quarta-feira, 26 de março de 2008

A EPIDEMIA BLOGUEIRA


Foram-se os tempos em que pegávamos numa tarde um livro, e o devorávamos sem mais nada a optar naquele ramo. Porém nem tudo que vai quer dizer que morreu ou deixou de existir. O fato que quero dizer é que a coisa toda dentro desta tal literatura: amplificou-se! Diversas vezes não corremos os olhos em prateleiras, mas baixamos um arquivo no computador. Não vamos á biblioteca, entramos num site... E será que por conta disso, da mudança no modo de fazer, também se mudou o resultado?
Há os que digam que sim, em contrapartida os que defendam que não. Trata-se de uma questão de ponto de vista, já que após o modernismo não há correta ou incorreta definição de literatura. E não partindo do modernismo, mas da modernidade, ficou mais fácil ser escritor no modo social do fato.
De qualquer parte do mundo, a qualquer hora, alguém pode ler um texto seu, ou um simples comentário, enfim, o que você quiser, através dos blogs. Trata-se de uma página pessoal, com direito a inúmeros benefícios que permite expor as idéias de forma personalizada. E como ficam então os sites de literatura, e os próprios livros em si? Da mesma forma que sempre ficaram, já que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. É existe aqueles que lutaram para se solidificar no mercado, criar a marca, e acham injusto outros conseguirem “quase” o mesmo de forma tão fácil, em poucos ‘clicks’. É julgado tanto como forma de “intelectualização”, como também de inutilidade, ignorância, mas a verdade é que não tipo certeiro, pois é personalizado, tem marca pessoal, e nenhum é igual á outro... Mas conforme vão as coisas tudo tende a evoluir, a solidificar-se ainda mais... Tendo quem goste, quem não goste, quem admire, quem odeie. É prático, rápido e fácil, além de ser gratuito. O porém é que também há muita coisa podre, assim como em toda internet é preciso filtrar, por que também há quem se aproveite da boa vontade dos demais interessados O fato é que vão sempre existir daqui pra frente. É uma forma fácil de se comunicar, de ficar bem informado, de se entreter e de conhecer ao “próximo”. Basta entregar-se a esta virtual mania.


Douglas Tedesco – 03/2008

segunda-feira, 24 de março de 2008

Eu quem fechei os olhos dela

Se perguntassem o perfeito conceito da palavra LINDO, meu pai diria que lindo era tudo que fosse parecido com aquela manhã.
Isto fazia parte da história do dia de meu nascimento. Fora comovente segundo meus pais, pois fora uma gravidez de risco, uma vez que minha mãe sofria de hipertensão, e diabetes, e engravidou com trinta e três anos.
Contava meu pai, sempre em meu aniversário, pela manhã, comendo um gordo pedaço de torta sonho de valsa ou lambendo a base das velinhas do ‘parabéns’ repletas de glacê, que vivíamos com o médico em nossa porta... O destino tinha o péssimo hábito de fazer minha mãe passar mal diversas vezes, sem peridiocidade exata, ou sintomas rotineiros, tudo porque eu insistia em vir ao mundo.
Meus pais venderam a enorme casa de seis quartos e amplo jardim com begônias, e compraram uma menor. O mesmo aconteceu com potente e exclusivo carro de meu pai. Tudo porque tudo que ela precisava para ‘tentar’ manter a saúde estável durante a gestação era de alta bagatela, contudo não tinham escolha: eram os preciosos bens, o conforto supremo, ou eu. Certa vez, o primeiro médico que, contrataram, assim digamos, disse que era melhor abortar o bebê. O que fizeram? Além de o destratarem formidavelmente, o demitiram, assim digamos.
Minha mãe corria grande risco de vida horas antes do parto. Foi levada á sala de cirurgia quase que não para gerar uma outra vida, mas para não se entregar a morte. A tensão emanava de todos os corpos como transpiração. A equipe de médicos tinha como primordial foco, entre seu idioma particular, a máquina frágil, obtendo um ponto claro sobre o fundo escuro. Bailarino ele dançava de um lado a outro no aparelho, oscilava na tela ao lado do corpo indicando que ainda brilhava a aura daquele ser, que a criatura Divina continuava a soprar o maravilhoso dom... E assim ele permanecera quando eu já estava em seus braços chorando recém-nascida. Era poesia ver aquele minúsculo ponto sob a atenção de tantos olhos . Oficio inimaginável do mais potente artista, ter uma máquina orientando tantos homens... É assim mesmo: tudo começa de um ponto!
Bem, nasci. Meu pai faleceu quando ainda era criança, e não sei se é certo falar isso, mas penso ser a mais sofrida das pessoas na face da terra. Não ouço mais a história do meu nascimento em meu somar de primaveras, nem sopro velas cobertas de purpurina com base em glacê, nem como mais torta sonho de valsa, nem um pedaço sequer... Para não aguçar os desejos proibidos de minha mãe. Apesar de não consumir nada do que lhe é proibido, o simples oxigênio parece ser nocivo á minha amada.
Já não há mais pai em minha vida, por falar em vida, isso é uma coisa que realmente não tenho mais.
Ainda na adolescência saía a noite com poucos amigos para curtir as baladas dos anos 80. Estive em shows do RPM, Rita Lee, ganhei taras bem desejadas, eventos de estar cara a cara com ABBA, Cyndi Lauper, Roxette e tantos outros ídolos dos quais só a única coisa que me restou para saciar foi resmungar sem noção de ritmo as canções enquanto lhe dava banho ou o remédio.
Várias vezes que “curti as baladas”, quando voltei a encontrei no azulejo claro e gelado do banheiro, desmaiada e também gelada. Sabia que não era proposital, que ela não tinha a mínima culpa, porém no meu impulso adolescente de maquiagem borrada e minissaia, perguntava num efêmero sussurro: - Por que mãe? Por quê?
Seus olhos muito azuis atrás da cortina de lágrimas, seu rosto fundo e eternamente doentio me falava: - Não sei, mas desculpa filha, desculpa!
Depois de tempos, nem mais falar ela pôde. Um derrame paralisou todo seu corpo... E como eu queria ouvir suas inocentes desculpas.
A mulher que passeava comigo nas ruas fazendo bobagens e imitando os outros, que fazia coreografias das músicas do momento, que gritava em meu próprio bem, que imitava pessoas da televisão no meio da sala para não me ver tão triste... E o que mais gostávamos de fazer juntas, que nos trazia imensa paz e felicidade era desenhar. Não qualquer desenho, muito menos perfeito, mas com giz de cera inventávamos formas e usávamos cores diversas. No nosso planeta da mesa de jantar, com folhas sulfites e muito giz fazíamos disputas e parcerias em gravuras, rotinas e abstratos... Usávamos todas as cores, éramos criativas á valer. Sabia que as pessoas falavam de minha mãe, só falavam em sua tristeza nostalgia e dor, mas eu também sabia que não era só disso que ela era feita... Nós desenhávamos juntas, iguais, amando-se e isso era o melhor de nossas existências.
Mas aquela mulher que me ensinara tantas coisas essenciais não existia mais... Aqueles grandes olhos azuis que tanto me fizeram bem, eram inexpressivos. Aquelas mãos e colo que tanto me forneceram segurança, não se mexiam mais... Eu odiava dia das mães, qualquer data tachada de “familiar” era por mim repudiada, porque não tinha família de verdade.
Sim. Se a pergunta se tratasse de eu poder ou não pagar alguém para cuidar da minha inválida mãe, a resposta seria sim. Poderia, mas fazia questão de colocar as próprias mãos, pintar com meu próprio giz, pois tratava-se de gratidão. Porque nunca economizara sinônimos de “eu te amo”. E via as pessoas dizendo estas coisas e as abraçando. Mas minha mãe nenhuma reação teria, não me abraçaria ou responderia como o resto do mundo... Mas amor não é só vitrine, é na essência sentimento. Por tal sentimento calado que continuava a fazê-la desenhar: o giz em sua mão, variando as cores sempre, a prancheta, e a fazia desenhar coisas de nosso gosto, pegando firme em seu pulso... Ela parecia gostar e recordar momentos ímpares. Sempre que fazia isso, ela conseguia esboçar um leve sorriso, era seu único movimento instigado por toda uma cadeia de emoção.
Chegou o dia em que ela piorou. Achei nunca ser possível isso, mas o que eu sabia de certeza? No leito do mesmo hospital onde nasci, ao seu lado a mesma máquina de muitos anos atrás querendo dizer a mesma coisa por motivos bem diferentes.
Ali gastamos muito giz e muito papel, fizemos obras de arte incrível, até que eu cansasse, ou seu leve sorriso se desfizesse, mas isso não acontecia, e felizes virávamos a noite a registrar alegria em formas infantis na policromia de nossos cúmplices olhares.
Sabia que dali não haveria retorno... E nem mais me lembrava de como era sua voz, seu magnífico jeito de ser, o calor do seu abraço de mãe... Eram vultos as mínimas lembranças. Ficamos nos olhando e desenhando... Ainda escutava comentários das pessoas que só viam o que ela tinha de ruim. Foi quando o maldito ponto cessou sua dança, e apenas correu paralelo sem vontade: Tudo acaba num ponto... As enormes íris azuis fora de foco, então não esperei e fui eu quem fechei os olhos dela.
Se me perguntassem o perfeito conceito da palavra horrível, eu diria que horrível era tudo aquilo que fosse parecido com aquela manhã. Emoldurei todos os nossos desenhos, e não importa se alguns diziam que você era cinza como a tristeza, lilás como a nostalgia, ou verde bem claro como a dor... Eu conseguia ver suas cores verdadeiras, e eram todas muito lindas como um arco-íris.



Douglas Tedesco – 23/03/2008

segunda-feira, 10 de março de 2008

Café e Xixi dizem boa-noite !




Lá fora os pássaros beijam as flores, as borboletas piam, minhoquinhas sobrevoam as árvores, e todas as sogras xingam alegremente seus genros e noras.... Ah.... Como o mundo é perfeito!
E aqui dentro? A mesmíssima coisa acontece, porque na verdade estou lá fora. E estar lá fora me permite, ou será que me obriga? Enfim, a fazer muitas coisas já que o ano retornou, sim, retornou, o mesmo ano do ano que passou, igual, só que como não gostamos muito de coisas iguais por muiiiiiiiito tempo, somamos ‘mais um’, do que o anterior, eis então a receita de ano novo!



Ano novo significa UNIVALI nova... hehehe.
E na quinta –feira, dia 28 (grande palhaçada esta coisa de quinta-feira)
Nada de mais aconteceu, nada de mais uma ova! Porque rever os amigos e sentar naquelas cadeirinhas de almofada azul... É uma delícia. Porém não vi no primeiro dia o anjo pornográfico: Daniella Medeiros, nem a ninfeta da Thalita, nem a minha Betty Boop da Aline! Putz, fiquei muito puto, porque ninguém que eu realmente gostava pra caramba estava presente, mas em compensação o que tinha de pentelho não cabia na Biblioteca Central. E foi assim que acabou aquela porcaria de noite, embarcando num ônibus novo ( \o/ \o/ \o/) com dor de cabeça escutando conversa chata no fundo do buzão.







Porém, sendo sucinto, integral e alegre, porque coisas boas aconteceram, não fui a aula na quarta-feira, porque um concerto erudito por essas bandas me interessavam. Também não mais tomei café em copos de isopor com leite frio e um sorriso da moça sorridente do Dusky, mas tudo bem... Porque nem lembro mais quando, recebi uma punhalada no coração, um tiro certeiro, acharam uma bala perdida: Aline, Betty tomava chá gelado. Ali bem perto de mim, no outro extremo do corredor, com um copo em mãos quase maior que ela, escrito tentação do Mate, não resisti ao encanto da sua bochecha corada, beijei-a e a reprimi por aquele chá gelado que mais parecia xixi: “Por que não café?”
“É que estou com fome, e isso engana o estômago”... Ah sim, ela e sua incontestável sabedoria estomacal sobre si mesma! Passou ela então a oferecer o mijo gelado para algumas coleguinhas gostosas... E a parte mais importante... Prometeu que assim que desse, para ambos os lados, tomaríamos um café, e teríamos a certeza de uma boa-noite!














































































































































































Douglas Tedesco – 10/03/2008

sexta-feira, 7 de março de 2008

NAMORADOS - UMA BOMBA QUASE NUCLEAR !








Eu te amo!
Estas três palavras bastam para que qualquer imaginação se torne repleta de dúvidas, formule teorias e abrigue acasos. O verbo, o sujeito e o pronome mais velhos do mundo, que destroem mentes, constroem corpos.
Aparentemente uma inocente frase, porém a mais ameaçadora de todas elas. Os fatos se duplicam em horrores quando as mesmas surgem de súbito entre um beijo e uma carícia naquela conturbada relação, inovadora-clássica-chata-prisionaeira, chamada namoro. É nele que o mundo devia estar preocupado. Têm gente passando fome, têm gente morrendo de amor. Têm gente fazendo guerras, têm gente brigando pelo amor de alguém. Se algum dia for criado o ministério dos sentimentos, o primeiro fato a ser levantado será a falta de amor, a ausência de namorados. O mesmo contra o povo, mas comprovado pela ciência (mesmo sem lógica, ma sendo comprovado pela ciência todos aceitam) o namoro seria uma ação muito estudada, seria como uma outra vida, e os namorados reconhecidos como uma nova espécie de animal racional. Em 50% dos casos, nem tão racionais assim, pois quem namora não anda, voa. Quem namora não dorme, repousa em mantas de sonho. Quem namora não come, se alimenta de ansiedade. Quem namora não acorda, desperta para um novo dia repleto de sentido destinado ao seu ser. Quem namora não respira, toma fôlego. E assim vive de sentimentos até que aconteça uma das futuras maiores frustrações do futuro código do ministérios dos sentimentos: o fim do namoro.
Então tudo vira desgraça. A experiência não mais se concretiza, se tornam receosos os próximos á semelhança de qualquer ato que possa ser mortal. Volta-se acordar, a dormir, andar, alimentar-se, enfim, a viver. Não chegue perto, pois é nessa fase que esta espécie se torna o ser de mais alta periculosidade da via láctea, poucas coisas resistem a sua fúria, é uma completa explosão de tudo que é tratado como bom e ruim. É confuso, triste, irritado e altamente nocivo. Vários hábitos ficam para trás: a balada no sábado a noite, o passeio no domingo a tarde, as conversas durante a madrugada na varanda, as flores, os toques, a música, o pedaço de vida e sobre tudo as palavras. Quem irá dizê-las? Quem constituirá o tempo? Quem reconstruirá o mundo? Palavras ditas tão do profundo ego, e de uma intensidade imensa, estas o vento não leva, nem as lágrimas, então expostas sem o mínimo aforo. Então é tudo simplesmente, ou complexamente... Saudades, ou “Graças a Deus”, dependendo do grau de amor. A solidão padece, tão cheia de si e frágil. Namorar é tudo uma questão de opostos, de miscigenações, de adaptações, de ilusões. Querem destruir o mundo? Coloquem no poder os mais loucos amantes, e nada restará a não ser história. O universo inteiro namora, só que estão descobrindo aos pouquinhos. Todos amam e nunca é cedo ou tarde... Porque não há tempo, apenas sentido e sentimento.








Douglas Tedesco – 10 de junho de 2005.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Um pouco mais sobre a CAMERATA

É de suma importância para o crescimento dos trabalhos de orquestra e música de câmara no Brasil, um permanente trabalho no sentido de melhorar a qualificação de nossos profissionais, bem como incrementar a formação de qualidade para futuros músicos de orquestra, colocando-os em contato com músicos de excelência em seus respectivos instrumentos. A Camerata, com sede na capital catarinense, oferece aulas de violino, viola, violoncelo, contrabaixo e prática de orquestra. Os alunos tem a possibilidade de integrar uma das duas orquestras a serem formadas durante o evento para o exercício da prática orquestral. Durante a Oficina é preparado repertório para um concerto a ser realizado por todo nosso belíssimo estado. Os selecionados, dotados de postura, emoção, dedicação e respeito pela música nos encantam com seus acordes, sopros e gestos que nada mais fazem se não transformar, converter e decifrar toda própria vida em música! Pela primeira vez Tijucas recebeu este presente, tendo a oportunidade de assistir a um concerto que revoluciona a música erudita. Nesta versão trouxe clássicos das trilhas sonoras cinematográficas do século XX, temas de filmes inesquecíveis que nos fazem recordar momentos ímpares da sétima arte e da existência humana. No entanto sempre é desenvolvida uma temática diferente em cada turnê. Um trabalho que abre as portas da origem da arte, do belo e dos verdadeiros valores, em um tempo onde tudo isso é esquecido, colocado em outros planos. Todos de parabéns, e que continuem a encantar as cidades por onde passam! Magistral espetáculo para ser ver, ouvir e sentir, aguçando a visão, audição, e sobre tudo a alma.

II Concurso De Poesia On-Line

O Concurso de Poesia instituído pelo Grupo de Poetas Livres, de Florianópolis, visa congregar poetas de todos os lugares de Santa Catarina, do Brasil e do exterior. O Tema “A paz na minha aldeia” visa expurgar a violência que grassa em todos os cantos do planeta. Acessando o site do Grupo – www.poetaslivres.com.br, poderão participar todos os poetas com idade superior a 7(sete) anos, com poesias de suas próprias autorias. A Comissão Julgadora irá classificar os melhores trabalhos que serão publicados na Revista Ventos do Sul, que tem circulação nacional e internacional. Os vencedores receberão 10(dez) números da Revista, a ser editada abrangendo o segundo semestre de 2008. Os trabalhos deverão ser entregues de 11 de fevereiro a 31 de maio de 2008.
Grupo de Poetas Livres, sempre inovando a literatura catarinense! Participe e compartilhe seu talento!

COISAS DE SANTA CATATRINA




Eis, para amplitude nossa importante cultura popular, uma pequena listagem de coisas que todo catarinense já fez ao menos uma vez na vida, dependendo obviamente da região onde mora:

- Passar as férias em Balneário Camboriú, e passear todos os dias na Av. Atlântica;
- Comer pirão d’água com lingüiça e feijão frio por cima;
- Se orgulhar porque Santa Catarina é o único estado cujo a capital é uma ilha;
- Ver qualquer ponte de metal em filmes estrangeiros e dizer que é a ‘Hercílio Luz’.
- Dizer: “Tax tolo”, e nem perceber;
- Falar rápido e ter que repetir tudo;
- Ir na Festa do Pinhão em Lages, na Oktoberfest em Blumenau, no Planeta Atlântida na capital, ou em alguma Festa do Divino Espírito Santo;
- Chamar a capital carinhosamente de ‘Floripa’, ou Ilha da Magia;
- Ter o sonho de passar ao menos um dia no ‘Costão do Santinho’, ou Plaza de Itapema;
- Ir fazer exame médico no HU, passear no Mercado Público, e tirar foto com a figueira da Praça XV;
- Ter vontade de ir a praia, e levar não mais que trinta minutos para chegar lá;
- Comer pizza no ‘Alberto’s’ e depois passear no ‘Russi-Russi’;
- Ir no Beto Carrero World no dia do aniversário;
- Pagar promessa na Santa Paulina;
- Chamar alguém do oeste do estado de colono;
- Comprar roupas e tecidos em Brusque, de preferência na ‘HAVAN’;
- Comprar calçados em São João Batista;
- Achar que o Porto de Itajaí é o maior do mundo;
- Fazer Energia pra passar na UFSC;
- Levar vinhos e queijos de lembrança de Nova Trento;
- Participar de uma apresentação de boi-de-mamão, ou do cortejo da festa do divino;
- Comer peixe a preço baixo, e a hora que quiser;
- Ler a coluna de Carlos Prates, ou Cacau Menezes;
- Entrar no Guia Floripa pra ver quais festas terão na região;
- “Dar voltinha” em frente ao Baturité sábado a noite;
- Ver o ‘Jornal do Almoço’, e dar Boa Tarde pro Mário Motta;
- Decorar as propagandas da ‘RBS’;
- Ir a Criciúma visitar a ‘Mina Modelo’;
- Ir a São Joaquim no inverno, ver a neve;
-
* Quem nunca fez algo desta lista, por favor! Não sabe o que está perdendo!

segunda-feira, 3 de março de 2008

EXCREVEMDO SÉRTO

Desde o iníssio da umanidade, somos indusidos a fazer a coiza sertã. Nos é imposta uma cérie de regras e também de negativas consequenssias caso não cigamos estas regras. Em tudo, e em todas as coizas se aplica exte conseito, mexmo que seja algo de estrama liberdade, que estax egras çejam ocutadas e mínimas, elas ezistem. Lójico que não é diferemte com relassão a excrita. Desde o pré-escolar temos que uzar corretamente a Língua Portuguesa, augo nada errôneo, extão apenas cunprindo com seu dever, nox transmitimdo aquilo que apremderam. Mas a língua portugueza de uns tempos pra cá, não é maix a mexma. Tudo muda, tudo evolui, e não ceria diferemte com este poderozo meio de comunicassão. As regras comtinuam as mexmas, mas a língua coloquiau, uzada frecuentememte nos tempos do inpério, exta estinta. E a linguajem coloquiau da atualidade é uzada somemte em cazos muito pressisos, ou por quem a utiliza na sua rotina. A mudansa da qual me refiro vem se agravando dia-a-dia, tornando noça escrita uma das mais, se não a mais complecça do globo, obviamente fasendo açim, noço idioma ser um dos maix divercificados. Cuantas regras! Cuanta gramática! Tudo poderia ser tão mais simples, mas como diz a publissidade do governo: “brasileiro não dezizte nunca”. E além do mais, é mais um motivo para nos orgulharmos da noça terra. O dissionário maix rico do mundo, são tantox significados, tantos sinônimos, uma límgua que foi do “PH” ao “F”, do “Vós missê”, ao “tu”. É uma límgua imstável, a mais difissil em termos de aprendisagem e compreensão. E várias coizas influenssiam para esta imstabilidade: os sotakes, as inúmeras línguas da qual ela deriva, entre outros phatores. Somos criados não somemte para sermos boms, a sossiedade em suma, o “sistema” ezige que sejamos os melhores, embora sejamox umanos. Devemos sempre ler e excrever nas estremidades do que se juga correto, um único erro que çeja. Um único erro que çeja, tanto na leitura quanto na excrita, se fica taxado como imcopetemte, imcapas, burro. É inportamte treinar, mexmo que não se presize ficar em tenpo integrau com as letras, é nessessário, é noça língua. Seja em um simples bilhete, ou um texto de saite como exte. Os resultado dexta fauta de treinamemto se vê no dia-a-dia, primcipaumemte com os jovems, devido ao demaziado uso da internete, omde não se respeita regra auguma. Errar é pressiso, porque só com os erros que se aprende, mas é pressiso errar e corrigir! Por maix que seja um bom texto, um conteldo de cualidade, se nele comterem alguns erroz de excrita e/ou concordãssia, muito pouco vai se avaliar do seu real çentido, apenax dar boas gargalhadas, porén tanbén ixto não significa que você exta totaumente serto no quezito... E afinau, quem exta?


Douglas Tedesco – 28/10/2005.

Qu4tro

1, 2, 3, quatro... 4, três, dois, um.
O amor por um número deixa qualquer um louco, e este amor sucedeu-se em completo e próspero o coração de Dna Tetronéia, quando nasceu sua filha, Catrina e criou a menina a base do
quatro.
A menina nasceu no dia quatro de abril de 1964, e viveu boa parte de sua vida, completamente toda sua infância e adolescência na praia de 4 ilhas, na quarta quadra, rua 404, casa nº 44
. eA mãe queria que estudasse fora pra desde cedo ir crescendo com espaço no lugar dos que são algo na vida. Acordava as 4 da manhã e comia 4 pãezinhos de mel, no café amargo da mãe amarga pingava 4 gotinhas de adoçante. Depois que chegava dormia até as 16h, então eram mais 4 pãezinhos de mel, e no pezinho 34 calçava as melissinhas e ia brincar com as 4 amigas qu a
esperavam, gostava das amigas, mas queria era irmãos, se possível 4!
Formou-se no Ensino Médio dia 4 de dezembro, e com a economia que tinha já de quatro anos promoveu uma grande festa que durou até as 4 da tarde do dia seguinte, quatro bandas tocaram loucamente para seus familiares e mais 40 convidados. No dia 4 de fevereiro descobriu pela internet, após a 4ª vez que entrou no site, que fora aprovada em 4º lugar para o curso de medicina para a faculdade que ficava em outra cidade, á quatro horas de viagem. Por sorte, poderia até escolher: tinha 4 tias que moravam lá, e conforme 4 telefonemas, tudo estava certo para que morasse na casa delas. Do ônibus em que foi, apenas 4 pessoas eram conhecidas, conversou com uma delas não mais que 4 minutos, depois tentou dormir contando carneirinhos, adormeceu quando chegou ao quarto, o quarto era bonito e limpo... Era o que a tia, doce ao contrário de sua mãe, podia oferecer, estava contente ao quadrado com a chegada da sobrinha. Como resto das economias levara 444 reais para ajudar na própria despesa, e também já havia um trabalho esquematizado, de apenas 4 horas por dia. Os primeiros quatro dias foram bem puxados. Mas logo fez amigos, algumas meninas que já estavam no quarto
período da faculdade. Juntas iam ao cinema, fazer compras na quarta avenida, os primeiros filmes que assistiu foi o quarteto fantástico, Todo mundo em Pânico 4, e uma sessão especial em homenagem ao cinema brasileiro, relançando O Quatrilho. Tomou porres, o mais tarde que chegara em casa fora as quatro da manhã, porém depois dessa nova fase de sua vida, passara a chegas as vezes as 4 da tarde, e a tia nem falava nada, desde que ela avisasse. Os presentes nas datas comemorativas sempre ganhava 4: um da mãe e pai que enviavam, um da tia, e as amigas se juntavam e compravam dois. Depois de árduos 4 anos na faculdade, formou-se, no dia 4 de fevereiro foi sua colação de grau e estrondosa festa com 400 convidados. Pouco tem depois casou-se com um colega de faculdade, Torquatto, seu primeiro e grande amor. Ela era virgem e na noite de núpcias, de tanto tesão quase quebrou os quatro membros do marido, e descobriu que sua posição favorita era de quatro. Na profissão era bem sucedida, eram muito bem vindos os 4 mil que ganhava por mês. Compraram ela e o marido, uma bela casa quatro ruas depois da tia, mas todas as quartas-feiras jantavam lá. Teve quatro filhos, na verdade quádruplos: todos de uma vez só, quatro lindas meninas. Porem uma faleceu aos quatro anos.
Ela ficou depressiva, e depois de quatro anos de casada, separou-se do marido, deu a guarda de todas as crianças pra tia, e colocou-se a viajar pelo mundo, passou por quatro países, em quatro continentes, até que adquiriu um tipo raro de câncer, e depois de quatro meses internada num hospital de quarta categoria, morreu! foi enterrada depois de quatro dias, á apenas quatro palmos abaixo de terra, no dia 4 de agosto de 1994.

“Jaz aqui Catrina” assim fala a lápide do quarto túmulo, da quarta fileira, de toda uma quadra que ocupa o cemitério, quadrado.

Douglas Tedesco – 03/2008