bebida em mãos)

Escritor: - Seu livro, não será publicado, não insista, temos coisas bem melhores que suas obras, obrigado e não insista! Gratos, sua escrita se tornou horrível!

Escritor:- Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...

(desliga o celular. Pasmo).
Escritor: - Vai pro inferno!!!! Eu sou escritor... Ou era, não sei de mais nada depois deste telefonema... Mas é chato ser escritor, é cansativo, é gostoso, prazeroso, tão bom!
Mas agora vocês me dão licença porque eu tenho de me matar!

(pega a corda, faz menção de se enforcar, briga com o público licença)
Escritor: - Se me dão licença eu vou cometer um suicídio agora... Será que vocês poderiam não olhar para outro lado, é que eu tenho vergonha!... (tenta se enforcar). Eu desisto, sei que estou sendo observado! Curiosos!

(volta a sentar-se)

Escritor: - A Carreira é muito difícil, principalmente o começo. Eu me lembro de quando comecei.

(música 1 em segundo plano)
Devia ter uns quinze anos, procurei um jornal, e publicaram uma poesia minha. Depois mandei um artigo, e gostaram... Então ganhei uma coluna semanal. E assim foi com outro jornal, e com outro, e outro... Crescendo sempre. As vezes me ferrava com todos porque não conseguia entregar nos prazos certos... Ah que maravilha! E participei de concursos, e me ferrei em muitos também! Mas ganhei muitos prêmios, e era bem conhecido na internet, e em algumas coletâneas fixas. Até que lancei meu primeiro livro de poesias, e depois de contos. Até que consegui inventar uma boa história de ficção, com romance, que na verdade, lendo bem, era horrível, muito ruim mesmo, mas o povo gostou... E assim sucessivamente, tendo de deixar algumas coisas para fazer outras. E crescendo, crescendo... Aí quando alguém lhe encontra, parece que está falando com um alienígena, ou Edward mãos de tesoura, ou Sharon Stone em Instinto Selvagem, e lhe perguntam: “Como você escreve?” Eu digo: “bem, você freqüentou a escola, ao menos o primário?... Então, é exatamente da mesma forma que você faz!”

Escritor: - Porém há justificativa para a pergunta dela, pois escritores são uma das espécies mais estranhas que vivem na terra. Eles tem manias horríveis, são realmente seres de outro mundo. Alexandre Dumas, por exemplo, quando começava uma obra, não parava até acabar. Não se movia dali, e só se alimentava de líquidos. Verlaine, o grande poeta francês, só trabalhava drogado. Victor Hugo, escrevia de pé até quatorze horas seguidas. E eu mesmo tive algumas manias um tempo depois que comecei. Houve um tempo em que só escrevia em papel de carta, da ‘Moranguinho’, e depois só em papel higiênico de folha dupla aromatizado, de pêssego. Mas isso tudo acabou, aliás, eu acabei.
(para a música 1)

2º Quadro

Escritor: - Comecei a ficar sem inspiração, e inventei de viajar por aí para ter idéias e poder escrever. Mas desisti logo depois. Passei por todo Brasil, e em Brasília participei de um congresso nacional de escritores, e logo que entrei, prestei atenção numa roda de conversa cheia de sotaques, de todos os lugares, até de outros países.
Escritor: (baiano) - Oxi, acho que vi você lá em casa, na orelha de um livro que tenho bixim!
(carioca) – Sabe cara que pode ser mesmo, porrrque já lancei vários.
(paulista) – Pô mano, e como é que tu consegue cara, porque tipo assim, sem noção, é muito difícil lançar, muito difícil messsmo, porque tipo assim,meu, sem noção.
(mineiro) – Ara, mas deixe de besteira moço, que é fácil por demais da conta. Hoje em dia querem é saber do dinheiro, não importa se a obra é boa ou ruim, conselho editorial, é uma coisa que ta bem caída sabe.
(gaúcho) – Mas bá, a literatura nacional tá uma barbaridade! quem tem mais é que ta melhor, e nas editoras públicas leva um tempo pra lançar que Deus o livre guri!
(americano) – Oh, mas em partes, a culpa é do público que prefere obras que divertem e não precisem pensar.
(francês) – Quanto mais se envolver com a história, quanto mais possibilidade de realidade, mais o escritor conquista os seus leitores.
(português) – Ah, ora pois o gajo, que o mundo mudou muito, e quase todos preferem abrir uma página na internet, do que a página de um bom livro o pá!
(italiano) – Madonna mia, será que questa gente vai trocar o marca página pela barra de rolagem ann? Dio santo, porca Miseria!

E dali fui embora, porque a questão era realmente pesada: a literatura virtual ameaçava a real, e tanto sotaque até dava dor de cabeça. Mas andando por uns grupinhos que esperavam uma palestra, eu ouvi um sotaque delicioso inquestionável que dava todas as soluções:
(catarinense) – Ai nego, tax tolo! Té parece que essas cosa da mudernidade vão mudar a nossa literatura. En, em. Tu deixa de bobagem. Nós temos que pensar positivo. Invés duma coisa medonha, vai ser é bom quirida, porque tudo o que os escritô tem em página vão poder ter na intirnet nego... Ann, Tax Tolo!

Chegou um tempo em que eu não conseguia escrever mais. Eu não sabia mais. Ou será que nunca soube? “Como você escreve?” “Da mesma forma como você!”

3º Quadro

(O escritor pega as rosas, espalha no chão)
Escritor:- Eu estava perdendo minha arte, se é que a tive um dia. Eu precisava de uma musa, e escolhi uma moça por qual me apaixonei, ela era telefonista, mas o modo como ela falava ao telefone com os clientes não dava muita inspiração, e logo desisti.

Escritor: (telefonista) - Bom dia sol, bom dia flores, bom dia bactérias, bom dia micróbios, bom dia telefones, bom dia fibra óptica.
Bom dia sol, bom dia flores, bom dia bactérias, bom dia micróbios, bom dia telefones, bom dia fibra óptica, (o telefone toca, ela atende, muda totalmente o tom) Bom dia! Central, Danileudilene falando... Danileudilene senhora... Dani – leu – di – lê – ne! Exatamente... Um instante senhora, por favor seu número de RG, agora seu CPF por favor. Há quanto tempo tem telefone? Sempre utiliza nossos serviços? Já conhece nossas promoções? Seu endereço por favor... Ok, em que posso ser útil? Não sou eu quem realiza este processo senhora, um minuto, vou repassá-la para o setor responsável.

(Dani simula musica de ramal, muda o tom de voz)

Central falando, bom, dia! Por favor seu número de RG e CPF... Endereço completo? Há quanto tempo tem telefone? Sempre utiliza nossos serviços? Já conhece nossas promoções?... Pois não, em que posso ser útil? Este serviço é em outro departamento senhora, vou repassá-la para o ramal deste setor, algo mais em que possa ser útil?... Infelizmente esta utilidade não consta na nossa lista de serviços, não senhora, introduzir objetos cilíndricos em minha vagina ou anûs no horário de trabalho, não é possível... Porque se fosse possível!!!... Não senhora, minha mãe está em casa cuidando da família dela, e não cometendo estes atos. Esta informação de sermos todas prostitutas não procede senhora! Algo a mais?... Ok, a empresa lhe deseja em dobro todos os votos que a senhora nos faz, e torcemos fielmente para que sua vida seja bem ruim, para que a senhora sofra um terrível acidente e tenha o corpo repleto de feridas profundas e fraturas expostas, e que tenha uma morte bem lenda e dolorosa, e que coma fezes, e seja incrivelmente violentada em todos os locais onde passar... É a sua mãe senhora. Tenha um bom dia, a empresa agradece a ligação, sua imensa e horrorosa otária!

(desliga o telefone)

Telefonista: - Nada como saber manter a calma!

(O telefone toca novamente, Dani atende)

Telefonista:- Você ligou para a central de telefonia, para ter conhecimento de nossas promoções, disque 1, para atualização de dados, disque 2, para informações, disque 3, para falar com uma de nossas atendentes disque 4, mas pelo amor de Deus esqueça esta opção, para fazer reclamações ou opinar, disque 5, para, para xingar meus parentes, disque 6, para xingar apenas minha mãe, disque 7, para dizer que a minha voz é muito sexy e sou linda e maravilhosa, disque 8, para ouvir novamente as mensagens disque 9, ou aguarde... Danileudilene falando, bom dia... Dani-leu-di-le-ne, isso... número do seu RG por favor... Ah é você? Sua safada, tu de novo, vai ver se eu to na central de telefonia do Iraque, me esquece sua mal educada. É a sua mãe querida, sua horrorosa, desclassificada, sua baixa, coisa íntima, seu resto, sua sobra de domingo, ahhhh.
(desliga o telefone) A vida que pedi a Deus...

Escritor: - Não era muito inspirador. Aliás, a língua portuguesa num todo não anda muito inspiradora. Fomos de Águas de março, Edite Piaf, ao “Créeeeeeeeeeu, Créeeeeeeeu, ou “Piripipiripipirigueti”! De um tempo em que falavam; “O que vós missê deseja?” para: “O que que tu qué cachorra?”.
Eu quis várias vezes passar por esse momento, porque desistir não é fácil. Existem vários Waldirs Gomes, Márcias Reis, Celsos Leais, e Willians Brenuvidas, e eles são difíceis! (música 2)

(ele distribui as rosas, á algumas mulheres)

Escritor: - “Não sinta, nem minta. Exista pelos simples fato dos dias perfeitos, do que preferimos não ver. É o silêncio que edifica, certo, certo, só no silêncio que a confiança habita.
Eleva tuas crenças, reza pelas vidas que não existem, pelas santidades imaginárias. Isso é uma prece, e toda crença e reza... Promete!
Ainda estuoso é o teu resto, que vem como prece maldita. Sem confiar nas leis. Ata-me, mata-me. Deixe a escuridão me pertencer, e assim a terra não sentirá o pavor do meio-dia”.

Mas tem quem prefira e classifique, coisas do tipo: A porta era amarela, de ficou azul com meu pensamento azul, e coloriu todo o mundo em que eu vivia, porque colorido era meu pensamento! Lindo né?
O que é Literatura afinal? (para música 2)

4º Quadro

(pega papel e lápis, ou caneta e tenta escrever - música 3 - ele tenta escrever algo, muda várias vezes de posição nas cadeiras, se mexe, e faz poses diversas, calado – para música 3)

Escritor: - Não consigo! Não mais. E queria tanto sentir só mais uma vez o sabor, a sensação de ter em mãos um novo livro. É exatamente como um parto! Você fica ali, esperando as palavras finais, e o último ponto, e o prazo estourando para chegar na editora, várias pessoas sempre lhe ajudando)

(simula um parto de caras e bocas, faz pose de parto e se conserta, força, respira)
Escritor: - Infelizmente cheguei na menopausa, sou estéril. Mas poderia me dar bem com os inexperientes. Conhecer uma bela e jovem chefe de edição, e seduzi-la, traze-la até aqui para um jantar romântico, fatal!
Mas ela também pode ser uma tarada! (pensa, muda a sugestão). Unnn.

(ele simula ela chegando, e atendendo-a, antes arruma a casa imaginariamente. )

Escritor: - Olá meu bem, como é bonita a cor da sua roupa íntima!
Editora: - Oi, tudo bem? Nossa, acho que hoje vou conhecer outro lado de você! Adoro homens “multifacetados”!

Escritor: - Outro lado de você foi realmente ótimo querida! Sim, você conhecerá outro lado deste homem “multifacetado”. Um lado sedutor, carnívoro, fatal, sexy, ousado, esperto, charmoso, “multifacetado”. Que adora trazer belas garotas e depois as cozinha em fogo alto e chupa seus ossinhos depois do almoço!... Linda, “multifacetada”!
Escritor: - penso que seria perfeito e então ela descobriria meu verdadeiro lado, brigaríamos como loucos, quebraríamos a casa toda, entraria com uma ação na justiça, e sairíamos no jornal, no xingaríamos de tudo na frente de todos... Como seria lindo, com certeza a melhor briga da minha vida!... Se fosse real!

Escritor: - Mas tudo tem de haver um fim, nada é eterno, nem em palavras!

(música 4, recolhe as rosas das mulheres enquanto declama)
Escritor: - Num tablado iluminado se sonha, sob o calor do foco realiza-se uma vida de cenas partidas. O eterno presenteia a humanidade num gesto de infindável segundo, decorado em enredos bem cuidados pelo tempo, estreando ao desabrochar dos dons. Dotados de defeitos perfeitos, era pra ser assim toda lei da humanidade, pra terra sentir-se menos feia, e os caminhos não jogarem os rastros em vão ! Ninguém nunca vai saber... Pode continuar a fazer!
No teu rosto escuro, molduras enfeites de cores.
Quem será que se esconde naquela face?
A tortura de um brilho em milhões, e brincar de ser, fantasiar o que não se vive!

(pega a taça, bebe e fala com as rosas nas mãos)

Escritor: - E não me venhas com rosas humildes e magnatas, porque se me disseres, “do tamanho do meu amor”, eu lhe digo: “Do tamanho do meu amor” (esquema das rosas). (para música 4)Determinados! Alforriados! Olhando pra luz pra ver a chuva cair, caminhando aos destinos sujos sem poder sair... É do senso humano querer sem precisar, não faz parte do plano de total humanizar.

(música 5 ,larga a taça, relaxa na cadeira com as rosas, fala fraco, morrendo)

Escritor: - Seja o tudo de nós o quanto, hábil força do quando. Seja pelo surto, seja pela lágrima, seja para enfrentar a realidade e clamar a todo que seja... Bem vindo á vida!

(tempo de música, para a música 5)

FIM
Douglas Tedesco

Taças ao Chão




O requinte de um brinde, com mais requinte se paga! Ela não esqueceu o beijo, ela não usou as dúvidas, calçou as súplicas, engoliu os timbres... Espelho imenso e morto e tenso quase intenso de densas vaidades... Não se vá idade!

Ordinárias princesas, não se esqueçam das taças á mesa. De tudo que é poesia, dos meus medos e maestria.
E agora?
Fecha os olhos e dorme!
E amanhã?
Abre a alma e entorpece!
E depois?Coloca em aguardo, não enlouquece!

A ética são os cacos que ainda não juntaram. A razão é o toque-a-toque propiciando uma tragédia. A desculpa é o sorriso quatro milímetros a mais por face. Os corpos são porcos, e as misturas puras. Tudo parado nem um raio ofusca.

Seja ou não seja, não esqueça presidente, taças a mesa. Opacas cerejas, Betty Boop please não mexa nas taças a mesa. Vasto mundo delirante em perdão. Monroe e Rita Lee espalhem mais taças no vão!

Não chora! Lá fora escutam os teus suspiros! Isso não pode haver suspeitos, e lágrimas condenam esse champanhe sem gosto, o modo indisposto com que tratas minha delinqüência inocente: um castiçal, uma janela, garrafa cheia e meio par de dentes.

Um herói regressa. O líquido ainda borbulha nas mãos de quem não sabe beber. Burbúrios malvados e batom pesado. E,m breve, nada de leve para recuperar os ânimos por silêncio e sangue... Talvez precise é de mais um crime, talvez mais taças ao chão lhe anime!


Douglas Tedesco – 08/04/2008

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Quem iria Saber ?




Lindo?
Quem, o amor?
Não. É lindo quem disse que o amor é lindo.
Mas e por que não acreditam?
Porque sabemos que ele é real, e lindo é tudo que não é real. Porque é como queremos, e não queremos coisas feias, não é mesmo?
Não queremos coisas feias em nossas vidas, e justamente por isso elas existem! Pais e mães nunca querem filhos feios, e um casal pensando nisso, mesmo porque eles eram lindos, e não tinha por que (na verdade como) gerar um descendente feio. Nasceu de tempos depois (mais exatamente nove meses obviamente) Marla... Marla Braga Prado, também novamente mais precisamente. Realizada numa ceia de amor, menina linda, de futuro como modelo certamente, o primeiro concurso de boneca viva fez quando tinha sete anos, venceu, e assim continuamente como destino traçado a próprio punho tudo o que queria conseguia.... Filha única e ainda mulher. Mas por isso pensam que era mimada? Não, jamais! Mimos eram escassos, coisas essenciais de avó, e avós ela não tinha. Morreram em acidentes de avião, sumiram e um dia antes dela nascer uma se drogou até a morte, aquela família tinha um certo azar com avós, por isso os pais desejavam que Marla nunca tivesse filhos.
Mas era menina, até virar moça era menina, e saiu a noite, pra balada, pra ser engolida como um brinquedo na madrugada fria, aos 16 anos... Não era mais pura, a pureza estava além da alma, e muito mais além de seu genital. Aprendeu a gostar, a criar irmandade, as estrelas a amaldiçoaram a amá-las sempre. A noite tinha de ser sua amante, e desejavam-se uma a outra em qualquer fim de semana, mais forte que qualquer palavra ponderante de pai e mãe, que perigos infortúnios, que surras e tabefes mortais Precisavam-se, encantavam-se, sorriam sem ter noção da própria graça.
Aos dezessete a noite lhe possuía, Marla baladeira fazia o que uma cadela fazia, e mesmo assim era respeitada, de tanta beleza, malandragem e sedução estava sempre certa pelos discípulos da modernidade, pelos assinantes do tratado, da maquiagem, dos “bate-estacas” eternos e sabadeiros noturnos... Loba uivava e tinha quase um Deus em seus pés... Sabia o que fazia, queria, podia e digeria as bagatelas saudáveis de uma vida saudável apesar dos pesares, a loucura e a perfeita sanidade dos caminhos mentais corriam em cada gota do perfume da alma (perfume de lavanda com toque cítrico), não precisava de perfume de álcool, nem da bebida de álcool: sua alma cheirava bem, e por si só exalava-se á humanidade! Era a rainha de um povo de uma cidade pequena, sem muitos conflitos, sem muito no que acreditar ou seguir, então ela era fábula, porque era linda, simpática, animada, sua aura resplandecia em cores uniformes e ecléticas que só quem se lava num frenético balançar de esqueletos, de clamar pela próxima música e aplaudir a anterior é que deve possuir! Um mito, musa e medo!
Porém não em sua conturbada e colorida rotina que conheceu Ramón. O que dizer de Ramón? Descrições clichês e beleza infinita? Conquistador barato e safado? É, com a certeza igual ao do sol e de um dia novo que sim! Sim para as coisas escondidas entre estas outras. Ele chegava de pouco tempo na sua terra natal, a europa, mas falava o português como um nativo e abandonava o espanhol, sua língua raiz, para almejar as moças de desejo, um aja em vista desde que o sol nascera muitas vezes era a dama Marla Baladeira, da noite e dia etecétera e tal.
Era depois do almoço, nem sesta fazia, seu esporta favorito era pedalar, quase voar sobre aquelas duas frágeis rodas de Calói e seu banco desconfortável... pegava um caminho de um bosque bem perto. Eram árvores a lhe cumprimentar toda vida, caminhos sem obstáculos ou raízes traiçoeiras, mas sim de pedregulhos faceiros pelo que lhes massageava. O vento, bem menino o vento, quase brisa, lhe dedilhava as maçãs coradas, e neste momento depois de um gemido por cisco em seus olhos, atrás de uma envergonhada árvore Ramón nada noticioso jogou um graveto por entre os raios da roda traseira, no que estacionou o veículo por um instante, a fazendo perder o equilíbrio e deleitar-se aos tais pedregulhos faceiros, manchando-os de sangue de seus joelhos. Xingou alguns palavrões e logo teve a presença de Ramón, a observando, contendo risos e de mão proposta a lhe auxiliar. E ali, naquele juntar de mãos e cara enjoada, estragada pelo tombo, nascia uma espécie de amor, de bem querer louco pelo encanto do momento, mas não de momento, ali, prometia eternidade. E se ajudaram, e entre as sombras e clareiras do astro rei conversavam, trocavam olhares, e apaixonados viram-se como tatuagem um no outro, como um só num sexo bem feito por entre as folhas.
O que fariam agora? A rainha da noite, dos dias e da vida inteira não se podia desfazer Marla por completa e deixá-lo comandar a situação: - Vamos dar um passeio, nos conhecer melhor.
E foi o que realizou, deixou correr como água sob a ponte aquele dia esplêndido. Passeavam até o anoitecer, ele parecia rico, pagava todas as coisas, inclusive o sorvete que tomavam na exatidão da conversa que mudaria a vida da purpurina em pessoa.
- Eu sou muito rico sabe, e estou procurando uma pessoa para curtir um grande festival de música na minha cidade.
Ele disse morar numa cidade conhecida há uns trezentos quilômetros dali. Um grande pólo de tudo, e acessível para todos, o sonho de Marla era viver lá, mas os pais eram fanáticos por aquela terrinha. A sua paixão pelo rapaz e pelo lugar não omitiram a felicidade juvenil: - Nossa, eu amo aquela cidade. Se você quiser eu posso ir para lá, agora mesmo.
A rebeldia de sair sem avisar, de sumir do mapa, de criar suas asas e voar sobre toda a terra e poder cuspir veneno mortal nela, era mais alto que qualquer voz. Do que os pais daquela rainha... Vamos!
Era o que ele queria ouvir. Uma canção rara numa voz ainda mais ilustre e difícil. A voz que ouviria dali a frente, em todas as pegadas, acertos e mancadas, o timbre sem escapatória de qualquer hora.
Passaram numa loja onde não a conheciam, e encheram diversas malas de roupa nova, suprimentos, mantimentos, um celular novo e um número novo. Teve o prazer de ver o seu antigo aparelho estilhaçar-se contra os tijolos fortes da parede velha. No seu carro importado eles eram donos do mundo, uma sensação que há muito ela já desfrutava, mas agora era maior o caso, e desconhecido.
Coisas foram se desenrolando, desabrochando e expondo-se em querer e não querer durante o percurso louco de suas vidas também muito loucas, as estradas bem rodadas com marcas de pneu e de secura comum de asfalto, de quem a chuva já não beijava com medo de ser atropelada. Seus grandes óculos escuros mexiam-se em cada gargalhada pela estrada. Ainda não estavam perto de chegar ao correto destino, tampouco se encontravam próximos do local de partida. Os pais ainda não deviam estar preocupados, poderia ficar sumida durante dois dias que não se preocupariam, era isso o normal dos fatos de seu lar. Já ele, nem família tinha, o dinheiro era todo herdado dos pais. Dirigia firme ao volante de couro com detalhes em brilhante do carro conversível, parecendo preocupado com algo, mas sempre negava ás insistentes exclamações da companheira. Ela precisava parar, ele relutou, não queria, mas acabou cedendo ao tom repetido da voz ao lado. E foi fazendo xixi no imundo banheiro do posto de gasolina que ela refletiu o que vivera, a meia década que se passara desde o momento em que caíra da bicicleta. Os ralados já haviam secado, e só ardiam um pouco, mas era relevante a tudo que estava acontecendo, enfim a sua loteria, a sorte grande na sua cabeça, e principalmente em se corpo e bolsos. Quanta coisa boa, quanta coisa maravilhosa tinha de fazer... Depois de algum tempo levaria os pais para morarem em sua mansão, ou na casa da praia. Saiu do banheiro e viu a polícia conversando com um frentista, ainda na porta do banheiro ajustou a calcinha fio dental, e saiu olhando para o frentista e o policial, mas antes que desse dois passos Ramón a puxou pelo braço, e a levou de arrasto até os fundos do local. Assustada, ela ouviu: - Nós temos que sair daqui agora! Ele estava trezentos e oitenta e duas vezes mais assustado.
A mentira não venceu a realidade. O carro era roubado, e agora além dele, procuravam Marla Braga Prado como cúmplice. Um bofetão brindou no rosto bonito e jovem, os cinco dedos da garota má. Mais um e outro pra terminar sua intensa raiva de segundos: -Por que não falou, seu bandido... (e um esquadrão de palavrões seguiu-se até o fundo do olhar) – Eu vou me entregar, não devo nada a ninguém.
Mais uma vez como um gancho, seu braço ficou nas mãos dele, puxando-o, e a palavra masculina a fez desistir do ato: - Você será presa. Estava comigo no carro, e eles sabem disso, estão procurando nós dois.
Todos as anteriores cadeias abriram-se mais uma vez contra Ramón. Até que a polícia se foi, e mais aliviados viram um carro velho, onde uma mulher grávida e duas crianças estavam tristes. Estacionou perto de onde se escondiam, e fingindo ter uma arma sob a camiseta tomou o carro velho e sem cor da pobre grávida. Marla escandalizou-se e viu com quem estava se metendo... Arrependera-se como um rei que mata uma nação, como uma garota que tem sua primeira vez com o cara errado. E não podia mover-se muito, qualquer deslize certo seria errado, tudo o que sonhara em parecer, não em ser estava se concretizando: uma criminosa, robusta fora da lei. Era só sonho, vontade de imagem de adolescente com fama de rebelde, mas a realidade no coração e na alma seriam insuportáveis, estavam sendo insuportáveis.
No carro, muito brava, sem qualquer lágrima, mas vontade de acabar com aquilo, de tornar tudo um pesadelo, e num ronco mais profundo fosse acordar, seguiu calada em alta velocidade ao lado do motorista infame. Entraram no coração da cidadezinha, e avistaram num campo, em frente a uma casa um ultra-leve.
Muito bem, decidido golpe bem sucedido do destino... Conseguiram viajar até outra país. O veículo era novo, e estavam quase na divisa de seu país, cometendo loucuras. Ela morria de medo de avião, mas ali o maior medo era ter de ficar anos pagando pena, aturando carcereiros retardados. Pousaram, e andaram um pouco receosos pelas ruas pequenas, dois policiais conversavam e os avistaram rapidamente como robôs programados a matar, e passaram alarmados a lhes perseguir. Até o sol olhava assustado, queriam os pássaros piar canções de morte esperando a boa vinda do casalzinho aos céus... A morte e a morte parecia os esperar... E correr, correr, correr era o mais certo a se fazer. Fôlegos eternos lhes acompanhavam, tropeços, obstáculos e o desespero da adrenalina era uma conjunta obra de arte... Menos para quem a vivia.
E a fuga alucinante percorreu meio planeta terra naqueles poucos mil metros. Como podia aqueles infelizes estrangeiros, gritando coisas que não entendiam saber que tinham feito algo de errado? Marla entrou em um galpão, um policial a viu. E para ajudar a heroína malvada, o ambiente era de pouca luz e repleto de lugares para esconder-se, sujou sua blusa de óleo depois de subir escadas, ouvindo seus passo ecoando na lata dos degraus, o suor lhe coçando a sobrancelha. Enxergava pouco, o que significava que ‘eles’ também enxergavam o mesmo tanto. Entraram no ambiente quietos, de armas em punho. Vasculharam todos os locais, subiram a maldita escada, e ela sentiu pernas cortarem a pouca luz que ainda havia. O coração apertar e fazer a impossibilidade de se encolher ainda mais realidade, e dentre a inúmera confusão de sentidos, gostos e emoções que estava tendo naquele momento, percebeu que Ramón não estava ali, estava sozinha e sabia que ia morrer, era questão de tempo. Viu as pernas de uma calça azul marinho passar a centímetros dela, ouviu a respiração vinda das pernas, paradas, observando. E assim como veio, se foi, sem levar ninguém consigo para o melhorar da criminosa. Conseguiu sair dali intacta, invisível e cheia de medo. Suja e com fome. O bandido maior a viu passar e outra vez ela quis matá-lo, ele estava também no galpão. Ali ela o bateu e chorou como jamais os olhos e o cérebro lhe permitiram ou permitiriam outra vez, era choro de uma vez só, de maior praga da humanidade, coisa feita pra trazer o mau, o mau era ela, mas querendo bem, buscando o bem, porque no fundo era bondosa. Ouviram tiros e mais gritos, e tudo voltou a mente daquela garota, daquela criança num corpo esbelto de mulher. Correram para uma casa, ela apenas o seguindo, mais lenta, mais cansada, despreparada, não bandida. Na casa não queria ele somente fuga, mas ainda mais confusão, penitências e pecados. Uma família reunida orava em moldura á refeição á mesa, e com apenas uma faca e muito escândalo ele matou todos, deixando viva apenas a menina menor, para refém. Era muito sangue, descobriu as várias tonalidades de vermelho e até mesmo roxo que existia no interior de cada um de nós... Como era frio, como era chocante, e tudo tão rápido, tão sólido, de verdade e não pesadelo! A decepção da família, envolvida em assassinatos, um escândalo mundial, e por engano. Mas ninguém acreditaria, ninguém aceitaria, e o preço era tão destratado, injusto. A polícia estava apenas em frente da casa, e num grito alterado da criança,a mesma perdeu a vida tendo o pescoço afeiçoado pela afiada lâmina. Num outro impulso, de quase bandida, pois agora Marla sabia que não tinham porque não invadirem a casa e prendê-los, já que a refém morrera, saiu pelos fundos, deixando-o sozinho, e ele foi atrás largando o corpo ainda quente e seguindo Marla sem falar nada. Era uma floresta, mas no fundo, como nu túnel com um pequeno ponto de luz, havia uma estrada, com mais comércios e um grande centro possivelmente, e aos olhos da garota era o céu cheio de nuvens e anjos lhe esperando, e nem se tratava de salvação. Correu, correu, mais e mais (tirava forças de onde, se já não as tinha?),e diferente de qualquer fêmea de filmes de terror, não escorregou ou tropeçou em nenhuma raiz, mas ele a alcançava a cada minuto, era muito rápido. Sentiu mais passos trás de si, algum terceiro avançava o caminho, era uma policial. E correu, correu, mais e mais (tirava forças de onde, se já não as tinha?) chegaram quase juntos no outro lado, era o fim da linha, a policial estava atrás dela. Marla era agora espectadora de nem sabia o quê, porque não sabia o que fazer. Ramón lhe beijou a boca, e a policial calmamente o matou com um tiro na cabeça, de lado. Ele ainda olhou para seu amor com ar de culpado e pedindo desculpas. Caiu em seu colo (ela ainda tinha força de segurá-lo), de conseguir ver seu sangue lavar as delicadas mãos de unhas impecáveis que cultivava. A policial mostrou seu coração: - Os outros já estão chegando, venha comigo. Vai se lavar, e voltar para casa. Ninguém vai saber disso, nunca. Vou abafar a história até mesmo para os outros policiais, não se preocupe. Sei que você não é culpada, ele já fez isso com muitas moças. Vamos e ficará bem, e ninguém nunca vai saber.
E assim foi. Num hotel distante tomou banho, e limpou todos os vestígios daquela loucura, daquela passagem de tempo em que viu outro lado da vida. Mas jamais esqueceria que amou muito aquele bandido, e que o teve sem vida nos braços.
Todos os indícios de sua participação no caso foram apagados, e as 9h da manhã do dia seguinte entrava em casa, como tudo normalmente acontecia. Cumprimentou seus pais com um terno beijo no rosto, rosto frio, mas cheio de carinho e saudade. Sentou-se para tomar com eles, e viver sua vida de baladeira, rainha da noite, porque ninguém iria saber, e porque ninguém dali pra frente seria mais feliz do que ela.

Douglas Tedesco – 04/2008

quarta-feira, 26 de março de 2008

A EPIDEMIA BLOGUEIRA


Foram-se os tempos em que pegávamos numa tarde um livro, e o devorávamos sem mais nada a optar naquele ramo. Porém nem tudo que vai quer dizer que morreu ou deixou de existir. O fato que quero dizer é que a coisa toda dentro desta tal literatura: amplificou-se! Diversas vezes não corremos os olhos em prateleiras, mas baixamos um arquivo no computador. Não vamos á biblioteca, entramos num site... E será que por conta disso, da mudança no modo de fazer, também se mudou o resultado?
Há os que digam que sim, em contrapartida os que defendam que não. Trata-se de uma questão de ponto de vista, já que após o modernismo não há correta ou incorreta definição de literatura. E não partindo do modernismo, mas da modernidade, ficou mais fácil ser escritor no modo social do fato.
De qualquer parte do mundo, a qualquer hora, alguém pode ler um texto seu, ou um simples comentário, enfim, o que você quiser, através dos blogs. Trata-se de uma página pessoal, com direito a inúmeros benefícios que permite expor as idéias de forma personalizada. E como ficam então os sites de literatura, e os próprios livros em si? Da mesma forma que sempre ficaram, já que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. É existe aqueles que lutaram para se solidificar no mercado, criar a marca, e acham injusto outros conseguirem “quase” o mesmo de forma tão fácil, em poucos ‘clicks’. É julgado tanto como forma de “intelectualização”, como também de inutilidade, ignorância, mas a verdade é que não tipo certeiro, pois é personalizado, tem marca pessoal, e nenhum é igual á outro... Mas conforme vão as coisas tudo tende a evoluir, a solidificar-se ainda mais... Tendo quem goste, quem não goste, quem admire, quem odeie. É prático, rápido e fácil, além de ser gratuito. O porém é que também há muita coisa podre, assim como em toda internet é preciso filtrar, por que também há quem se aproveite da boa vontade dos demais interessados O fato é que vão sempre existir daqui pra frente. É uma forma fácil de se comunicar, de ficar bem informado, de se entreter e de conhecer ao “próximo”. Basta entregar-se a esta virtual mania.


Douglas Tedesco – 03/2008

segunda-feira, 24 de março de 2008

Eu quem fechei os olhos dela

Se perguntassem o perfeito conceito da palavra LINDO, meu pai diria que lindo era tudo que fosse parecido com aquela manhã.
Isto fazia parte da história do dia de meu nascimento. Fora comovente segundo meus pais, pois fora uma gravidez de risco, uma vez que minha mãe sofria de hipertensão, e diabetes, e engravidou com trinta e três anos.
Contava meu pai, sempre em meu aniversário, pela manhã, comendo um gordo pedaço de torta sonho de valsa ou lambendo a base das velinhas do ‘parabéns’ repletas de glacê, que vivíamos com o médico em nossa porta... O destino tinha o péssimo hábito de fazer minha mãe passar mal diversas vezes, sem peridiocidade exata, ou sintomas rotineiros, tudo porque eu insistia em vir ao mundo.
Meus pais venderam a enorme casa de seis quartos e amplo jardim com begônias, e compraram uma menor. O mesmo aconteceu com potente e exclusivo carro de meu pai. Tudo porque tudo que ela precisava para ‘tentar’ manter a saúde estável durante a gestação era de alta bagatela, contudo não tinham escolha: eram os preciosos bens, o conforto supremo, ou eu. Certa vez, o primeiro médico que, contrataram, assim digamos, disse que era melhor abortar o bebê. O que fizeram? Além de o destratarem formidavelmente, o demitiram, assim digamos.
Minha mãe corria grande risco de vida horas antes do parto. Foi levada á sala de cirurgia quase que não para gerar uma outra vida, mas para não se entregar a morte. A tensão emanava de todos os corpos como transpiração. A equipe de médicos tinha como primordial foco, entre seu idioma particular, a máquina frágil, obtendo um ponto claro sobre o fundo escuro. Bailarino ele dançava de um lado a outro no aparelho, oscilava na tela ao lado do corpo indicando que ainda brilhava a aura daquele ser, que a criatura Divina continuava a soprar o maravilhoso dom... E assim ele permanecera quando eu já estava em seus braços chorando recém-nascida. Era poesia ver aquele minúsculo ponto sob a atenção de tantos olhos . Oficio inimaginável do mais potente artista, ter uma máquina orientando tantos homens... É assim mesmo: tudo começa de um ponto!
Bem, nasci. Meu pai faleceu quando ainda era criança, e não sei se é certo falar isso, mas penso ser a mais sofrida das pessoas na face da terra. Não ouço mais a história do meu nascimento em meu somar de primaveras, nem sopro velas cobertas de purpurina com base em glacê, nem como mais torta sonho de valsa, nem um pedaço sequer... Para não aguçar os desejos proibidos de minha mãe. Apesar de não consumir nada do que lhe é proibido, o simples oxigênio parece ser nocivo á minha amada.
Já não há mais pai em minha vida, por falar em vida, isso é uma coisa que realmente não tenho mais.
Ainda na adolescência saía a noite com poucos amigos para curtir as baladas dos anos 80. Estive em shows do RPM, Rita Lee, ganhei taras bem desejadas, eventos de estar cara a cara com ABBA, Cyndi Lauper, Roxette e tantos outros ídolos dos quais só a única coisa que me restou para saciar foi resmungar sem noção de ritmo as canções enquanto lhe dava banho ou o remédio.
Várias vezes que “curti as baladas”, quando voltei a encontrei no azulejo claro e gelado do banheiro, desmaiada e também gelada. Sabia que não era proposital, que ela não tinha a mínima culpa, porém no meu impulso adolescente de maquiagem borrada e minissaia, perguntava num efêmero sussurro: - Por que mãe? Por quê?
Seus olhos muito azuis atrás da cortina de lágrimas, seu rosto fundo e eternamente doentio me falava: - Não sei, mas desculpa filha, desculpa!
Depois de tempos, nem mais falar ela pôde. Um derrame paralisou todo seu corpo... E como eu queria ouvir suas inocentes desculpas.
A mulher que passeava comigo nas ruas fazendo bobagens e imitando os outros, que fazia coreografias das músicas do momento, que gritava em meu próprio bem, que imitava pessoas da televisão no meio da sala para não me ver tão triste... E o que mais gostávamos de fazer juntas, que nos trazia imensa paz e felicidade era desenhar. Não qualquer desenho, muito menos perfeito, mas com giz de cera inventávamos formas e usávamos cores diversas. No nosso planeta da mesa de jantar, com folhas sulfites e muito giz fazíamos disputas e parcerias em gravuras, rotinas e abstratos... Usávamos todas as cores, éramos criativas á valer. Sabia que as pessoas falavam de minha mãe, só falavam em sua tristeza nostalgia e dor, mas eu também sabia que não era só disso que ela era feita... Nós desenhávamos juntas, iguais, amando-se e isso era o melhor de nossas existências.
Mas aquela mulher que me ensinara tantas coisas essenciais não existia mais... Aqueles grandes olhos azuis que tanto me fizeram bem, eram inexpressivos. Aquelas mãos e colo que tanto me forneceram segurança, não se mexiam mais... Eu odiava dia das mães, qualquer data tachada de “familiar” era por mim repudiada, porque não tinha família de verdade.
Sim. Se a pergunta se tratasse de eu poder ou não pagar alguém para cuidar da minha inválida mãe, a resposta seria sim. Poderia, mas fazia questão de colocar as próprias mãos, pintar com meu próprio giz, pois tratava-se de gratidão. Porque nunca economizara sinônimos de “eu te amo”. E via as pessoas dizendo estas coisas e as abraçando. Mas minha mãe nenhuma reação teria, não me abraçaria ou responderia como o resto do mundo... Mas amor não é só vitrine, é na essência sentimento. Por tal sentimento calado que continuava a fazê-la desenhar: o giz em sua mão, variando as cores sempre, a prancheta, e a fazia desenhar coisas de nosso gosto, pegando firme em seu pulso... Ela parecia gostar e recordar momentos ímpares. Sempre que fazia isso, ela conseguia esboçar um leve sorriso, era seu único movimento instigado por toda uma cadeia de emoção.
Chegou o dia em que ela piorou. Achei nunca ser possível isso, mas o que eu sabia de certeza? No leito do mesmo hospital onde nasci, ao seu lado a mesma máquina de muitos anos atrás querendo dizer a mesma coisa por motivos bem diferentes.
Ali gastamos muito giz e muito papel, fizemos obras de arte incrível, até que eu cansasse, ou seu leve sorriso se desfizesse, mas isso não acontecia, e felizes virávamos a noite a registrar alegria em formas infantis na policromia de nossos cúmplices olhares.
Sabia que dali não haveria retorno... E nem mais me lembrava de como era sua voz, seu magnífico jeito de ser, o calor do seu abraço de mãe... Eram vultos as mínimas lembranças. Ficamos nos olhando e desenhando... Ainda escutava comentários das pessoas que só viam o que ela tinha de ruim. Foi quando o maldito ponto cessou sua dança, e apenas correu paralelo sem vontade: Tudo acaba num ponto... As enormes íris azuis fora de foco, então não esperei e fui eu quem fechei os olhos dela.
Se me perguntassem o perfeito conceito da palavra horrível, eu diria que horrível era tudo aquilo que fosse parecido com aquela manhã. Emoldurei todos os nossos desenhos, e não importa se alguns diziam que você era cinza como a tristeza, lilás como a nostalgia, ou verde bem claro como a dor... Eu conseguia ver suas cores verdadeiras, e eram todas muito lindas como um arco-íris.



Douglas Tedesco – 23/03/2008

segunda-feira, 10 de março de 2008

Café e Xixi dizem boa-noite !




Lá fora os pássaros beijam as flores, as borboletas piam, minhoquinhas sobrevoam as árvores, e todas as sogras xingam alegremente seus genros e noras.... Ah.... Como o mundo é perfeito!
E aqui dentro? A mesmíssima coisa acontece, porque na verdade estou lá fora. E estar lá fora me permite, ou será que me obriga? Enfim, a fazer muitas coisas já que o ano retornou, sim, retornou, o mesmo ano do ano que passou, igual, só que como não gostamos muito de coisas iguais por muiiiiiiiito tempo, somamos ‘mais um’, do que o anterior, eis então a receita de ano novo!



Ano novo significa UNIVALI nova... hehehe.
E na quinta –feira, dia 28 (grande palhaçada esta coisa de quinta-feira)
Nada de mais aconteceu, nada de mais uma ova! Porque rever os amigos e sentar naquelas cadeirinhas de almofada azul... É uma delícia. Porém não vi no primeiro dia o anjo pornográfico: Daniella Medeiros, nem a ninfeta da Thalita, nem a minha Betty Boop da Aline! Putz, fiquei muito puto, porque ninguém que eu realmente gostava pra caramba estava presente, mas em compensação o que tinha de pentelho não cabia na Biblioteca Central. E foi assim que acabou aquela porcaria de noite, embarcando num ônibus novo ( \o/ \o/ \o/) com dor de cabeça escutando conversa chata no fundo do buzão.







Porém, sendo sucinto, integral e alegre, porque coisas boas aconteceram, não fui a aula na quarta-feira, porque um concerto erudito por essas bandas me interessavam. Também não mais tomei café em copos de isopor com leite frio e um sorriso da moça sorridente do Dusky, mas tudo bem... Porque nem lembro mais quando, recebi uma punhalada no coração, um tiro certeiro, acharam uma bala perdida: Aline, Betty tomava chá gelado. Ali bem perto de mim, no outro extremo do corredor, com um copo em mãos quase maior que ela, escrito tentação do Mate, não resisti ao encanto da sua bochecha corada, beijei-a e a reprimi por aquele chá gelado que mais parecia xixi: “Por que não café?”
“É que estou com fome, e isso engana o estômago”... Ah sim, ela e sua incontestável sabedoria estomacal sobre si mesma! Passou ela então a oferecer o mijo gelado para algumas coleguinhas gostosas... E a parte mais importante... Prometeu que assim que desse, para ambos os lados, tomaríamos um café, e teríamos a certeza de uma boa-noite!














































































































































































Douglas Tedesco – 10/03/2008