quarta-feira, 21 de março de 2007

O SANTO FREI GALVÃO



Há alguns dias em redes internacionais, foi declarada a canonização de Frei Galvão, o primeiro santo realmente brasileiro. Primeiro porque Santa Paulina era de origem italiana, vindo já com certa idade para o Brasil. O novo santo brasileiro, Frei Galvão, está em alta antes mesmo da cerimônia oficial, a ser comandada pelo Papa Bento XVI, marcada para 11 de maio na Praça Campo de Bagatelle, na Zona Norte de São Paulo. A produção das “pílulas do Frei Galvão” aumentou 50% para atender à procura. As pílulas, distribuídas gratuitamente em mosteiros, são pedacinhos de papel (comestíveis) com uma mensagem religiosa, uma tradição do catolicismo brasileiro, um dos maiores atos de fé da humanidade. Os devotos ingerem a pílula de papel como se fosse um medicamento comum, é procurada até mesmo por fiéis em outros países. Apenas na cidade de Guaratinguetá, a 176 km da capital paulista, no Vale do Paraíba, onde o frei nasceu e morou até os 13 anos, a produção mensal passou de 60 mil para 90 mil unidades. No Mosteiro da Luz, na capital paulista, onde está a igreja do Frei Galvão, a fila de fiéis na porta do convento cresce a cada dia. São distribuídas diariamente cerca de 5 mil unidades. O Mosteiro, que encerrava a distribuição de pílulas na hora do almoço. As pílulas são feitas manualmente por 13 freiras, que vivem em clausura. Elas enrolam o papel arroz num canudinho minúsculo para dar a forma. A oração inscrita é: “Ó Virgem Maria, depois do parto permaneceste virgem. Intercedei por nós. Amém”. Quando tomam as pílulas, os fiéis esperam por um milagre. As pílulas começaram a ser distribuídas entre 1785 e 1788. A freira Célia Cadorin, da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, conta que o frei recebeu a visita de dois homens, um com a mulher sofrendo em um parto e outro com um filho com problemas no rim. Sem poder atender aos dois, mandou uma oração, que cortou em três pedaços e pediu para que fossem ingeridas como remédio. Dizem que brasileiro não valoriza o que é da terra, mas tratando-se de religião este termo é posto bem ao contrário, um grande exemplo foi o acontecido com Madre Paulina. Tem quem julgue que a religiosidade com Santa Paulina acabou, e atualmente trata-se apenas de comércio, o fato do interesse material com a santa ter aumentado muito é verdade, mas isso não significa que a fé acabou. E o que irá acontecer daqui pra frente e o sensacionalismo por Frei Galvão, o que fará Santa Paulina ficar por algum tempo um pouco esquecida.