segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Que nem a Minha Alma


Pode ser a última frase esta daqui.
Se Deus permitir que meus rascunhos estejam aqui quando eu não mais estiver.
Espero que desenhos japoneses e receitas culinárias que nunca serão feitas, jamais tomem minhas páginas.
Prefiro-as brancas do que “impoemáveis”. Negras do pó, que um cálculo errado de matemática.
Tudo funcionava tão bem, os parágrafos tinham distância certa, a letra era tão elogiada... Que nem a minha alma.
Que busca é essa que só faz ficar pior?
Quantos defeitos!
É tão tarde da noite que nem a minha alma consegue despregar os olhos.
Por estes lados a dança já cessou que nem a minha alma.

Eu nasci pra doutorar estrelas, pra nem saber o que digo, pra lhe fazer sentir que o limite é um pouco menos alto que esse precipício.
A maçaneta da porta da frente enferrujou que nem a minha alma.
A tsunami matou os banhistas que nem a minha alma.
A fofoca rolou boca-a-boca que nem a estrada falsa.
De tantas faces, tão trasvetido... Com a alma tão grande... Que nem a minha!
Prata pra ver no prato preto. Estourado a quem não entender... “Alguém me entende?”
Vai ser um dia, vai ser um dia que nem a gente sonhava... A gente só sonha mesmo.
A gente queria tanta coisa.
Eles vão ser que nem a gente, vão ser que nem a minha alma.
Yeah! Yeah! Me ajuda a gritar!
Os cavalos tem hora marcada pra passar, á trote é que nem a minha alma.
Deus é uma garotinha viciada em chocolate. Quebra suas bonecas, cai do balanço, e cata moedas na estante.
Chocolate, bonecas, balanço, moedas...
Que nem ela! Que nem a minha alma!


Douglas Tedesco – 12/2007

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Bailei na Curva - cena linda.


O lindo texto "Bailei na Curva", uma das cenas mais lindas... A mãe que nunca mais verá o filho...




CENA 12: O SONHO
"Adianta lutar sozinho?" ou "Tua calça de brim está no arame, vai buscar."

(MUDANÇA DE CENA. CASA DE PEDRO. DONA ELVIRA COSTURANDO. PEDRO CHEGA. É NOITE.)
DONA ELVIRA
Pedro, isso é hora de chegar?
PEDRO
A mesma hora de sempre.
DONA ELVIRA
Tu sabes que eu não durmo enquanto tu não chegas?
PEDRO
Mãe, tu sabe que esta luz é fraca, faz mal para os olhos. Mania de costurar no escuro.
DONA ELVIRA
Eu sei, a Gabriela já me falou.
PEDRO
Então, precisa te cuidar mais.
DONA ELVIRA
Tu estás com fome?
PEDRO
Estou.
DONA ELVIRA
Vou fazer alguma coisa.
PEDRO
Não precisa.
DONA ELVIRA
Que fome é essa então?

PEDRO
(PAUSA) Mãe, o que a gente faz quando não tem mais nada prá fazer?
DONA ELVIRA
Não sei...
PEDRO
A gente fica parado... dorme...não faz nada.... ou faz alguma coisa? (SILÊNCIO) O mesmo silêncio de sempre, ninguém responde. Por quê?
DONA ELVIRA
Filho, o que a gente responde quando não tem nada para responder?
PEDRO
É isso que eu quero saber! Sabe o que foi que descobri? Que a vida do pai não foi inútil. As pessoas continuam lutando e gritando.
DONA ELVIRA
Gritar o quê? Ninguém ouve. O que tu estás procurando, meu filho? O que tu queres?
PEDRO
Eu quero não te ver costurar até a essa hora da noite. Eu quero não precisar contar os centavos no fundo do bolso. (PAUSA) Eu vou embora.
DONA ELVIRA
Ir embora não adianta.
PEDRO
Quer que eu fique aí, estudando e trabalhando, prá quê?
DONA ELVIRA
Olha a tua irmã? Ela está estudando, vai ser médica, vai ser alguém...
PEDRO
Prá quê?
DONA ELVIRA
Prá ter a vida que nós não tivemos.
PEDRO
Ela está passando para o outro lado.
DONA ELVIRA
Que lado?
PEDRO
O lado deles.
DONA ELVIRA
O lado dos que vivem.
PEDRO
Não adianta remendar, o buraco é muito grande. (PAUSA) Tenho sonhado muito com o pai...
DONA ELVIRA
Teu pai sonhou e olha no que deu.
PEDRO
O pai não estava sonhando.
DONA ELVIRA
Adianta lutar sozinho?
PEDRO
Ele não estava sozinho. Tem muita gente com ele. Porque estão de boca calada não quer dizer que não pensem. Eles pensam e bastante.
DONA ELVIRA
Pedro, tu está falando igualzinho ao teu pai. Não quero te ver metido com esta gente.
PEDRO
Queres que eu fique de braços cruzados o resto da vida?
DONA ELVIRA
Não quero te ouvir falar neste assunto. (BATEM A PORTA. APREENSÃO)
HOMEM
Depressa. A gente está esperando.
PEDRO
Já estou indo.
HOMEM
Não demora, nosso contato (VÊ DONA ELVIRA) não podemos esperar mais... (SAI)
(PEDRO FECHA A PORTA. A MÃE ESTÁ EMOCIONADA, CHORA)
DONA ELVIRA
Pedro, tu calça de brim está no arame. Vai buscar.
(PEDRO SAI. DONA ELVIRA DOBRA COM CARINHO E LENTIDÃO A CAMISA DE PEDRO. SEUS MOVIMENTOS SÃO LENTOS, DOLORIDOS E DENSOS. PEDRO VOLTA. ELA ENTREGA A BOLSA DE VIAGEM. ELE COMEÇA A SAIR.)
DONA ELVIRA
Mesmo que não der prá mandar o endereço, escreve de vez em quando.
PEDRO
Eu escrevo.
DONA ELVIRA
Te cuida, meu filho.
PEDRO
Mãe, dá um beijo na Gabriela.
(PEDRO SAI. LUZES SE APAGAM. OUVE-SE UMA GAITINHA DE BOCA TOCANDO NO ESCURO.)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

AVE MARIA MORTA





Mãe! Mãe! ...Nenhum submisso chama-se de filho,
Nenhum crucifixo derrama lágrima pelo carinho vindo de uma lápide.
Tudo vaga num sentimento em recesso, nos pássaros ressuscitados,
No toque de milagre ao que se clama salvador.

Aquele que há de ter alma terá medo!
Os que hão de colocá-lo sob o mesmo teto carregarão efêmeros suspenses.
O poder não é só para o bem, os anjos não governam somente o céu.
Amordaçados pecados que á maternidade não convém. Maltratados, jogados...
“Isto não é ser pai meu Deus!”

É só um princípio sem fim, coletânea de evangelhos a professar.
O que significa na pele sentir sem mesmo ter a mesma pele?
Magistral é ver pelas íris sem cor os gestos cegos descoloridos.
“Não te expressas, te calas, não te ajoelhes”...
...És toda a força deste menino.

Ensinai desde já que os cordeiros são brancos porque a eles o bom pastor quem vinga.
Que a humanidade vai prestigiar ainda ausente, porque a sociedade alarma e desavisa.
Que tu és só personagem de momento, mulher de muitos e pureza odiada.
Que as coisas da vida és tu quem balança até sentires o divino desequilíbrio.

Ascensão pra ti é o sabor da morte sem sangue.
O valor de estar de estar no céu, e ser tantas senhoras.
Desce Maria, porque ainda tens muitos filhos pra criar!
O homem do mundo era só pra te fazeres abençoada,
Pra mau te compararem com desclassificadas.

É quem tem na vida a sorte e a luta: de ser logo escolhida sem contato e sexo,
De não dependurar-te numa altura que estivesses nua, de pulso em coágulo trêmulo.
Algumas, qualquer uma se despe e chora, chora e finge mais gemer... (talvez de perda talvez de prazer).
No entanto, num instante e tanto de sorte, era teu o deleite da morte.
Não extermínio, só eternidade esquiva, de quem na verdade nunca esteve viva.




Douglas Tedesco - 13/12/2007




quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Curso Básico de Teatro Anchieta


ANCHIETA ARTE CÊNICA
23 anos de cultura e lazer em Santa Catarina

Release


Curso Básico de Teatro – Janeiro/2008
O curso tem como base o ensinamento de toda a noção básica da montagem de um espetáculo teatral, passando pelo processo da interação do grupo, jogos cênicos, interpretação, direção e toda a carpintaria técnica para a produção de um espetáculo teatral.

O Curso Básico de Teatro teve início em fevereiro 1986. Havia uma necessidade de se criar “teatreiros” na cidade, que até então, atravessava um período de cortinas fechadas. Com a conclusão do primeiro trabalho as cortinas foram abertas, permitindo a continuidade do aprendizado cênico, oportunizando a criação de grupos e montagens de espetáculos.


Uma peça de teatro é montada com a escola de teatro AECA (alunos do exercício cênico Anchieta), com a participação dos alunos, para a finalização de curso. Vários espetáculos já foram montados: “Bailei na Curva”, “Um trem para Itajaí City”, “O Homem do Poder”, “Filme Triste”, “Amor Eterno Amos”, “A Casa da Mãe Joana”, “Cristão – Ser ou não Ser...”, “Banquete dos Miseráveis”, “ Lambreta, Brilhantina e Rock’n roll””Era uma vez...,” etc. O Curso tem início sempre às 19 horas indo até às 22 horas. Nesta edição, mais um espetáculo será montado.

Ministrante: Valentim Schmoeler (Ator e Diretor)
Inicio do Curso: 07 de Janeiro/2008
Término: 27 de Janeiro 2008
Custo: R$100.00 (cem reais)


É necessário que os alunos venham com roupas leves, que permitam movimentos corporais.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Je$u$ e o primo do Papai Noel

Eu não gosto de natal. É completamente pessoal, mas não gosto. Não tem nada a ver com vidas passadas, traumas de infância,teorias relativas, mas crenças de igualdade e humanidade, ou melhor: de desigualdade e desumanidade. Sim, acho muito lindo a questão das luzes, da decoração, mas não gosto de natal. Também são lindas as músicas, os pratos deliciosos, mas não gosto de natal. As histórias, os filmes são bem tocantes, mas não gosto de natal. As apresentações, shows, encenações e coisas do gênero para a data são maravilhosos, mesmo assim... Você sabe. Porque penso o seguinte: muitos comemoraram, fazem festas magistrais, porém, há também os que não podem com nada disso, os que tem de suportar o querer dos filhos, a fome sem nada fazer... É o natal dos necessitados, e embora hajam campanhas, solidariedade á tona, nada basta... Faço a minha parte, e prefiro não comemorar, do que comemorar e ter de ver sofrer quem não tem natal, o nosso natal capitalista, de comidas, quitutes, papai noel, e bem pouco de Jesus, mas muito de Je$us$. Mas contando uma breve destas histórias de natal, em meu último ano no colegial, o diretor, o amigo Ronaldo Leal, em preparação para o natal, decorando a escola para a chegada da referida data, colocou num dos pátios um papai noel, de mais ou menos 1,50m. Era ele como todo Papai Noel que conhecemos: sua roupinha vermelha, touca, pele branquinha e bochechas rosas. Eu o vi, junto de alguns colegas, antes de ser colocado no tal pátio, na sala do diretor. Houve então aquele encantamento repentino pela imagem, e na seqüência um instante de suspense quando Ronaldo disse: - Olhe bem pra ele, agora olha pro Douglas... Eles são primos. Não são parecidos? Gargalhada geral, inclusive minha, não havia porque de magoar-me, a mais empolgada a rir foi Franciane, que fez piadinhas e zoou muito das palavras de Ronaldo. Eu levei a brincadeira a frente, qualquer movimento silábico que havia em função do boneco, eu, ou alguém se manifestava. Um pouco depois disso, na minha casa, começamos a falar dos conterrâneos, das pessoas. E história vai, história vem, falamos do Fernando, uma pessoa especial, mecânico, e que todos os anos faz um incrível trabalho como papai noel, distribuindo balas ás crianças nas ruas de minha cidade, isso tudo dentro das características: roupa, barba, e até o trenó. E sem nem eu citar a história que tinham inventado na escola, meu pai larga esta: “Ele é meu primo, o Fernando!”... Se ele era primo do meu pai, logo também era meu primo, mesmo que de segundo grau, mas era. Então como lenda, conto de “fadas” que vira realidade, eu era mesmo primo do papai Noel, e não do boneco que adornava a escola, mas do “verdadeiro” de Tijucas. Que orgulho! E mais orgulho ainda, quem faz pelo bem, quem vê Jesus, e não Je$u$... Tendo estes fatores em comum então, até dá uma pontinha de ânimo para comemorar o natal, mas isso não quer dizer que eu gosto dele, eu não gosto do natal.







Douglas Tedesco – 12/2007

5 X 5




Não sei! Acho que não vai ter ensaio!
Pode ser que o pedido das empadinhas não fique pronto a tempo!
Quem sabe se eu te pagar o resgate daqui a uns 15 minutos, ele saia vivo!
É certo que estes débitos não acontecerão com nossa empresa!
Os remédios estão demorando muito pra fazer efeito!


... Com certeza é por causa daquele diretor idiota!
... Cancelo as empadinhas com muito prazer senhora. Sua vagabunda!
... Mas eu não posso pagar isso tudo seu merda! Não, meu filho não!
... Como? Bando de otários! Como não registraram estas dívidas?!
... Porcaria! Preciso agora de outros remédios mais fortes, mais caros!


Não dá pra continuar num grupo de teatro assim!
As encomendas de salgados estão diminuindo!
Eu não vou conseguir arrumar esse dinheiro, ele vai sofrer!
Esta dívida vai derrubar a empresa! É muito alta!
Eu estou ficando cada dia pior. Os remédios não estão adiantando!

(mágoa) - Tô fora do grupo, procurando outras coisas do gênero.
(tristeza) - Fechei as encomendas de salgadinho.
(desespero) - Eles me ligaram, nosso filho morreu porque não paguei o resgate!
(ódio) - Entramos em falência. As dívidas acabaram conosco! Estão todos na rua!
(carência) - Tenho apenas mais quatro ou cinco dias de vida, me ajuda a aproveitar o que resta!

Por favor, eu quero fazer teatro! Alguém me dá um emprego, cozinho muito bem!!! Meu filho não, meu filho não!!! Um prato de comida pelo amor de Deus. Se quiser eu trabalho pra em troca da comida!!! Silêncio, que a paz esteja com ela, que já não habita mais entre nós!!!


Douglas Tedesco – 12/2007

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

BOCA-DE LEÃO II




Você já viu uma pessoa morrer?
Eu já vi flores... E é tanto quanto no sentido.
Então é triste quando se trata da época de ter de retirar as bocas-de-leão do jardim.
Todas as outras ficam lá, não se tem muitas flores, são mais folhagens bonitas, e elas convivem numa paz que chega a virar tolice.
A tolice talvez seja nossa, em imaginar que as flores como elas (coitadinhas e pequeninas) saibam pensar e dizer coisas.
Pode até ser tolice quando e lenda, boato sem comprovação.
Mas a que ponto deve-se tratar quando se vê? Quando se ouve de suas bocas finas e coloridas murmúrios de alegria? Só porque estão vivas... Porque o tempo é curto, e a verdade é de que a morte as espera, não ter terra sob si, mas sobre si.
Passam então a alegria de uma conversa por entre folhas, a ser o lamento conformado de alguém que sabe do fim.
Quanto a nós, nada de mais, porque cremos que a morte é a verdadeira libertação, na hierarquia do bem estar, é o mais alto.
E cremos que são só momentos de insatisfação, elas notarão assim que estiverem no céu das plantinhas, O jardim do éden, onde provavelmente já estão duas violetas nossas, e uma samambaia que fora presente e deixamos se perder.
Espero que todas as outras bocas-de-leão estejam bem lá... Falando assim até me sinto um assassino, mas não matei, apenas cuidei e elas fizeram o resto... Elas são um pouco exibidas, adoram se mostrar. E no fundo estão certas, porque de repente se vão, então começo já deve ter sentimento de último, de “tudo pra valer”!
É tudo tanto mistério, que só com o som da natureza elas já dançam... E a natureza às vezes é meio desafinada...
Mas num tudo e por final, por fanal, espero que tudo esteja bem com todas elas.
Que estejam bem mais coloridas, bem mais vivas, exuberantes e exibidas.
Em suma, que esteja tudo bem com todas, pra não remoerem que não fui bom com elas, pra não duvidarem que foi com bastante carinho.

Douglas Tedesco – 12/2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Elas não Peidam, nem ficam Peladas


Na lista de milhares de piores coisas que existe a se ter que passar no mundo, uma delas é entrevista de emprego. E assim como milhares de seres humanos passam por isso, Silvânio, personagem este por qual não vou atribuir muitos detalhes e intensa literatura, porque nele o que realmente nos interessa são pequenos pontos no jeito de ser para concluir o fato.
Silvânio trabalhava, até o dia em que seu patrão o viu fazendo uma festinha com garotas e bebidas no local de trabalho, portanto ele e mais alguns foram demitidos por justíssima causa. Aff, que burro este Silvânio (eu tenho a péssima mania de criar personagens idiotas). Silvânio, mesmo idiota, era esperto no seguinte quesito: trabalhara até hoje em lugares com pessoas legais, que sabiam rir, se divertir, falar boas palhaçadas e tornar o ambiente, em geral estressante e bem atarefado, num lugar prazeroso. Onde falavam palavrões, se xingavam numa gostosa brincadeira, e riam dos que atendiam.
Mas estes dias acabaram-se devido a falta de cautela dos que os constituíam. Ele tinha de procurar emprego em outro lugar, foi em uma grande multinacional, na parte administrativa onde faria uma entrevista para determinada vaga no cargo que ocupara em anteriores empresas.
O ambiente era escuro, haviam três mulheres, uma de vinte, outra de 30 e poucos, e outra de seus cinqüenta e tantos. Logicamente, nenhuma delas mostrou cédula de identidade, era só uma questão de olhares pra ver. Todas tinham uma enorme cara de cú, a mais jovem era linda, mas perante seu mau humor sua beleza era semelhante a de um cutuvelo., porém olhando-a mais uma vez, notou que era uma colega do outro trabalho, Joanita, estava agora muito diferente, estava igual as outras, ficou contente de ver a amiga, sorriu e a cumprimentou vocalmente... Ela olhou e nem respondeu, não se expressou de qualquer forma. Entendeu e ficou bem chateado. Atendiam mal, estavam tão atarefadas que mau olharam para Silvânio. Não havia música na sala, apenas uma jarra de vidro com café preto, e nenhuma conversa. Olhares sérios e nenhum mural com flores de papel e mensagens de amizade bem estar e reflexão. Tudo absoltamente tudo estava marcado, nas gavetas o que era o quê, vários relógios, centenas de canetas BIC, ofícios numerados e por toda parte uma logomarca horrorosa.
Cinco minutos se passaram, e a velha o atendeu nem dizendo bom dia, mas bufando e conferindo o relógio.
- Pois não. É a entrevista?
- Sim senhora.
- Ok, eu sou a psicóloga, podemos começar?
Nossa! Ela era a psicóloga, se o nível era hierárquico, imagine como deveria ser o proprietário.
Começaram as perguntas, ela lia num papel, tudo era muito decorado e sem expressão ou vontade. Ele as respondeu naturalmente.
Aquela sala era extremamente pesada. O clima dava uma preguiça, stress, sono, mescla de coisas que não se pode ter no trabalho.
As outras duas faziam contas, digitavam nos teclados barulhentos com tal força que era milagre ainda estarem inteiros. Seus óculos brilhavam as lentes de gordura, era possível avistar marcas de dedos a quilômetros. Além de tudo eram porcas.
Uma delas olhou para o relógio, já era meio-dia, fez uma alarme onde ficaram muito mais agitadas, guardando papéis, limpando coisas, ignorando mais do que nunca a presença de Silvânio.
- Senhor, me desculpe, nós temos que almoçar. São vinte minutos. Depois que voltarmos continuamos a entrevista .
Ele saiu sem entender, sem entender não, na verdade perplexo, e elas saíram em seguida apagando as luzes e trancando as portas. Sendo assim, iria ele também almoçar, foi num restaurante á quilo ali perto, e após servir sua montanha no prato, sentar-se e pedir sua coca-cola zero, viu no outro lado da rua em um restaurante mais fino, as irmãs cajazeiras, o trio metralha almoçando. Comiam com pressa, pequenas porções, tinham vergonha de tudo, pediam uma água mineral de 500ml para as três. Alguns homens mexiam com elas, e nada faziam além de retorcer a cara e ficarem vermelhas de vergonha.
Voltaram, Silvânio foi logo atrás dela, no caminho não falaram nada, andavam depressa nos saltos de camurça. Abriram a porta, acenderam as luzes, desengavetaram papéis, sentaram-se e tudo voltou. Silvânio entrou, e antes que sentasse a “psicóloga” exclamou: - Que roupas são estas para se fazer uma entrevista? (ele estava de calça jeans, e tênis azul combinando com sua camisa gola pólo).
- Desculpe senhora, o que tem de errado?
As outras olharam, ficaram boquiabertas olhando-o dos pés a cabeça, emitindo sons guturais de desapreço.
- Isso não são trajes para uma entrevista de emprego, se retire daqui imediatamente.
Era realmente lamentável não haver mais ninguém no corredor, não poder fazer um show de escândalo para grande público. Ele sabia que não se encaixaria naquele emprego, quer dizer, naquela escravidão. Mesmo assim resolveu insistir: - Mas senhora, eu estava aqui já antes de vocês irem almoçar, e vestido deste jeito!
A velha quase desmaiou – Oh! – Isto foi um grito! – Então devo estar cega, louca! Como Deus, como pude permitir isso naqueles minutos atrás? – Ele era muito teatral.
Joanita se meteu na conversa: - E este seu jeito de andar, acha que está aonde? Seu esquisito!
A vez da meia idade: - E este seu corte de cabelo, e estes trejeitos! Nunca serviria para trabalhar aqui!
Ele então aos berros passou a relatar tudo o que faziam no seu antigo trabalho onde fora demitido.
Elas instantaneamente ficaram estafantes, tontas e cansadas, era cada absurdo.
- Joanita! Você é a maior vagabunda, não saia do motel com o chefe e xingava todo mundo onde trabalhávamos. – Joanita desmaiou. As outras nem se mexeram, era absurdo extremo.
Ele continuou: - E vocês velhas? Já viram isso – ele estava suando, abaixou as calças e mostrou todas as partes. – fizeram elas menção de também cair em desmaio, rápido ele pegou a jarra de café e jogou nelas, voltaram á tona, meladas! Gritavam histéricas, enbtão apareceram mais funcionários. O show tinha de acabar e Silvânio barraqueiro como era tratou de terminá-lo.
- lá no meu trabalho nós ficávamos nus! – E tirou o restante da roupa. Avançou nas senhoras e também lhes deixou peladas. Fez tremenda força e conseguiu próspero arroto podre e peido audível na china.
Uma chuva de “ohhhhh” e burburinhos. Elas não sabiam onde enfiar a cara.
Seguranças chegaram, mas Silvânio com as calças na mão, já estava bem longe.
E foi assim que esse personagem idiota acabou com aquelas muquiranas ao menos por um dia. Além de não ter conseguido um emprego, ficado nu em público (o que era um grande sonho), além de ensinar como não se deve agir em certas ocasiões.
Nossa, como Silvânio é educado e gentil não é mesmo? Nos ensinou esta porção de coisas... mas nem por isso deixa de ser um personagem idiota!





Douglas Tedesco – 12/2007

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A CAIXA


terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Boca-de-leão





O mais certo desta vida, é de que tudo fica e somente nós iremos daqui. Por isto esta terra não é nossa, Por isso nunca temos muita razão. Mas um bem que fazemos, é cultivar estas coisas que dizemos “ser nossas”, quando na verdade somos nós quem pertencemos à elas.
Minha família cultiva alguma flores, uma florzinha chamada boca-de-leão. É muito bonita, e realmente lembra uma boca, floresce na primavera, e uma única vez, após o pezinho de onde brotaram as vivas cores em pétalas, morrem.
Tudo aconteceu quando vimos alguns pés adornando o jardim de minha vó na capital, isso faz bons anos. Então minha mãe interessou-se e minha vó lhe deu algumas sementes, na verdade muitas sementes. Não acreditei a princípio que aquilo se transformaria em flores, porque nunca acreditei muito em sementes, mas aquelas minha vó quem tinha nos dado... Era mais confiável.
No dia seguinte minha mãe a plantou as sementes em uma caixa com terra preparada. Um mês após nasceram pequenas plantinhas, fininhas com folhas fininhas, muitas, muitas de verdade. esperamos mais um pouco, e a colocamos em nosso jardim, com terra úmida e preparada.
E um tempinho depois vieram as flores... Muitas em cada pé, nos muitos pés que coloriam todo jardim, e que minha mãe e meu pai se revezavam a regar para que não deixassem de vir. Eram de muitas cores, e também tem as que se fundem e formam diversidades mescladas... Eu as adoro, todos lá em casa as adoram.
As flores caíram se misturando a terra, os pés ficaram vazios, e secaram, foram ficando negros e tortos... Não nasceram mais flores. Descobrimos que ele era para uma vez só, todo o cuidado, a dedicação e afago valiam em única dose. Contudo nem tudo estava perdido, haviam bolinhas cheias das minúsculas sementes em cada lugar onde nascera uma flor. A colhemos, e colocamos em uma grande recipiente... As sementes haviam se multiplicado... Era agora o dobro do que o número que minha avó tinha nos dado. Repetimos todo o ritual, e demos um pouco de sementes para uma tia. Tudo aconteceu novamente, inclusive com ela. E pelo que soubemos, as sementes dela também se multiplicaram e ela deu para algumas pessoas. Estávamos espalhando alegria ao mundo.
O jardim de minha vó não existe mais, ela mesma também já partiu. E uns dias atrás, coloquei em sua capela, um vazinho com dois lindos pés de boca-de-leão roxo com branco (minhas favoritas).
Continuamos o ciclo de nossas vidas... As sementes num recipiente, plantamos em uma caixa, nascem, crescem, mudamos para o jardim, damos algumas, florescem, secam, se tira os corpos mortos, colhemos as pequenas cachopas com as sementes, e tudo acontece de novo. Esperamos ansiosos, e nos sentamos na área a contemplar sua beleza. Ver cor por cor, a mais alta, a mais baixa, a mais florida, mais pobre, e todas irmãs de uma vida só... Mas companheiras, fazendo o futuro, e mais do que nos pertencendo... Fazendo nós a pertencermos!


Douglas Tedesco – 12/2007

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

EU ERA MAIS IMPORTANTE !



EU ERA MAIS IMPORTANTE!


Devia ter uns sete anos, não mais que isso, criança, que não sabia conter suas vontades ainda. Minha mãe e meu pai ainda trabalhavam na extinta gráfica de nossa propriedade. O negócio dava pra nos manter sem passar necessidades, mas também não para luxos. Um dia, minha mãe, eu e uma amiga dela, prima do meu pai, a Nevinha fomos para Itajaí, para alugar vestidos elegantes para irem a um casamento, e também para pegarem um serviço muito importante para uma empresa amiga nossa. Já era de tarde quando estávamos com os vestidos em mão, e o serviço, que se tratava de um milheiro de folders a serem distribuídos em Tijucas. Porém no caminho aconteceu um acidente na BR, e ficamos parados no trânsito, durante horas... Estava frio e estava com fome, paramos perto do nada, bem ao lado dele,e mesmo com medo, as duas e eu entramos numa rua escura e deserta, com a indicação de que ali havia um lanchonete, realmente quase um quilômetro depois havia, e era um inferninho. Pensaram em voltar, mas já estávamos ali, e ainda que sob os olhares das putas, e indagação de maus encarados elas entraram comigo cheias de coragem, e comparam-me um salgadinho bilú, era só o que o dinheiro dava. Voltamos rápido, entramos no ônibus, e para livrar-me do frio, minha mãe deitou-me em seu colo e abriu a embalagem de folders, pegou alguns e me cobriu. O que diria ao dono dos folders? O que faria para suprir a falta daquele material, e a embalagem rasgada, como explicaria? Eu era mais importante que tudo aquilo, incontestavelmente, por isso, por nada do que eu precisei ela contestou em fazer, mesmo em condições impróprias e terríveis. EU ERA MAIS IMPORTANTE! E aqueceu-me muito mais o seu amor, o seu calor humano, do que aquele papel couchet sobre meu corpo. Muito obrigado. Mesmo não cabendo mais sem eu colo, precisando de muitos folders para me cobrir, sou eternamente grato. E estes dias, lembrando este fato, ela me corrigiu docemente: "Não filho, você não era mais importante, você É mais importante !

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Vamô curti essa Balada !





Minha nossa, a vida perfeita de um jovem é um bom emprego, onde ele possa ganhar para fazer o que gosta. No caso de ser um jovem que goste de baladas, a vida perfeita (até ele realmente descobrir que esta palavra não existe) é um bom emprego que cubra além da faculdade, suas baladas.
E “De repente, não mais que de repente” elas surgem na sua vida, assim na terça ou quarta-feira, datada para o sábado. Aí são muitos planos, e tal e coisa e coisa e tal. Ainda mais tratando-se de balada fora da rotina: aquelas que são promovidas por conta de ocasiões especiais, e que você sabe que vai ter um monte de conhecidos que você gosta, do tipo casamento ou formatura.
Dentro das suas características, surgiu uma numa quarta, na facul, a gente é dos primeiros períodos, e quase no fim de ano, pintou a formatura do nono período, o que significa FESTA! Porque toda formatura tem baile, tem lugares bonitas, roupas extravagantes, gente risonha, chorosa, e música boa de banda legal.
Feitos os contatos mais do que uma prece. Contatos mais rápidos do que se fosse um caso de vida ou morte... Ops! Era um caso de vida ou morte. Sabe quando alguém da ‘piti’ porque corre o risco de não ir àquele lugar? Era assim o sentimento.


Convite na mão, terno, mala pronta para a cidade vizinha, realmente era a balada dos sonhos. Além de ser fora do normal, teria muita gente conhecida. Peguei no ônibus ainda vestido de normal, e me mandei de primeira classe. Me troquei por ali perto do lugar nobre, na rua nobre, para a ocasião nobre. Já se fazia noite, mas aquele terra vive eterna sem olhar ponteiros. De caso feito todos já a espera. Gente fixa e participações especiais, trajadas com coisas que nem imaginava no couro deles, só mesmo vendo, era todo mundo bem bonito assim. Dava pra fazer um casting legal sabe, e de social então, valorizava muito mais.
Entramos, sentamos no ambiente decorado de luxo já cheio de familiares, salgadinhos e petiscos afim sobrevoavam nossas cabeças. Viramos três taças de vinho e um copo de uísque na mesa e no chão, estávamos numa ilha de destilados, na verdade quase afogados, e aquilo era apenas o começo... Os formandos chegaram, e rolou toda aquela tradição de brindes, valsas, homenagens e cumprimentos. Nossos copos estavam vazios e qualquer garçom que passasse era barrado pela nossa vontade, porque independente das idades, ideais, ou caminhos de onde vínhamos ou tomaríamos, todos tinham um compromisso aquela noite: beber muito, até cair!


As luzes diminuíram, a banda mostrou a que veio. E na empolgação sedentos de colocar os ossos fora do corpo. Aquela básica rodinha, muitos copos na mão. E estávamos bem no centro no coração daquela cidade que todos ali amavam, num lugar cheio de histórias pra contar, secular semelhante a luxuoso cabaré. Ali não era faculdade, por isso éramos muito mais felizes, e depois dali demoraríamos a nos ver. A regra geral era aproveitar cada momento, e para auxiliar bastava nossa alegria e companheirismo e a fascinante idéia de trazeres uma câmera digital pra eternizar aquelas preciosas figuras. A banda era realmente muito boa, tocava de tudo, todos os hits, surpreendendo quem estava ali pra se acabar. As coxinhas não mais nos sobrevoavam, e vez por outra encontrávamos com aquela pessoa amada, a qual não podemos deixar passar despercebida sem qualquer brincadeira, ou até mesmo direito a uma dança. Após uma linda canção, na seqüência começou a seção das antigas. Aquela vaca com aquele vozeirão interpretando Time after time, He must a been love, True Collors, Something, La isla Bonita, Murder on the dance florr, entre outras em que todos fizeram as convenientes coreografias e sabiam até de trás pra frente a letra. Estas canções nos moviam então a mais álcool, e quando depois de umas horas na festa, já estava todo mundo sob o efeito da líquida drogas... “Vamô curti essa balada!” e mais dança e mais bebida, mas uma música estava faltando, uma música bem famosa, no estilo ‘poperô’, Uma de nossas amigas, que tinha voz linda, subiu ao palco, falou com a banda e meteu aquele som na galera, agitou gera!


Ela não desceu do palco, se jogou e nós a pegamos, a levamos de cadeirinha por todo salão e depois fizemos vários trenzinhos. Os meninos cantaram todas as meninas e gritávamos e cantávamos juntos e roubávamos bebidas boas. Dividíamos copos e fazíamos declarações... Coisas de bêbado. Ríamos de tudo, fazíamos de tudo, nosso corpo, e nossa mente principalmente eram multifuncionais. Foi “A FESTA!” Alguém dos nossos vomitou pelo meio do salão, outra rasgou o vestido, e alguns desfilavam já quase destrajados de sapatos á mão. O dia estava amanhecendo, tínhamos quase causado uma briga, a banda parou apenas com algumas pessoas no salão. O sol entrava por tímidas frestas,e sem opção tivemos de ir embora. Eram sete da manhã e estávamos brincando no chafariz perto do salão, enquanto velhinhas iam para a missa e cachorro catavam comida no lixo... Nós éramos cachorros, e éramos também um lixo, o lixo mais risonho e feliz do mundo. Nos lavamos naquela água com merda de pombos e poeira urbana, completamente bêbados e loucos, porque naturalmente sem nada no sangue ou na cabeça, já éramos doidinhos, com alguma coisa pra ajudar então, bombávamos! Não podíamos pegar o ônibus molhados, então nos deitamos em banquinhos na praça, a conversar alto sob o sol, e a nos secarmos. Eram nove da manhã, hora da despedida, os que ali moravam, se foram, os demais tinham de tomar seu rumo. Queríamos ir na praia, mas era muito longe, já bastava o quase um quilometro que caminharíamos de trajes a rigor para chegar na rodoviária.


Entramos no terminal, aquele bando de mortos que acabavam de acordar fazendo o maior esporro, e nem um minuto se passara, já havia locomoção para nosso destinos. Sem parar um minuto, nem sentimos chegar. Daí sim, fomos a praia, mais uma vez nos banhamos de água de sal. Fomos á casa da cantora, e dormimos um sono... Estávamos tão bem. Por que todos os dias não eram assim? Porque então não haveria a mesma graça se fosse rotina. Pra garantir e curtir mais um pouco daquela fantástica parceria, desmarcamos compromissos e dormimos até a noite, apenas num deitar de cabeças e roncos chegavam á rua em frente ao lar. Ao acordar um churrasco e boa música na ampla área de lazer da casa nos esperavam... È, não dava mesmo pra ir embora... Fazer o que não é mesmo? Já que a vida insiste, não rejeitemos estes delicados prazeres!



Douglas Tedesco – 11/2007

30 COISAS PRA SE FAZER ANTES DOS 30

Muitas destas coisas muitos já fizeram... mas a quem ainda não fez...



Transar com alguém com menos de 20 anos
Dizer que vai a uma reunião e ir transar com alguém
Aprender a mandar
Beijar alguém passando
Namorar alguém problema
Fazer algo realmente criativo.
Pedir demissão por se sentir perseguida pelo chefe
Pintar o cabelo de rosa e depois de preto. E depois de rosa de novo.
Passear sem calcinha
Beber uma garrafa de tequila
Transar com um dos seus melhores amigos
Agarrar o seu amor platônico
Ter um encontro às escuras com alguém da internet
Brincar de "todo mundo beija todo mundo"
Transar com alguém e esquecer o nome dele
Comprar cinco sapatos em um dia
Subir em um palco e dançar loucamente
Usar um look despojado
Fazer uma tatooIr a um psiquiatra por causa de amor
Usar maria-chiquinhas
Ter o melhor sexo da sua vida com um otário
Ir a uma vidente por causa de amor
Ter uma noite bem louca, e acordar 4 dias depois na casa de um desconhecido.
Se jogar de roupa na piscina
Adotar um bicho abandonado
Viajar de ônibus para muito longe
Usar o seu melhor modelo para ir ao mercado
Aprender a dizer não
Ficar com no mínimo três na mesma noite

E mesmo depois dos trinta, se você se sente bem em fazê-las... Vá em frente!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

TRUE COLLORS


quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Cafés dizem Boa-Noite IV




De tanto repetir, um dia enjoa. Fiquei mais uma vez com medo disso acontecer com esse texto que já me é rotina. Mas daí um clarão me deu um soco pra não por tudo a perder: Eu não repito, este texto não é rotina, seus elementos são... Ele não! Porque sempre é diferente. Certo que os mesmos personagens, o mesmo cenário, mas o que posso fazer? Inventar absurdos e jogar no lixo a magia do real? JAMAIS! Ainda mais tratando-se das pessoas de quem falo, dos meus alunos e professores na faculdade da essencial alegria.
Noite, boa noite, preciso emagrecer, por isso conforme combinado no blog, só vou tomar mesmo o café no copo de isopor, exatamente como ela faz. Porém algo foi diferente (pra provar que não é repetição!) Quase que não a vejo tomar café, bem ao findar das horas, e não tinha na minha mira de James Bond, seus lábios de Betty Boop celebrando a energia negra abrasadora... Presença arrasadora.







Uma semana sem respirar os tijolos a vista, e pensei que ia pirar. Mas voltei, retomei e revi todas as minhas conquistas. Antes de qualquer fila, já que estava ansioso pelo ato com a Deusa Mormaii de R$ 10,00. Comprei a singela ficha de papel de nota fiscal (aquilo é uma nota fiscal seu idiota!) no valor de dois cafés... Aguardar, ver a Talita ainda mais sexy de shorts largos, responder a chamada chata, olhar a mesmice em forma de gente... E em atos inpensados, tomar um café sozinho! Rasgar a fichinha, ter o copo de isopor sem par, o filho perdido com leite frio sem irmão. Eu fui ver Karol, amiga de teatro, cabeça igual a minha... pena que faz direito. Não que eu faça errado! Bater papo na biblioteca, palpitando um resto de doce das mordidas no recipiente regado de histórias. Voltei, e como peça chave da multidão, ela e sua casa violeta flutuavam no corredor. O regozijo de 1,55m (puro chute!) e cabelos da cor do seu café.














A outra parte da ficha rasgada lhe contemplou. Mais um filho perdido, mais um sem par, amor sem destino, mas eles se conformam, porque nós nos conformamos, e eles nada mais são, que parte nossa! É tão ver alguém tomar café, sem você tomar ao mesmo tempo. Muita conversa, porque a gente não consegue ficar quieto, nem numa pose para foto. Enfim a foto, um momento para me tornar ao seu lado eterno, adornado pela confecção do colar de canudinhos... Os ardilosos ourives do lixo. A lembrança colorida na sua bolsa. Falamos tanto, tanto. De razão e emoção, porque a razão dela é feita de emoção, não que se misturem, mas que se completam. Ao apagar das luzes na nossa turnê no Dusky, o pobre copo vazio de aroma eficaz, mesmo depois de distante ainda me sussurrava: “Boa-noite, boa-noite!” e olhava com aquele ar superior, querendo dizer que não seria o último, apenas naquela hora o melhor. Muito melhor do que fora o anterior, bm pior do que será o próximo. E talvez até casado, pronto á separar-se dela mesmo numa proposta cálida, e com o humor e rancor que só ela produz.

Douglas Tedesco – 11/2007

terça-feira, 20 de novembro de 2007

CONTADOR DE MENTIRAS



Existe algo de prazeroso no mundo sem ao qual não vivo: contar mentiras!
E quem não o faz, não é verdade?... Não, não é verdade, eu sei que tem, não sei onde,
mas existem os que existem somente pela verdade.
Não é o meu caso, porque para mim contar mentiras é viver,
todo meu ser brota e deságua de coisas inventadas sem pé nem cabeça,
com uma maestria impensada, no impulso de qualquer coisa que eu precise dizer...
E antes fosse, quem me dera, coisas fúteis, contornáveis e apagáveis pela memória ou tempo.
Mas o que prego como lei aos vivos e mortos é absurdo pautado sem noção de ser. Uma coisa, palavras berrantes essenciais á existência do verme em mim!
Já fui todos que sempre quis ser, já passeei por lugares que morram de inveja por que jamais colocarão os pés.
As mulheres que desejo nem são desejo, e fremente realidade sim! Todas as coisas, pessoas ilustres!
Nem sei mais porque vivo, porque o sonho do ser humano perfeito sou eu!
Apenas o sonho, porque nada que digo, nada que vivo é realidade, são letras dissolvidas em uma ilusão contínua dia-a-dia...
Até que descubram, até que me sacrifiquem, até que a distância me faça um novo ser, como um bebê pronto a crescer outra vez, tenho que botar pra quebrar, a cabeça pra funcionar e fluir estas frases desnorteadas sem direção bem imposta.
Como um personagem me recrio e histórias me contemplam em nova vida: tenho profissão desejada, pessoas desejadas, riquezas, detalhes certeiros que conquistam e abandonam a vergonha na cara da minha realidade, que nem mais existe, que já desistiu de me recuperar faz séculos.
E não pense que me arrependo, que acho errado o que faço, que tenho vergonha se me descobrirem, que tenho medo que me descubram...
NÂO, NUNCA, JAMAIS!
Eternamente falar mentiras, cada qual vive de um jeito, este é o meu: na verdade, fazendo jus á realidade,
onde fantasiam desconfiados, eu cara-de-pau, falando inverdades,
causando invejas á sociedade.


Douglas Tedesco – 11/2007

Dar o Sangue pela Terra





Vivemos como se cada dia fosse o último. Tememos o findar de tudo nos próximos segundos. Não esperamos, não lutamos, salvam-se exceções, apenas queremos, e sofremos. Mas sempre pelo bem próprio, no máximo por um parente amado ou amigo muito próximo... Causas humanas e grandiosas para o bem de toda uma raça são terciárias, em quarto, quinto lugar, ou então eliminadas. É por isso que poucos recebem prêmios sobre a paz, é por isso que poucos são grandes, é por isso que quem faz o bem por um miserável é considerado um Deus pelos auxiliados. Por isso que prêmios da paz são tão importantes, por isso que pessoas assim são raras e amadas.
Não podemos também fazer o extremo da situação. Doar-se a uma causa, lutar por algo propício á vários fracos não é esquecer da vida, é equilibrar o necessário e o optativo.
O mundo jamais esquecerá Madre Tereza de Calcutá, Mather Luther King, Henry Kissinger, Nelson Mandela, entre outros, porque fizeram um bem para um povo necessitado. Nos atuais dias isso é impossível, pois temos de nos preocupar com o trabalho, o carro na oficina, com o curso de inglês, a consulta no psicólogo... Afazeres que fazem estas 24hs parecerem milésimos. Não nos sobra tempo para ser voluntário em uma escola, para auxiliar num grupo de recreação de crianças carentes, não fazemos o tempo sobrar, porque deixamos a cabeça inventar problemas, e destes criados nascem os verdadeiros, nos prejudicando, nos enterrando e fazendo robôs cada vez mais. Quando então a barreira não é a capacidade, quando pensamos que não somos capazes de fazer isso ou aquilo, já diz o ditado que “Ninguém é tão sábio que nada possa aprender, e ninguém é tão ignorante que nada possa ensinar”. Mas fazemos substituição por outro ditado: “Cada um por si e Deus por todos”. Eu lhe pergunto então numa questão nem tão grande, mas necessária: Quantas vezes você já deu seu sangue por Tijucas? Repito o gesto do amigo Celso Leal em recente evento público, e como ele repito que não se trata de doar o sangue a um hospital, mas realmente fazer o bem diretamente, tendo consciência disto.
Podemos então pensar que nossa terra não precisa, que os governantes estão aí pra isso, mas é preciso então lembrar que o que os governantes fazem é pelo povo, é por cada um, e a ajuda destes jamais é indispensável. Há tanto a se fazer, há tanto para se planejar e pelas nossas mãos materializar.
Porém desfrutamos de uma cultura que apenas o que é gera lucro é que realmente importa, e que por mais que façamos, nosso país nunca vai dar em nada, é uma bola de neve, uma cadeia incessante.
Olhamos então uma nação evoluída, sim, os estados Unidos, que muito causa repugnância, mas eles são o que são porque acreditam em si mesmos, e fazem não só por si mesmos, mas por todos a sua volta. Eles são patriotas, amam seu país, seja ele repleto de podridão, aquela é sua terra, e eles não aceitam como é, não se acomodam, lutam para melhoras, sempre querem mais, mesmo sabendo que nunca chegarão á perfeição, sabem também que união faz força, e se unem para causas comuns, gerando consequentemente resultados para todos. Os brasileiros são acomodados, adoram importados, e se conformam com o desprezo de outras nações, poucos fazem para mudar isto. Quantas vezes você já deu seu sangue pela sua terra? Deixou gotas de suor regarem o solo? Apenas conhecemos o significado da palavra união quando se trata de coisas muito pequenas mesmo, ou quando se fala em olimpíadas ou copa do mundo. Cantamos o hino nacional quase de boca fechada, porque não acreditamos no que estamos cantando, temos vergonha de nosso país... Mas ele é tão bom, temos tantas coisas invejáveis que vale a pena arregaçar as mangas e faze-lo muito melhor, com pequenos gestos, que unidos se tornam gigantes.
Procure causas nobres, pode ser mínima e de fácil resolução, mas assim feita, tenha certeza que para alguém um grande bem foi realizado, e principalmente quando feito de forma sincera, para realmente ajudar, pois quando é para fazer vista social, arrancar elogios, somente retarda estes princípios. Ajude sempre e isto lhe trará um enorme prazer, já que a verdadeira paz e o bem estão em proporcionar a paz e o bem aos demais.


Douglas Tedesco – 11/2007

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

POEMA MUITO OTÁRIO


Em desprezo e homenagem á todos os poemas que falam da vida bem vivida.




O sol brilha todos os dias.
E a vida segue como cada raio do sol.
Na noite de luar, ilumina pra vivermos mais,
E brilha no coração de cada um de nós.






Na beira do mar, conto ondas e respiro da brisa fresca.
Como se dada dia fosse o último vejo as folhas secas no chão.
Sou a raiz daquelas árvores, e a água que molha as raiz daquela árvore.






A criatura divina sopra seu gozo de vida no meu peito.
Agradeço por viver nesse mundo lindo de Deus.
E ofereço um sorriso ao homem que passa triste.







Sou feliz porque vivo, e vivo porque sou feliz.






Existe coisa mais horrível? E pior e que já vi muitas, muitas mesmo!





Douglas Tedesco – 11/2007

POEMA OTÁRIO

Em homenagem e desprezo á todos os poemas ridículos de amor.



Não sei porque te amo.
Só sei que sem tu não vivo.
Tu és como estrela, ar que respiro.
Todas as noites fico olhando o luar a te esperar.
Na esperansa que aparesas para me levar.



Nenhum sentimento é tão triste.
Meu corasão sem você não existe.
Porque tudo acontese sem eu saber?
Porque tens que existir pra mim sofrer?



A tristeza dia-a-dia me consome.
E todo dia vivo apenas pra te querer.
A vontade de morrer cresse no peito.
E em teus braços quero fazer meu leito.



Então quando isso acontecer
Morro feliz,
Porque assim sei que ao menos na morte
Tu me quis.



(risadas, muitas risadas)



Douglas Tedesco – 11/2007

Barbie's Start a Feeling !










Por todas as forças! Por todos os dias normais! Oh dias normais, porque vocês não me sorriem mais?! Porque aquele com toda certeza não era um dia normal. Parte do almoço tinha queimado, parte ficado crua, o encanamento do banheiro estava vazando a ponto de explodir e alagar a casa toda, uma ventania a impedia de recolher roupa, mas já havia cessado... Pobre Barbie, não conseguia mais controlar seu mundo de plástico, mas logo o Ken chegaria, ele chegava pontualmente 12h10, e o almoço deveria estar pronto, á mesa, com os talheres do lado esquerdo e o copo transparente já de coca-cola até a metade. Os bifes bem passados, a batata frita no ponto certo de sal, as 6 folhas de alface lisa, e o arroz branco soltinho, sem temperos, apenas sal. Mas pelos loucos problemas e sua menstruação que descera naquela manhã, ela nada conseguira fazer direito, em sessenta e poucos anos da sua vida plena em juventude, era a primeira vez que aquilo acontecia. Eram 11 e 40 da manhã, muito desesperada ela saiu de sua casa rosada, atravessou o gramado verdinho e bem aparado, as cerquinhas de madeira branca, e andou um pouco até a frente da rua, passando pelo grande morango, que era a casa da Moranguinho, e pela residência parecida com a sua, mas de porte inferior, que era a casa da Susy (A Susy, é brasileira, é pobrezinha mesmo, a Barbie sempre ajuda ela com suas roupas e acessórios que não quer mais). Quando chegou na esquina viu se aproximando o carro do Ken, Finalmente, ele estava chegando e após perdoar aquela vaca americana e loira por ter destruído sua vida perfeita, a ajudaria a consertar as coisas, afinal Barbie era mulher e não podia fazer nenhum serviço de homem, e seria inadmissível contratar um profissional para realizar qualquer serviço com ela sozinha em casa, com certeza um dos machões ainda iria querer seduzi-la e transar a força na cama de casal com colcha rosa.
Barbie parou na esquina, e Susy estava logo atrás dela, indo ao mercado comprar mais comida de mentira, já que a menina sua dona tinha esquecido de fazer isso. Susy e Barbie se cumprimentaram, e ali mesmo na esquina conversaram rapidamente, Barbie sempre humilde, demonstrando imensa solidariedade, já que Susy além de pobre e brasileira, era baixinha, cabeçuda, tinha as pernas horríveis, e era barrigudinha... Bem coisas de pobre e brasileira.








No meio da conversa Barbie notou que o carro do Ken estava estacionado, Ken estava com uma mulher ao seu lado, ela e Susy não conheciam, mas era Christie, a Mattel ainda não avisara Barbie, mas era uma boneca negra americana com o seu perfil, que seria sua amiga (Barbie ficaria pasma: uma boneca negra americana e rica! Se era negra tinha de ser brasileira e pobre. Como a Mattel era idiota)... Mas parece que Christie não estava querendo ser amiga da Barbie... Ela e Ken se beijaram, aquele beijo insosso de quem não pode abrir a boca, mesmo assim era um beijo.
Susy ficou sem graça, não sabia consolar, nem podia mesmo, afinal ela era uma boneca pobre e brasileira. – Eu preciso ir ao mercado Barbie! Com licença. – Susy saiu cabisbaixa cumprindo seu itinerário. Barbie estava completamente perdida, não sabia o que fazer! Aquilo nunca tinha acontecido (até onde ela mesma sabia), não era um fato comum, sua vida era impecável, invejada, ela era uma idosa com rosto de vinta aninhos ainda, na profissão ‘fachada’ de top model, quando na verdade as meninas que brincavam com ela a faziam muitas vezes de dona de casa, mas as meninas não importavam, importava era o mundo dos famosos, sua beleza, Ken e sua vida perfeita, invejada e sonhada por todos! Mas o item “KEN” da sua vida maravilhosa acabara de falhar com o percurso. Tentou conter a raiva e não demonstrá-la, afinal de contas era a musa dos brinquedos infantis e não poderia perder esta imagem, algumas “pessoas” estavam passando pela rua, havia ali do outro lado da calçada uma construção de lego, cheia de pedreiros, que estavam percebendo que havia algo de errado, alguns deles assoviaram e a chamaram de coisas impróprias para crianças. E mais a frente havia um lava rápido da Hot Weels, cheio de bonequinhos tarados de plástico lavando seus pequenos automóveis e também notando que nem tudo estava tão normal. Ao chegar em frente do carro, mais um rápido beijo aconteceu, até que ambos, Christie e Ken viram Barbie, semelhante á um urso: - Por que vocês se beijaram? O que significa isso Ken?
Uma réplica da power ranger amarela preparada para morfar ouviu isso conjuntamente com outros bonecos que passavam, o carro acelerou e Barbie só não foi atropelada graças ao ato de bravura de um homem aranha de vinte centímetros, que jogou sua teia e a salvou do alto de um salão de beleza das Polly Pocket’s. Elas viram tudo, e como ótimas inimigas que eram, exalaram como magia negra, gargalhadas exageradas.
Ali de cima, ela viu o carro partir e fazer a curva, lá longe, em frente ao castelo miniatura dos bonecos dos personagens de Harry Potter... Barbie foi embora, envergonhada, chorando muito.








Na manhã seguinte, no jornal diário local, a foto da loira Mattel dividia a capa com a notícia de um suicídio de uma boneca de porcelana que se jogara da estante, e um metro e meio abaixo se espatifara em centenas de cacos brancos. A manchete era esta: “Uma pedra no caminho da perfeição”, em outro jornal mais barato lia-se: “O que terá acontecido ao mundo de Barbie?”, e outro foto esplendorosa. Já estava na boca do povo, todos sabiam do escândalo, estava arruinada! Passara a noite sentada no sofá, esperando Ken e adormecera na estampa de floral. O copo de coca-cola com a comida ruim sobre a mesa, viu Fofoletes a espiando pela janela, saíram no momento que ela as percebeu, uma delas morreu furando a barriga ao pular a cerquinha branca, foram bolinhas de isopor para todos os lados. Alguém apertou a campainha da sua mansão rosa, e pisando na água que vazava do banheiro, atendeu sua amiga, a boneca Carla Perez – É o Tchan. Elas se abraçaram e Carla consolou Barbie, e lhe disse que Susy desde a hora que havia ido ao mercado no dia anterior estava espalhando a todos sobre a traição, e ela mesmo quem deu a noticia aos jornais. Em seguida, com muito prazer, foi no salão das Pollys contar com detalhes.
Chegaram também na sua casa, trazendo biscoitos Trakinas e caixinhas de Ades de maçã, as bonecas da estrela de Sandy e de Vanessa Hudgens em High School Musical. Mais uma vez abraços lamentos, e toda esta coisa de amiguinhas fúteis em crises conjugais, ao anoitecer foram todas embora deixando Barbie sozinha, sozinha mesmo, na lama, sem qualquer notícias ou ligação do Ken, ela ligou para seu celular, mas estava sempre fora de área... Passaram-se dias assim, ela era conhecida como a mais nova solteirona do pedaço, muito cobiçada, recebeu até mesmo uma visita do homem-aranha que a salvara e de um Wolverine de borracha. Passaram-se dois meses, quando Barbie decidiu sair da solidão e mudar de vida: Iria extravasar! Botar pra quebrar, chutar o pau da barraca, soltar a franga, e todos mais estas gírias que significam que ela pretendia fazer muito sexo, beber até cair e farrear com drogas e novos amigos, para ela era realmente mudar de vida.








Numa noite fria, foi até o salão da Betty Boop, lá muitas garotas, até mesmo bebês, se prostituindo, lá havia uma jóia rara das prostitutas, era uma boneca da Ivete Sangalo, caríssima, de material imitando pele humana, e com cabelos muito semelhantes aos humanos também. Todos no recinto a olharam num gesto de calando-se. Um papai noel de TNT deixou todo leite de seu copo cair, no balcão procurou o cafetão do lugar, e uma boneca da Xuxa lhe indicou um perna-longa de pelúcia numa mesa ao canto.
Conversado, estava tudo combinado, não se passaram nem cinco minutos, e um Max Steel deu nada menos que três mil dólares para passar a noite com ela, dois eram dle,a um era de perna-longa. Max a levou para um motel magnífico, tipo de lugar onde Barbie jamais colocara os pés. Lá realizou todas as suas vontades, ele pediu uísque e vodka para o quarto, e tinha no bolso, cocaína, heroína e crack... Beberam e usaram drogas loucamente.








Barbie acordou no escuro, muito zonza e com dores tantos externas e internas em todo corpo (de plástico)tentou levantar e bateu a cabeça em algum lugar (muito duro, diga-se de passagem), acenderam a luz, e se viu num quarto minúsculo repleto de outras bonecas de seu estilo, deitadas em vários beliches, ambiente sem janelas, todas acorrentadas umas nas outras e nas camas. Um ursinho Puff estava na porta e disse com voz grossa:- Fiquem quietinhas, vocês vão viajar agora, vão se prostituir na Europa. – apagou a luz, fechou a porta, e tudo voltara ao (a)normal.
Soube então, que dormira uma semana inteira, e fora vítima do tráfico humano, e agora estava indo para Europa, ser escrava sexual de algum homem poderoso. Que vidinha se metera!
Pensou que poderia estar agora, mesmo sozinha, bêbedo sua coca-cola, ou Ades, comendo Batatas-fritas queimadas, ou Trakinas, com suas amigas também ricas e famosas, algumas brasileiras lógico, mas diante da situação aquilo era detalhe super-descartável. Poderia ter esperado Ken em casa mais um pouco, e nada ter acontecido, mas era o destino, pois neste mundo dos brinquedos tudo é possível.
Por fim das contas incontáveis, tiveram piedade dela, e a colocaram para escrava sexual particular do chefão do esquema, um macaco barrigudo que tocava tambor, e ficava aos cuidados diários de uma boneca de pano que a maltratava muito.







Depois de esfregar muito chão com estopas picadas, conseguiu ajuda de um soldadinho de chumbo, que a levaria de volta á América em troca de um maço de cabelo e um vestido rosa (era para fazer uma peruca, para ele participar de uma parada gay dali a umas semanas... Ele era gay).
Então com ajuda de um playmobil, furtaram um avião de controle remoto e foram para os EUA.
Mas como nem tudo são flores, lá foi seqüestrada por um João Bobo, contratado do esquema de tráfico humano, e novamente dopada, novamente na Europa suja, estava aos cuidados de um He-man perneta, e um fantoche gigante. Prostituindo-se, fumando cigarros baratos, transando por qualquer nota baixa de euro, e limpando vômitos e restos de bebida de seus patrões. Esta era a vida de Barbie, da ilustre e famosa. Agora podre, imunda numa vida mais imunda ainda. Sem Ken, ou Susy brasileira e pobre... Nenhum contato da Mattel, nenhum helicóptero dos X-MEN em sua busca. Estava sozinha no mundo, só ela a escravidão, prostituição, até que quebrasse partes vitais do corpo, ou caísse sem querer em uma fogueira. Vivenciando os males que eternamente temera.


Douglas Tedesco – 11/2007

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Onde o BUMBUM termina

Muitas pessoas no mundo fazem sexo, muitas mesmo, fazem de todas as formas, em todos os locais, na verdade o maior objetivo de muitas pessoas, é fazer muito sexo, e de boa qualidade durante toda sua vida (excluindo-se por motivos óbvios a extrema infância e a extrema velhice). Tristes daquele que morrem sem fazer sexo, já que trata-se de algo divino, pois através dele que estamos aqui, e num gesto de fremente respeito e “preservação da espécie” devemos sempre que a oportunidade nos sorri, fazer sexo!
E uma vez, tirando todo o ‘tesão’ do anterior tema, num assunto iniciado nem sei porquê, ouvi que determinadas coisas eram verdadeira delícia, quando feitas no final do bumbum. Olhe um corpo nu, imagine um corpo nu! Onde fica o final do bumbum? Podemos dizer que é a coxa, embora alguns digam que a coxa é a continuação, e não o fim do bumbum. E sendo o próprio bumbum não o final, mas a continuação das costas... E assim por diante com todos os órgãos e partes, nada se finda, tudo se uni, assim formando a maravilha que é nosso universo.
Pode ser papo de louco, mas a pura verdade é que podemos ter fins onde se vêem começos, e começos que parecem ser finais... Depende simplesmente do ponto de vista. Do mundo que queremos habitar, do universo real, e do fantástico. O equilíbrio está mesmo em conseguir praticar atos reais utilizando-se do fantástico... É o segredo do anti- stress, da felicidade sem limites. E cabe a cada um fazer este mundo determinado de fantasia, e o da realidade infelizmente não podemos construir, pois já fazemos parte da construção, somos um mero tijolinho, um pedaço de ferro na estrutura. Aliás, apenas construímos o fantástico porque já possuímos (e somos possuídos) pelo real.
Neste fantástico as coisas funcionam exatamente como você quiser: as casas podem ser de chocolate, a beira de um rio de iogurte, com árvores frutíferas de sonho de valsa, e raiz de bis... Exatamente como se quer. Este mundo não é sonho, porque está presente, todas as vezes que não somos formais, que fazemos todas as loucuras que desejamos, as vontades mais fúteis e insanas... Mas não se trata de limites, e sim extensões, já que nada acaba, tudo continua de formas diferentes, com mudanças. Neste mundo de fantasia que sonhamos com o príncipe encantado, que encenamos em frente ao espelho, que compramos aquele CD ridículo, para ouvir apenas uma música... Isto tudo é normal, desde que não seja formal. Este mundo existe, estes universos paralelos preservamos de acordo com que preservamos desde a infância, pois ele nasce na infância, com nosso super-herói favorito, o filme ‘trash’ de terror, e o levamos até a morte, ali guardando os sonhos que deverão ser realizados na formalidade, as palavras que mais gostamos e nem sabemos porquê.
O mais estranho é que todas as coisas que não entendemos, sabemos, se guardam no outro mundo. Aquelas cenas que parece que já vivemos, todas elas se completam, se encontram nestas informalidades, neste superior, nós é que não sabemos controlar este outro nosso mundo, e é melhor assim, porque se soubéssemos, não voltaríamos mais á realidade, seríamos de todo encantado, eternamente fantasia... Indivíduos que fazem assim são os ditos loucos, incertos, mas na verdade de todo corajosos.
Coloca-se como oculto decreto que as coisas não terminam neste mundo imaginário, sejam questões de corpo, do bumbum e seu belo conjunto ritmado que não termina. Seja qualquer problema ou questão, há sempre no mínimo duas visões, porque então fiquem ciente que há sempre no mínimo dois universos.



Douglas Tedesco – 11/2007

ROSA ORGULHOSA



Me avises quando não mais adornares mesas fantásticas.
Me avises quando não mais estiveres entre porcelanas e pratas.
Me avises quando teu sorriso não mais for por tanta nobreza.
Porém não te vendas por migalhas de cabarés.
Não te troques pelas facilidades de uma calçada barulhenta em damas.
Não te abandones um uma vitrine em poeirada.
Te doa á natureza!
Então me avises aonde te encontras.
Me fala com prazer de tuas histórias.
Me chama pra deitar entre tua grama.
E num sussurro ensurdecedor sentir ao teu lado o vento muito lento.
Então te encontro.
Te colho.
Te admiro.
Me faço completo, e não mais te faço flor.
E sim, todo jardim.

Douglas Tedesco – 11/2007

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

ENGRAÇADINHAS...



*Herrar é umano*




A verdadeira bravura está em chegar em casa bêbado, de madrugada, todo cheio de batom, ser recebido pela mulher com uma vassoura na mão e ainda ter peito pra perguntar : vai varrer ou vai voar?




*Mal por mal, é melhor ter o de Alzheimer que o de Parkinson, pois é melhor esquecer de pagar a cerveja do que derramar tudo no chão.




*Faça sexo seguro. Transe em um carro blindado*- Não sou demais porque tudo que é demais sobra, e o que sobra é resto. Sou de menos porque tudo que é de menos falta, e o que falta é raridade!




*Manchete dos sonhos: "Um duputado contraiu febre aftosa. Será preciso abater todo o rebanho




*A maior prova de que existe vida em outros planetas, é que eles ainda não entraram em contato conosco




*Primeiro Deus criou o homem... Depois teve uma idéia melhor




*Criança no banco da frente causa acidente. Acidente no banco de trás causa criança




*Queria ser pobre um dia na vida ... Porque ser todos os dias é foda!





Madame Kirsten Feller


Em homenagem á Jéssica Feller, e sua outra face...


Kirsten Caroline Dunst (Point Pleasant, Nova Jersey, 30 de abril de 1982) é uma atriz norte-americana, conhecida por seus papéis em Interview with the Vampire (pelo qual recebeu uma nominação ao Globo de Ouro), The Virgin Suicides, Marie-Antoinette e Bring It On, bem como por sua atuação de Mary Jane Watson, nos filmes de Spider-Man.

[editar] Filmografia
2007 -
Homem-Aranha 3
2006 -
Maria Antonieta
2005 -
Tudo acontece em Elizabethtown
2004 -
Wimbledon - O jogo do amor
2004 -
Homem-Aranha 2
2004 -
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
2003 -
O sorriso de Mona Lisa
2003 - Kaena: The prophecy (voz)
2003 - O 5º passo (Levity)
2002 -
Homem-Aranha
2002 - O miado do gato (The Cat's Meow)
2001 - Gostosa loucura (Crazy/Beautiful)
2001 - Volta por cima (Get Over It)
2000 - O Corvo - Salvação (The Crow: Salvation)
2000 - All Forgotten
2000 -
Teenagers - As Apimentadas (Bring It On)
2000 - Deeply
2000 - Luckytown Blues
2000 -
As virgens suicidas
1999 -
Todas as garotas do presidente
1999 - Drop Dead Gorgeous
1999 - Matemática do diabo (The Devil's Arithmetic) (TV)
1998 - The Animated Adventures of Tom Sawyer (voz)
1998 -
Pequenos Guerreiros (Small Soldiers)
1998 - O preço de uma escolha 2 (Fifteen and Pregnant) (TV)
1998 - Strike!
1997 - Mera coincidência (Wag the Dog)
1997 - Anastasia (voz)
1997 - Tower of Terror (TV)
1997 - True hart
1996 - Vítima do passado (Mother Night)
1996 - Na mira do FBI (Ruby Ridge: An American Tragedy) (TV)
1995 -
Jumanji
1995 - Children Remember the Holocaust (TV) (voz)
1994 -
Entrevista com o vampiro
1994 - Os puxa-sacos (Greedy)
1994 - High Strung
1994 -
Adoráveis mulheres
1993 - Darkness Before Dawn (TV)
1990 -
A fogueira das vaidades
1989 - Majo no takkyubin
1989 -
Contos de Nova York


Kirsten Caroline Dunst é um raro exemplo de astro de Hollywood que consegue continuar normalmente uma carreira iniciada quando ainda era uma criança. Astros mirins como Macaulay Culkin e Linda Blair são apenas dois de centenas de exemplos de crianças que sumiram da mídia com seu crescimento. Mas como já disse, isso não acontece com Dunst, que está envolvida no mundo do entretenimento desde os três anos.

Linda, maravilhosa, a cara da Jéssica Feller!


I Love Betty Boop !!!




Em homenagem á Alice, a melhor das Betty's Boop's !






Betty Boop é uma personagem de desenho animado que apareceu nas séries de filmes Talkartoon e Betty Boop, produzidas por Max Fleischer e distribuídas por Paramount Pictures.
Betty tinha um jeito de garota independente e provocadora, sempre com as pernas de fora, exibindo uma
cinta-liga. Foi em 1930 que a personagem imigrante judaica começou sua "carreira", em Dizzy Dishes, espelhando-se nas divas desta década, ao som de muito jazz. Mas Betty Boop ficou famosa mesmo quando interpretou "Boop-Oop-a Doop-Girl", de Helen Kane, e, enfim, entrou para a história, participando de mais de 100 animações.
Entretanto, após 1934, o novo Código de Produção impôs uma censura à personagem. Em nome da moralidade, Betty não poderia mais exibir seus decotes nem suas roupas insinuantes. Acredita-se que o comportamento progressivo da personagem era algo para o qual a população dos Estados Unidos da época não estava preparada para receber. Afinal, eram tempos de
Disney e seus bichinhos. Os irmãos Fleischer modificaram a imagem de Betty, vestindo-a até o pescoço. Contudo, mantiveram em evidência o contorno de seus seios sobressaindo das malhas colantes, o que a deixou mais sensual. Em 1939, Betty Boop foi proibida de aparecer nas telas pelo Comitê Moralizador após anos de perseguição.
Com a sua enorme sensualidade, Betty foi um grande sucesso nas platéias de teatro, e apesar de ter decaído durante a Década de 1930, ela continua popular actualmente pelo ar de sensualidade. Sua última aparição foi no cinema, em 1984, quando fez uma ponta em
Uma Cilada para Roger Rabbit com o mesmo biquinho, as mesmas pernas de fora e cinta-liga aparente que lhe é peculiar.
Lindinha, pantera presidiária, agora pega as imagens e cumpre a tua homenagem!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Cafés dizem Boa-Noite III



Fazer planos, nos nossos pequenos planos diários é onde a grande diferença, a enorme distância entre a prática e a teoria se expõe, se mostra real. Na noite do dia 5, não foi diferente em minha mente, tentar estabilizar numa reta risca toda uma série de acontecimentos comandados por mim, para mim mesmo... Como se conseguíssemos nos comandar. E não foi diferente em minha mente, refletindo em minha alma, expondo em meu corpo. Todos os postos eram simples e fatais: continuar a escrever o conto “Prazeres da Morte”, que já está quase um mês parado, sem rumo, deixar alguns comentários em blogs, visitar o Recanto das Letras, e ler mais algumas páginas do “Punhal de Marfim, e se sobrasse um pouquinho de tempo (já estava considerando impossível esta última etapa, mas sonhar é de graça), tinha de ler um texto sobre atuação, do Stanislavski... Acho que é assim que se escreve! Mas ao desembarcar do ônibus senti que tudo mudou...De principio, duas meninas do primeiro período, minhas amigas, vinham da rua, com a maior cara de safada, não perguntei, mas imaginei o porquê daquelas faces disformes em perdição. Fui no banheiro, fiz aquele xixizinho básico, e ao chegar em frente á minha sala, lá estava ma musa, a presidiária completamente sexy! O extremo da sensualidade, do fetiche calado que nos deixa surdo de tanta imaginação, sentada no canteiro, ao lado da Binha, de preto. Cabelo preto, blusa preta, calça preta, e sapato vermelho! Coloquem uma âncora no universo, e peçam ajuda pra Scotland Yard! Chamem o F.B.I, o BOPE, o GATE, a presidiária está armada! Além de fugir do nosso cárcere de cada dia, simplesmente linda, estava de sapato vermelho, vermelho mais que sangue, de lacinho no peito do pé e tudo mais, dois dedinhos faziam a guarda no pequeno buraco do calçado, calçado que acariciava num gesto único sua bolsa de detalhes vermelhos e vacas! Eu nunca mais vou ter a visão que tinha das vacas, achava elas tristes, desiludidas, agora as tenho como alegres, desimpedidas! Porque a presidiária usava vacas sob os ombros, só mesmo ela para ter vacas abaixo dos braços. Era a reencarnação da Betty Boop, eu amo Betty Boop, e a representação perfeita era ela... Bandida de preto e vermelho!Todos tinham de ir, cada qual com sua as atividades, a Binha aula com o pelicano, a bandida com a “mulher das colunas sociais”. (kkk)e eu aula com o Danilo, não sei o que aconteceu, mas haviam somente 5 alunos, e nem por isso ele deixou de dar aula. Pena que eu não fui na aula, indo para o laboratório, vi na escada um cartaz sobre uma peça de teatro que já devia ter começado no teatro Konder. Imaginei que fosse horrível, não tive nenhuma margem de erro, era muito horrível. Coisa sem pé nem cabeça, teatrinho de escola mesmo, ‘inassistível’. Depois encontrei as meninas com cara de safada, não perguntei, mas aprendi que apenas assistir a algo você já está aprendendo. E mesmo que esteja obscura, entre sombras, há algum aprendizado ali... por mais retardado que seja, e ao virar o corredor, a visão que tive foi da musa novamente, o sol dentre a penumbra daqueles tijolos, iluminou lá do fundo um sapato vermelho no horizonte. Bebemos café, eles mais uma vez quase sufocaram, sussurraram em desespero para tirar-lhes a tampa, me dar um sensual boa-noite, e beber-lhes numa sede fatal, de morte por café em copo de isopor... Sem tampa. Encontramos Nicole Kidman, as incertas de Jornalismo... E o mais incrível é que a presidiária é cheia de luxo e razão quando diz que não tem luxo nem razão alguma! Ela quer um namorado, eu quero suas palavras e risadas. Ela quer acabar jornalismo, eu quero começar algo a mais em mim... Queremos e podemos, porque sem querer ser repetitivos, somos o James Bond e a Pantera Betty Boop, e isso basta pra desmistificarmos as demais raças, aniquilarmos sorrisos. A UNIVALI é uma verdadeira passarela, aqueles tijolinhos, emoldurados de pisos sem graça, modelitos passam nos chamando para se gabar, e entre Nicoles Kidmans, Angelinas Jolies, e Mary Jane do homem aranha, nossa Betty Bopp prevalece . Revelamos segredos, segredos que os cafés não sabem, de que temos medo , não medo, mas leve receio de subir as escadas. E é subindo as escadas que você consegue ter muitas inspirações, pois cada um sobe ou desce de uma forma diferente, fazendo coisas diferentes, com expressões inacabáveis e inigualáveis. Mas nós tínhamos medo de subir as escadas. E a noite, desejada pra lá de boa por copinhos de isopor, acabou em busca de fotos e ônibus as 21h e 30. E desejei fremente, se um dia tivesse de levar um pé na bunda, que fosse adornado por aqueles dedos em vigília, aquela carne viva, laços em pedestal... Sapato vermelho. Noite azul sem estrelas, café preto e com leite, muitas cores, ternidade e eternidade pra admirar as boas-noites.

Douglas Tedesco – 11/2007