quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

ENTREVISTA ENTELIGENTE







Esta é mais uma falsa história real, baseada nas histórias reais que se dizem por aí serem falsas. João Pedro, menino do subúrbio, bonito como nem havia descrição, e desde pequeno todos colocaram em sua cabeça que deveria ser modelo. Estudo não importava, boa educação não importava, era bonito e isso bastava, tinha de brilhar nas revistas, telas, passarelas e onde mais se agradassem de um rosto bonito. Cresceu, e conseguiu realizar seus sonhos, muito bonito mesmo, conquistava várias mulheres, e atingiu a fama por onde passava. Fez novelas, filmes (até pornográfico), ensaios para revistas, nas passarelas para muitas grifes... Era disputado, honrado, ganhava milhões. Até o dia em que uma famosa revista, muito culta, também muito procurada e honrada. Fizeram uma entrevista, coisa rápida, o famoso “bate-bola” com ele, e foi recorde de vendas, pois era a melhor revista entrevistando de forma inovadora e dinâmica o maior astro de todos os tempos... Confiram parte:

Porque esta carreira?
R: Porque não ia conseguir ter outra ‘profissionalidade’ com tanta beleza partida do meu interior.

Você sente prazer no que faz?
R: Sim, sinto, principalmente no sexo.

Qual é o seu limite para esta profissão?
R: Annn, o meu limite vai ser quando eu tiver que parar por algum motivo.

Qual é o seu sonho?
R: Annn, (ele pensa, sua cabeça deve estar realmente muito vazia) o melhor de todos foi um que comi em Los Angeles, na Itália, recheado de fios de ovos.

Qual seu objetivo de vida?
R: Ser feliz.

Qual seu prato favorito?
R: Desculpa, mas não sou ligado em utensíliários de culinária.

(após leves risadinhas, a repórter tenta de outra maneira)
E qual sua ‘comida’ favorita?
R: Sou bastante ligado em massas, tipo lasanha, macarronada com almôndegas, esse tipo de coisa, adoro este tipo de comida típica dos EUA.

Qual seu estilo de música favorita?
R: eu gosto de músicas que sejam legais de se ouvir, que sejam boas.

Qual seu estilo de roupa favorito?R: Annn, qualquer uma, desde que sejam caras e de grife.

(ela estava indignada, mas como era seu trabalho, tinha de levar aquela idiotice adiante)
Você está namorando?
R: É... Não. Não sei por que mas depois de algum tempo de conversa, a maioria das garotas desistem da minha companhia.

Você tem planos de ter uma família no futuro?
R: Não tenho não. Eu quero casar e ter filhos.

O que significa família para você?
R: É tudo que está na nossa árvore ginecológica.

(a repórter levantou, distanciou-se um pouco e riu muito, após recuperar-se voltou, mas ainda com um sorrisinho irônico nos lábios)
Qual seu livro favorito?
R: Bem, não lembro sabe. Adoro cruzadinhas, e gibis da Turma da Mônica. Isso conta?

Qual seu perfume favorito?
R: Gosto de muitos, mas prefiro os da “Tutti Cabana”.

Existe algum show, peça, ballet, enfim: apresentação artística que tenha sido inesquecível pra você?
R: É... Minha irmã fez arbusto uma vez, num teatro da escola, isso foi muito bonito.

O que você pretende fazer depois que largar esta carreira?
R: Eu vou cuidar de mim, e investir em outros investimentos para o meu cuidado pessoal, entende?

O que mais lhe irrita no ser humano?
R: Annnn, a ignorância.

(ela olhou em seus olhos, muda, e contou até 10, para que a vontade de socá-lo até a morte e depois arrancar a sua cabeça passasse, mais uma vez conseguiu)

Qual seu programa de TV favorito?
R: É, a apresentação do Victórias Secret, e o Big Brother.

Qual seu filme favorito?
R: Todos do Stalonne, e do Rambo também.

Qual mania você tem?
R: Bem, de sempre querer estar atualizado, inteligente e bem informado sobre todas as coisas. Hehehehehe.

(Ela não riu, muito menos gostou da resposta, mas não expressou isso)
Qual sua parte do corpo favorito?
R: O Cérebro, porque onde fica a sabedoria e a inteligência das pessoas e dos seres humanos.

O que não pode faltar na sua vida, nem sequer um dia?
R: É... Acho que oxigênio para eu respirar.

Quem você levaria para uma ilha deserta?
R: Levaria bastante coisas bonitas.

O que você levaria para uma ilha deserta?
R: Pessoas legais e bonitas e que tivessem bastante beleza também.

Se você tivesse apenas algumas horas de vida, o que faria?
R: Viveria o máximo que posso.

Se você tivesse todo o poder do mundo por um dia, o que faria?
R: Eu deixaria o mundo mais bonito, e deixaria as pessoas mais bonitas.

Quem é seu ídolo?
R: A Xuxa.

Um sonho de consumo?
R: Poderia ser outro daquele que comi lá em Los Angeles, na Itália.

Quem é a mulher mais bonita do mundo pra você?
R: É. A mulher que seja mãos bonita que todas as outras no mundo inteiro.

O que você pensa de si mesmo?
R: Bem, eu nunca parei pra pensar nisso. Nem sei, os outros já pensam, então ta bom.


Após a publicação da revista, com a entrevista do ‘gênio’, sua carreira caiu ao extremo, e voltou a sua ‘vidinha’ normal, todos o repudiavam, e ele nem sabia o por que... Mas era bonito demais e isso que importava!


Douglas Tedesco 02/2008








terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Querido Senhor Locutor



Querido Senhor Locutor:

Não querendo ser clichê, mas necessito escrever-te. Tampouco agora me importa ser clichê, daqui a algumas horas estarei morta mesmo, e qualquer impressão que passe será de certa forma bem vinda pela minha alma destinada a outro lugar.
Nunca conversamos muito, muito menos essas poucas vezes estenderam-se a coisas particulares ou íntimas, mas sempre falaste comigo em sorrisos, te mostrastes simpático sempre, e uma vez que tropecei em sua frente prontamente me estendeu a mão e não cai! Além de escreveres uma boa história, ter idéias incríveis e uma voz maravilhosa.
Poderia escrever para um parente, para qualquer pessoa da família ou um de meus grandes amigos, mas aproveito estes instantes antes do último suspiro para dar Adeus a você que nem pude ao menos contemplar com um decente oi, e a quem eu desejava que muito fosse um grande amigo.
Tudo aconteceu tão depressa, e conto contigo para que depois que leres isto, diga a todos que gostavam de mim, ou fingiam que gostavam, que já não mais resido entre os vivos. Para que isso saia bem feito conto como tudo aconteceu: estava eu indo para meu novo trabalho, o primeiro dia em meu novo trabalho, chefe de redação de um grande jornal aqui da nossa cidade, cargo que sempre sonhei desde que iniciei a faculdade de jornalismo, e que agora depois de formada e com experiência é tornou-se possível. no entanto numa contrapartida do destino, numa calçada limpa, ainda molhada e com espuma de sabão, me raptaram, era um seqüestro, me fizeram cheirar algo e nada mais vi, acordei nem sei quanto tempo depois, aqui. Não foram violentos, tampouco me trataram com educação. Chorei, me desesperei, não acreditava no estava acontecendo, cerca de horas depois ligaram para minha família, e contaram o que estava acontecendo, consegui ouvir, e até mesmo ver o choro de minha mãe... Chorei também, pediram um resgate alto, e falei nem cinco segundos com minha mãe, só disse que amava a todos, e arrancaram o telefone de minhas mãos. Não sei o que aconteceria, não tínhamos muito dinheiro, muito carinho era o que nos mantinha ricos. Estou num lugar sujo, é escuro, todo de concreto, mas pintado de creme, manchado, falhado claro, recebo comida três vezes por dia, emagreci bastante, tomo banho dia sim, dia não, me dão uma toalha, tem um chuveiro gelado aqui, e me dão um sabonete também. Sei que ficam me espiando por um buraco na parede, mas o que eu vou fazer? A sala não tem qualquer janela, mas tem um colchão, e muitas cobertas, muitas mesmo, pensei em me enforcar com algumas delas, mas tinha esperança de que saísse daqui sabe, e também não tenho coragem acho. Tem um quadrado, com um pequeno balcão, por onde colocam minha comida, este papel e esta caneta e todas as outras coisas, é fechado com uma portinha de ferro, aberto nestes momentos e só, pude notar nos poucos segundos que ele é aberto que trata-se de um grande corredor, cheio de portas como a minha, apesar de nunca ter estado numa prisão, me lembra bastante isso. Ganho uma garrafão de refrigerante cheio de água, só um por dia, tenho que passar com aquilo, e para passar o tempo pedi timidamente papéis e canetas, e aceitaram em me dar, deram até mesmo uma prancheta para apoiar as folhas sulfites, escrevi contos, poemas, e de tudo um pouco. Desconfiei que haviam mais pessoas seqüestradas aqui, mas não ouço nada. No começo gritava, planejava fugas, chorava muito, muito, e agora, segundo minha contagem, depois de um mês e meio, parece que me conformei. Pude então comprovar quando ganhei, junto com um almoço, um pequeno relógio com calendário também.
Eles não falam nos corredores, ao menos não ouço, não fazem muito barulho, e nenhum barulho vem de fora, por isso nem sei me situar, não só sei que estou na minha cidade porque chegou um bilhete dizendo... Eles são assim, preferem mandar bilhetes do que falar diretamente, e foi num bilhete há duas semanas que me disseram que minha família tinha conseguido o dinheiro e eu seria libertada... Me senti renovada, gritei, chorei de novo, até me mandarem parar fazendo ameaças. Bebi um pouco de minhas lágrimas, e lembre do mar, moro perto do mar, estou com saudade dele, de todos claro, e inclusive do senhor. Contei cada segundo, para cruzar a maldita porta de ferro que me separa do meu amado mundo, que construí com tanta dificuldade, que era tão perfeito e que estes infelizes tiraram de mim com tanta facilidade. Mas então faz dois dias, que entrou um grande homem, sujo encapuzado aqui, fiquei com medo, ele me disse bravo que tinham descoberto que eu era jornalista, e por isso decidiram me matar dali a dois dias porque se não quando saísse daqui iria fazer matérias e notas contando a todos sobre isto. Prometi, jurei por tudo que não faria isso, implorei, porque não quero morrer, mas não adiantou, e hoje daqui a pouco irão me matar, com um tiro e sem sofrimento. Falando isso, eles me deram um chute no estômago, e doeu muito... Desgraçados! Dói só de lembrar, está bem roxo sabe. Ah senhor locutor, é o tipo de coisa que jamais imaginei passar na vida, porque é tão triste, notei aqui como somos pequenos. E com a minha morte me concederam mais um direito, de escrever para alguém falando qualquer coisa, pela última vez. Me deram mais papel e uma caneta nova, dessas de ‘clic-clic’ de propaganda, mas era uma caneta nova, e disseram que levariam a quem eu quisesse, depois que estivesse já morta, jogada num lixão entre restos de comida e urubus. E decidi a escrever a você, porque hoje vou morrer e não quero guardar rancor de quase ninguém. O desejo de ser sua amiga era apenas para aliviar a tensão que você sabe muito bem que existe entre nós. Você nunca me aceitou em sua emissora de rádio, apesar de me conhecer muito bem, ser amigo da família, ter o poder em mãos, nunca gostou de mim. Agia sempre com falsidade. Porém, sempre em seus programas dirigiu inúmeros recados para todos os que gostava e que estavam distantes, você sempre me ajudou a manter contato com os que amo de longe, transmitindo os beijos, as músicas oferecidas e tudo mais que sempre disse no ar e você repassou a meus entes queridos. Por isso é que quero te agradecer, porque poderia estar escrevendo a meus pais, ou outros parentes de maior distância, porém a todos eles foi você me ajudou a manter os laços. Para provar que não tenho rancores, e que um dia ainda queria estar ao seu lado, falando noticias e tendo sua companhia de amigo é que escrevo-te senhor locutor, para que também lembres das inúmeras vezes em que isto foi possível só dependendo de você, e nunca aceitastes, nunca me desses uma chance... Agora é tarde, não quero que se arrependa, e passe subitamente a me idolatrar, tu que nem esperavas, e nem sabias destes meu sentimentos, mas tinha noção desta minha situação. Apenas seja melhor do que conseguires, porque isso faz milagres, e evita receber correspondências de pessoas que estão prestes a morrer. Ah, senhor locutor, estou em paz agora. Por favor, num último gesto de seu falso carinho comigo diga que amo a todos em minha casa quando receberes isto. Agora preciso encerrar porque estão abrindo a porta, é a hora marcada para eu morrer, estão chegando para me matar senhor locutor, então não posso mais escrever nem uma linha, me desculpa, mas tenho de morrer agora, (malditos), eles entraram, estão me olhando e deixando terminar isso, com uma arma em mãos apontada pra minha cabeça, eu não consigo mais escrever, e acho que estão sorrindo. Obrigada.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Para quem não faz Teatro!


Esse texto não é realmente necessário, mas como raramente sabemos o que é realmente necessário, automaticamente, e por conta própria, e dignidade infame ele se faz necessário para quem o assim pensar.Algumas pessoas costuram, outras participam de grupos de idosos, outras param nas alheias portas a fazer fofocas, e outras tantas fazem teatro. Para se fazer teatro não precisa ser necessariamente nascer com o dom correndo as veias, pois lembre-se que um pedreiro pode fazer um teatro, já que este também é o nome da construção. Todavia nem toda pessoa pode fazer teatro, todas deveriam ao menos tentar, sendo que um bom diretor percebe desde a primeira tentativa que aquela pessoa não irá dar certo, e o mais terrível de tudo é que algumas ficam tentando para o resto da vida sem qualquer evolução. Lembro-me agora de mais um ponto porque esse texto faz-se necessário: Muitas pessoas acham o teatro uma grande idiotice! Então, tem de existir pessoas que lutem por ele, porque afinal de contas se acabar tudo de uma vez fará muita falta! Pois as conseqüências dele não estão presentes apenas em um palco. Muita gente acha lindo, maravilhoso, é até mesmo um ato de extrema elegância social ir ao teatro assistir uma peça. É dividido da seguinte maneira: os ditos ricos, elegantes, intelectuais, vão á grandes teatros assistir apenas a peças de drama e conflitos psicológicos. Os ditos pobres, de classe baixa e ignorantes procurar assistir apenas ás comédias porque julgam que “de triste já basta a vida”, e a arte que fo...-se!E ‘desimportando’ as classes, dentro delas, são bem poucas as pessoas que reconhecem o verdadeiro trabalho do ator, diretor, do teatro material em si. A coisa toda não se resume ao momento da estréia, da compra do ingresso na bilheteria, sentar-se na poltrona e ver os atores falando coisas bonitas ou feias e fazendo caras e bocas. Muito menos o trabalho do ator se resume a inventar de ser ator, querer fazer uma peça, e subir num palco para matar sua vontade. A todo aquele que pretende ingressar na arte cênica, o primeiro passo é o teatro, que seja na escola, em uma associação de bairro, mas que seja! Depois então partir para um grupo maior, outro profissional e ir crescendo para alcançar seus objetivos. Mesmo que seu ideal seja trabalhar em frente a câmeras de TV ou cinema, ou ainda na publicidade, é importante passar pelo teatro, pois é ele quem dá o básico da noção de interpretação, da construção do personagem, do sentimento passado ao público através da fala e do corpo. Fazemos muitas coisas estranhas como os exercícios, por exemplo: pular sapinho, fazer caretas para alguém a sua frente, respirar forte, devagar, pausado, rápido, com diafragma, sem diafragma. Trabalhar as articulações, barulhos engraçados para aquecer a voz. Cada trabalho é no mínimo iniciado dois meses antes da prevista estréia, então começa um intenso processo de pesquisa de figurino, de palavras certas, de maquiagem, de gestos típicos, trejeitos, formas, acontecimentos, tudo o que mais se encaixe e deve ser mostrado no trabalho. Uma parte bem difícil então acontece com os diretores, que além de realizar a anterior etapa também tem de dar forma ao espetáculo, cada cena, cada diálogo, logicamente com a parceria e apoio do ator.Se a interpretação não estiver 100%, uma boa maquiagem e figurino sempre ajudam, se estiver 100%, melhor ainda. Nem todos sonham em entrar para a Globo e fazer Malhação. Jamais deve-se procurar fazer teatro para alcançar a fama, ela é consequência. antes de se subir em um palco muita água passa embaixo da ponte. Você deve ficar muito contente se não foe escolhido para protagonista. Leite de Colônia é horrível para tirar maquiagem. É encantador aqueles espelhos de camarim com lâmpadas em volta. Depois da peça temos uma terrível fome. Vários papéis passam por você antes da coisa ser definitiva. Não se pode espiar o público pelas cortinas, na coxia e no camarim deve haver total silêncio. Não se deve falar com uma pessoas que está prestes a entrar em cena. Os que sofrem de crise existencial por passarem por muitos personagens são minoria, casos raros. Assistimos muitos filmes, lemos e de alguma forma prendemos sobre fatos que não gostamos para poder fazer as coisas com perfeição. Deve-se aprender a ver no escuro, pois depois que começa o ambiente no palco e seus arredores é quase breu. Saber improvisar é imprescindível. Existe beijo técnico sim, é igual aos outros, o que muda é o que você tem na mente. Você muda completamente depois de começar a fazer teatro: Fica mais criativo, raciocínio rápido, melhor preparo físico, quebra tabus, rompe limites, livra-se de preconceitos, se aceita melhor, abre a cabeça para o verdadeiro mundo, para um lindo mundo. A gente tem técnicas para fazer muitas coisas que não parecem ser interpretação. A gente vê outra peça de duas formas: a crítica e a de espectador. Você realiza sonhos através da encenação. Vira pessoas que jamais imaginou ser. Aprende a encarar os fatos de frente, a olhar nos olhos, a ser mais verdadeiros e doar-se aos verdadeiros amigos e objetivos. Muitos artefatos não aparecem diretamente na cena, mas se faltarmos com ele aí sim o público nota que algo está em débito. Muitos acham um absurdo pagar R$ 15,00, R$20,00 para assistir a uma peça uma vez por mês, mas paga o dobro por semana para entrar em uma festa. É fascinantes os bastidores de uma peça. Devido á ousadia e coragem os atores muitas vezes são encarados como gays. Não deve-se comer durante um espetáculo. Alguns atores pisam no palco apenas descalços. Nem tudo é peça teatral, existem também performances, esquetes e outros tipos de arte cênica em palco, o que as faz é o tempo de duração. Usamos muitos verbetes do tipo: bife, pastelão, maior, caco, deixa, boca de cena, etc. É bem provável que as coisas são bem diferentes do que se ensaiou. Sim, somos todos loucos e não temos vergonha de falar em público, embora a maioria seja tímido em situações pessoais. Vivemos fazendo cena, e fazemos porque gostamos porque realmente somos loucos, loucos por teatro, esta arte maravilhosa!A quem quiser mais informações, estou a disposição! E a você que nunca fez, experimente!



Douglas Tedesco. 13/02/08

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Homem-aranha sem Mary Jane

Peter Parker foi picado pela aranha geneticamente modificada no dia 9 de outubro... A quem isso interessa?
Maria, a louca, só foi louca apenas nos últimos 21 anos de sua vida... Sentiu alguma diferença?
Na China, os pauzinhos para refeição chamam-se ‘kuai-tzu’, já no Japão os mesmos pauzinhos recebem o nome de ‘hashi’.
Tempos diferentes e informações vagas. Intermediário conhecimento, que provavelmente não mudará sua vida... mas fazem a diferença á muitas pessoas, á diversos pontos da humanidade. Tal como glórias pessoais de qualquer anônimo não irá mover o mundo.
Um momento! Uma correção: não irá mover o globo de forma geral, porque, com certeza, irá abalar as estruturas da personalidade em questão. É uma incógnita pessoal.
De tantas certezas, a mais certa é de que de repente tudo pode mudar, “2+2” pode resultar em 5 ou 6 e julgarem isso não ser loucura... Mesmo porque quem é o mais correto, puro, todo certo pra julgar?
Outra certeza é que toda balada você deve curtir como um louco, como se estivesse a duas décadas dois dias e cinco horas sem pisar numa festa! No entanto isso não significa beber até cair, fazer escândalos ou vexames. E falando em festa, é o pior lugar para se tratar de negócios, porém é um dos melhores para combinar uma reunião para tratar de negócios... E tratando ainda de datas esperadas (porque uma boa festa se espera muito antes da data exata), não há como a véspera delas, a hora exata do acontecer passa como um flash, tão rápido que é quase lembrança. Já a véspera é a programação de cada passo, onde o itinerário é perfeito, e as coisas são, imaginariamente, como voc~e planeja.
Agora um pouco de verdades: Mão não é tudo igual. O macarrão não foi inventado na Itália. O Gargamel dos Smurffs não era malvado. Nem sempre liquidações valem a pena. Primos não são parentes. Judy Garland já era bem maior de 18 quando fez o Mágico de Oz. Sapatos de salto-alto prejudicam a coluna e a estrutura do pé. Cameron Diaz tem várias espinhas no rosto. Os alemães não são todos frios! A guerra dos 100 anos durou 116 anos. Fazer compras no supermercado é mais eficaz para emagrecer do que uma prova de arco e flecha. A maioria das garotas que brincam de barbie passam no mínimo 5 minutos colocando uma camiseta na boneca. A Maga Patalógica é apaixonada pelo Tio Patinhas. Não existe tratamento anti-celulite, nem anti-rugas. Romeu era um galinha e Julieta uma garota rebelde louca fugir de casa.

(...) uma pausa.

Um pausa, porque afinal uma hora tudo descansa... No banho, lendo os rótulos do shampoo você descansa. Na privada contando azulejos você descansa. No sofá tirando a cutícula com os dentes você descansa. Brincando com seu cachorro, lhe falando do mesmo jeito que uma criança de 4 anos, você descansa. Na praia, em sua cadeira a beira-mar, encolhendo a barriga quando uma gostosa passa, você descansa. Assistindo um filme antigo, esperando o remédio pra ‘frieira’ fazer efeito, você descansa.
(...)
Descansados é hora do retorno, porque tudo que não tem pausas chega ao seu importuno momento em que a máscara cai, sem pausa ela é obrigada a desabar...
Já que: Ninguém é durante 24 horas um sedutor furtivo de boas saídas, como a personagem de Sharon Stone em Instinto Selvagem. Ninguém tem a fofura do Papai-Noel da propaganda da Coca-cola. Ninguém tem o carisma de Ivete Sangalo, ou dos Ursinhos Carinhosos. Ninguém consegue ficar tanto tempo tão maquiada e tão louca quanto Cindy Lauper. Ninguém consegue ter mais frescuras do que Cleópatra. Ninguém faz biquinho melhor do que Rita Lee. Ninguém consegue ser tão feio quanto o garoto propaganda da Bom Brill. Ninguém consegue ser tão frio quanto um segurança em uma cidade estranha. Ninguém conseguiu inventar tantas neologias quanto J.K. Rowling para as obras Harry Potter.
(...)
Agora realmente retornando, realmente retornando mesmo?
Quanto vale a vida?
Excluam a questão do preço de partos em maternidades e de prostitutas em esquinas e casas de luxo.
Quanto vale a vida?
Quanto vale a sua felicidade?
Algumas coisas tem preços, outras não. Algumas coisas são caras, outras não. Esta descarada divisão é que nos mata, porque a igualdade é tão distante?
Até quando teremos de aturar tudo isso?
Até quando as coisas serão privadas? Até quando teremos de resistir ás tentações do Burger King e Mcdonalds? Até quando Bety Boop vai ser encarada como pornográfica? Até quando teremos de contar o tempo enquanto fazemos carinho em nossos filhos? Até quando teremos de suportar a falta de um beijo de boa-noite? Até quando vamos ouvir que é “falha no sistema”? Até quando Coiote vai perseguir o Papa-léguas? Até quando os EUA vai pensar que é a mãe do mundo? Até quando a tinta de jornais impressos vai sujar os dedos? Até quando os sabonetes irão escorregar pelo banheiro? Até quando os sorvetes e chocolates serão altamente calóricos? Até quando os celulares ficarão fora de área? Até quando regaremos as flores de plástico? Até quando tudo será “pelo bem do povo e felicidade geral da nação”? Até quando a globeleza será pintada? Até quando vamos nos perguntar quem matou Odette Roittmann?
Quanto vale a vida?
Será que tudo se resume a reproduzir para os amigos as famosas propagandas da TV: “Hello, a gente é bicho baby!”? Imitar em público Walter Mercado e Silvio Santos? Corrigir e rir do dicionário dos moto-boys? Tentar a paz com a sogra, aturara futebol aos domingos, e xingar políticos? Preparar pratos especiais para ocasiões especiais? Escolher a melhor tintura de cabelo e o melhor salão de beleza? Acompanhar os lançamentos do cinema, pra aprender a ser crítico? Ser um dos primeiros a comprar a nova edição da Playboy e o novo CD das paradas? Ser recebido pelo seu cachorro abanando o rabo? Conseguir criar alguma coisa que você realmente sabe? Receber um, dois,dezessete elogios? Ter seu prato favorito no almoço? Ganhar uma toalha de banho com seu nome bordado? Saber a coreografia e a letra da música do momento? “Piripipiripipirigueti!”? Ter um novo contato no msn, “amigo” no orkut, ou boa imagem no flog? Ser visto com a pessoa que é o sonho de qualquer um? Passear naquele carrão desejado por todos? Achar uma nota alta perdida no chão? Finalmente conseguir uma ligação para ‘aquele’ programa de TV ser invejado por qualquer coisa?
(...)
Sim, pode ser isso! Mesmo tudo isso sendo futilidade!
A felicidade num todo complexo, de mala e cuia, o pote de ouro no fim do arco-íris não existe! Ela é confundida com o simples bem-estar. A felicidade é mais e menos. Mais que bem-estar e menos que a eternidade. Esta coisa chamada felicidade é feita de pequenos momentos, uma iguaria ali, outra aqui. Tudo se resume não a ter felicidade, mas a transmiti-la! Por isso para ser feliz só dependemos de uma coisa: do outro!
Nos julgamos independentes, fortes e “inmassacráveis”, mas sem o outro somos nada. Para tudo é necessário o aval do próximo, o mecanismo acionado de mais alguém.
Por isso inteligência é confundida com loucura, ousadia com segurança, simpatia com beleza.
Sem os outros não funcionamos. Somos como:
Homem-aranha sem Mary Jane, Clark Kent sem Lois Lane, Tarzan sem Jane, Xuxa sem baixinhos, frango sem catupiry, Cérebro sem Pink, princesa encantada sem fada madrinha, Branca de Neve sem anão, Dick Vigarista sem Mutley, Batman sem Alfred, Gomes sem Mortícia Adams, Elizabeth Taylor sem vários casamentos, Napoleão Bonaparte sem mão na barriga, Sinhozinho Malta sem relógio largo, Marilyn Monroe sem vestido branco esvoaçante, Perpétua sem guarda-chuva, 007 sem garotas bonitas, Vilma sem Fred Flintstone, Indiana Jones, sem cavernas ou ratos, modelos sem cara de mal, Glória Menezes sem Tarcísio Meira, Luluzinha sem Bolinha, domingo sem ‘Fantástico”, Homer Simpson sem cerveja, Jornal Nacional sem Willian e Fátima, Brasil sem samba, Stephen King sem grito, chuva sem barulho de plic-plic, cantor de axé usando manga comprida, ou sem sorrir, Big Brother com gente feia.
É assim que somos sem os outros, somos nada. E ainda que tudo a pouco citado seja mesmo futilidade, é o que nos traz aos poucos felicidade e felicidade é essencial.
Sua felicidade é o outro quem coloca valores. Sua vida é um carnê mensal, uma prestação sem prazos de quitação ou limite de juros. Futilidade é essencial, “essencialidade” se compra, no comércio e preço da sua imaginação.

08/02/2008. ás 00:50h Douglas Tedesco

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

ESPERANDO



O natal passou... Pra falar a verdade, nem sentimos o ano novo. Esperamos ansiosamente o carnaval, nos programamos, e ele se foi como um raio. Estamos na quaresma, num tempo de “reflexão”, e mesmo assim: esperando... Esperando a sexta-feira santa, a páscoa. Esperaremos tanto, e nada vai ser mais do que vinte e quatro horas, nada vai ser mais do que uma passagem de tempo extremamente veloz. E no dia seguinte estaremos olhando calendários, vendo os próximos feriados, ou até mesmo datas pessoais, como aniversário, casamento, formatura. Iremos contar nos dedos, mais uma vez fazer programações, gastar telefone, combinar, procurar, e então viver o momento. As vagas horas em que estaremos felizes... Fora da realidade: é isso que pensamos quando nos sentimos felizes, que não passa de fantasia, no entanto esta é a felicidade real, de nossos tempos, vivida em momentos trazidos em maioria por coisas matérias, pela futilidade... Mas espere! Se é felicidade, não é futilidade! Porque felicidade é essencial... Quando sabemos reconhecê-la, e acima de tudo degustá-la. Seja esta que a modernidade está construindo, ou a comercial, de propagandas e cinema. De qualquer forma, que seja ela mesma, e não uma social mentira... Porque não vale a pena, tudo que se pensa, que se consome, que se utiliza, que se abusa, se reprime, e se omite por ela. Estaremos sempre esperando, muito mais do que realmente a vivendo. No entanto não é preciso se lamentar por isso, pois até mesmo a própria espera pode ser o momento próspero.